tag:blogger.com,1999:blog-73536969905181732592024-03-05T20:07:14.191-03:00Per fas et per nefasRodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.comBlogger337125tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-71493263533531734832010-08-03T18:13:00.001-03:002010-08-03T18:13:57.453-03:00“Complexo antirromano”, pura hipocrisia ou as duas coisas?<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 14px; color: rgb(68, 68, 68); line-height: 23px; "><p style="text-align: justify;padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; ">Corriqueiramente, deparo-me em salas de aula e em alguns debates com perguntas e reflexões do tipo: “Então, Bento XVI é um grande conservador, não?”; “O papa está retrocedendo em algumas posições da Igreja?”; “Bento XVI é um reacionário?”; “O pontificado de Ratzinger, junto com o de Wojtyla, foi um passo atrás da Igreja”. De fato, estes posicionamentos são os mais comuns, não só entre alunos e colegas na universidade, mas podem ser tomados como sintomas do modo como a opinião pública se constitui: repete-se aqui e ali um parecer sobre um fato específico, e aquele parecer, no fim das contas, assume um caráter de verdade. Goebbels, o ideólogo do nacional-socialismo já afirmava: “uma mentira repetida muitas vezes se torna verdade”.</p><p style="text-align: justify;padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; ">Não que esta posição seja uma mentira <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">stricto sensu</em>. É um olhar. Uma interpretação dos fatos. Contudo, de interpretação passa a ser tomada como verdade, realidade pura e simples, e quem geralmente a profere, o faz sem conhecimento de causa, apenas repetindo e assumindo uma posição que nem sabe aonde está fundamentada, muito menos seus impactos. Já disseram por aí que a democracia sofre desse mal. Sua natureza tende para a retórica e para a superficialidade.</p><p style="text-align: justify;padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; ">Podemos tomar como exemplo um momento que me aconteceu em um curso que ministrei sobre religiões africanas e afro-brasileiras. Como é sabido, o Brasil constituiu-se como povo tendo um forte influxo dos povos cativos trazidos da África durante, mais ou menos, três séculos. Nota-se que traços culturais destes povos marcaram indelevelmente nossa cultura, da música à nossa maneira de cozinhar. Contudo, observa-se, com relativo acerto, que viramos o rosto para este fato e que existe uma grande necessidade de “revalorizar”, de “resgatar” – para usar o jargão de certos grupos – a cultura afro-brasileira e sua importância para o País. Além disso, reclama-se da ignorância que permeia os discursos de certas pessoas sobre a realidade africana, no caso, a das religiões brasileiras que possuem raízes africanas, como por exemplo, ver toda manifestação religiosa afro-brasileira como “magia negra”. De fato, certa valorização destas culturas, a fim de que possamos entender melhor “o que faz o Brasil, Brasil”, como diria Da Matta, é muito importante. Nota-se, inclusive, que certos grupos religiosos ligados ao candomblé nagô (yorubá) visam resguardar os traços originais de sua religião e que já se apresentavam na África, como a tradição específica no toque nos tambores e também o uso da língua africana em seus rituais. Bem, é aí que começam a aparecer algumas contradições. Os mesmos grupos – e aqui não me refiro exclusivamente a grupos ligados às religiões afro-brasileiras, mais àqueles, como certas ONGs, que se dedicam a manter vivas culturas autóctones, como por exemplo, as indígenas brasileiras – que geralmente clamam e levantam bandeiras de defesa de suas raízes culturais contra um mundo capitalista hostil, que transforma tudo em mercadoria, são, geralmente, aqueles que, tratando-se de Roma – do papado, entenda-se bem –, acusam certas posições de Bento XVI como “retrógradas”, “reacionárias”, “conservadoras” ou coisa que o valha. “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”, já diria profeticamente George Orwell, no contumaz <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">A revolução do bichos</em>. Ora, se a defesa das “raízes culturais” deste ou daquele grupo é tão publicamente proferida e importante na manutenção de uma pretensa “identidade”, por que as atitudes de Bento XVI, como por exemplo – e pensando como um dos principais atos deste pontificado – a liberação da dita “missa tridentina” sem a necessária autorização do bispo, é tachada rapidamente por alguns como simples “retrocesso”? Por que a utilização de epítetos nada agradáveis aos ouvidos modernos, como “reacionário” ou “conservador” – mesmo que não tenham a mínima noção do que significam -, já que ele (o papa) também parte de uma mesma prerrogativa, isto é, zelar para que um patrimônio de séculos não se perda frente à desconstrução pós-moderna? Não posso entender tal atitude de outra forma senão como hipocrisia. Ou talvez possa. Hans urs von Balthasar, teólogo de renome do século XX, falava em um de seus livros, publicado em 1974, de “complexo antirromano”, fenômeno de longa data. <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Grosso modo</em>, Balthasar afirma que tal complexo vai se caracterizar pela posição de negação de tudo o que vem de Roma, e isso quer dizer, do papa.</p><p style="text-align: justify;padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; ">Não podemos vislumbrar ainda, a longo prazo, o que alguns posicionamentos de Bento XVI vão trazer de benefícios para a estrutura eclesial como um todo. De fato, como já dito aqui outras vezes, o que me parece é que seu intuito é o de reequilibrar as forças atuantes em seu interior. Do Vaticano II, aos excessos – que ninguém nessa altura dos acontecimentos pode negar – ocorridos em vários campos, inclusive e especialmente o da liturgia, advindos de uma leitura que marca as “novidades” do evento conciliar, aquela que fala em nome do “espírito do concílio”, o que Bento XVI parece fazer é tentar resguardar o que a história do cristianismo nos legou até hoje, ou seja, cuidar de suas “raízes culturais”, não permitindo que sejam sorvidas pelos ventos de um desejo de <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">aggiornamento</em> a qualquer custo (Jacques Maritain dizia na época que com o concílio a Igreja tinha se ajoelhado para o mundo) que, por vezes, demonstra-se, para muitos, como infecundo e, pior, como incompreensível e forçado esquecimento.</p></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-56177139742915943332010-08-03T18:11:00.001-03:002010-08-03T18:13:07.726-03:00Missa tridentina em Belo Horizonte<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 14px; color: rgb(68, 68, 68); line-height: 23px; ">Há tempos não escrevo por aqui. A chegada do <a href="http://twitter.com/rodrigocoppe" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">Twitter</a> tirou minha atenção do blog. Acho que é uma tendência mundial. Contudo, saiu semana passada uma reportagem em um jornal da TV Minas sobre a “missa tridentina” na capital mineira que gostaria de compartilhar. Segue abaixo.</span></div><div><br /></div><object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/OYnxEEpPFPg&hl=pt_BR&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/OYnxEEpPFPg&hl=pt_BR&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-91872257025722332012010-05-09T22:02:00.001-03:002010-05-09T22:02:31.968-03:00Sobre a psicologia das massas<p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "></span></p><div style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font: normal normal normal 13px/19px Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; padding-top: 0.6em; padding-right: 0.6em; padding-bottom: 0.6em; padding-left: 0.6em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; "><p>O século XX foi marcado, especialmente, pela carnificina sem precedentes. Por todos os lados do planeta vimos crescer os fascismos, os comunismos, ditaduras e sistemas totalitários que, marcados por teorias de fundo teleológico, perverteram o senso de realidade e nos jogaram em experiências brutalizantes, sempre com o intuito de chegarmos ao pretenso “final feliz”, ininterruptamente mais longe, a cada novo expurgo. A falsificação do bem, como forma de trazer mais correligionários para a causa auto-redentora, desumana e inalcançável, foi uma constante na propaganda ideológica maciça, que não deixava uma brecha de ar puro, naquele ambiente asfixiante, e que jogava a cada dia centenas de pessoas nos campos de concentração, quer nazistas, quer comunistas, os famigerados <em>gulags</em>, ou, para usar um eufemismo, “campos de trabalho corretivo”.</p><p>O estudioso francês Alain Besançon, em seu livro <em>A infelicidade do século – sobre o comunismo, o nazismo e a unidade da Shoah</em> (Editora Bertrand Brasil), tratou pontualmente do tema ao afirmar que estes sistemas totalitários são perpassados pela destruição física, pela destruição do político e pela destruição moral. Para ele, tais sistemas, que destroem as almas e as inteligências, falsificaram a noção de bem ao dar dignidade às idéias que desbancavam, por fim, em escravidão e morte. Enquanto para os nazistas o bem consistia em restaurar uma ordem natural corrompida pela história, especialmente pela modernidade, e que tinha como centro o “homem ariano alemão”, marcado por leitura específica e distorcida do super-homem de nietzschiano, para o comunismo o bem era levar a todos os homens, e não só o alemão, àquela categoria de seres humanos. Seria a democratização do super-homem. A idéia da graça de Deus que colabora com o homem decaído pela sua ignorância e egoísmo na sua peregrinação terrena é trocada pela idéia de que o próprio homem faz e conduz o seu caminho rumo ao paraíso terreno, povoado pelos “homens novos”, tão ridicularizado por um dos maiores romancistas de todos os tempos, Fiódor Dostoievski. Arremata Besançon: “o que é chamado de humano e de humanidade é, de fato, o sobre-humano e o sobre-humanitário que promete a ideologia”.</p><p>Mas quais os motivos que levou, ou levam, as massas a se deixarem guiar por teorias ou por “salvadores da pátria” que surgem de tempos em tempos aqui e ali? O que os impele a deixar suas próprias experiências e noções mais primordiais – como individualidade – em função de um chefe, um <a href="http://pt.bab.la/dicionario/alemao-portugues/F%C3%BChrer.html" mce_href="http://pt.bab.la/dicionario/alemao-portugues/F%C3%BChrer.html"><em>Führer</em></a> ou <em>Dux</em>, que me dê a mão para nos levar a uma falsa libertação? Freud, em um de seus mais importantes estudos, <em>Psicologia de grupo e a análise do ego</em>, faz alguns apontamentos interessantes que podem nos ajudar a compreender tais motivos. Para ele, partindo dos estudos de Le Bon, <em>Psychologie des foules</em> (1855), afirma peremptoriamente que “os grupos nunca ansiaram pela verdade. Exigem ilusões, e não podem passar sem elas. Constantemente dão ao que é irreal precedência sobre o real; são quase tão intensamente influenciados pelo que é falso quanto pelo que é verdadeiro”. Le Bon aponta três fatores que levam as massas a tal obediência cega: 1) o indivíduo que faz parte do grupo adquire sentimento de “poder invencível”, que lhe permite deixar vir à tona todos os seus mais recônditos instintos que, estando sozinho, seria mantido sob coerção. Nota-se, no caso, o desaparecimento da consciência e da noção de responsabilidade; 2) o mimetismo ou contágio. Num movimento grupal, todo ato é “contagioso em tal grau, que o indivíduo prontamente sacrifica seu interesse pessoal ao interesse coletivo”; 3) Sugestionabilidade. Freud afirma que “quando indivíduos se reúnem num grupo, todas as suas inibições individuais caem e todos os instintos cruéis, brutais e destrutivos, que neles jaziam adormecidos, como relíquias de uma época primitiva, são despertados para encontrar gratificação livre (...) Sob a influência da sugestão, os grupos também são capazes de elevadas realizações sob forma de abnegação, desprendimento e devoção a um ideal”. Assim, as massas não passam de um rebanho obediente, sempre a procura do senhor que as levará pelo caminho do insondável. Sempre carismático e carregado de prestígio, tal senhor paralisa as faculdades críticas daqueles elementos do grupo, enchendo-os de admiração e respeito, dando a eles a sensação de um poder invencível, que não teriam individualmente.</p></div><p></p>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-2006004163514552522010-05-02T21:01:00.001-03:002010-05-02T21:01:26.760-03:00Albúm com fotos do padres do Concílio Vaticano I<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; font-size: 13px; line-height: 19px; ">Pelo Twitter, chegou-me este <a href="http://www.aladin0.wrlc.org/gsdl/collect/vatican/VaticanI-Index.html" mce_href="http://www.aladin0.wrlc.org/gsdl/collect/vatican/VaticanI-Index.html">álbum</a> de fotos dos padres que participaram do Concílio Vaticano I (1869-1870). </span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-69318038271788396422010-04-14T08:34:00.001-03:002010-04-14T08:36:46.865-03:00"Nada de novo embaixo do sol"<p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Leio no <i style="mso-bidi-font-style: normal">O Lutador</i>, número 3684 (11 a 20 de fevereiro de 2010), uma frase de Jon Sobrino – em destaque na matéria principal do jornal –, que não é de sua autoria, mas é repetida aos borbotões por todos os cantos, entre teólogos, historiadores da Igreja, leigos engajados, entre outros. A frase diz o seguinte: “Na situação em que se encontra a Igreja, é importante voltar ao Vaticano II”. Não estou a questionar o trabalho teológico de Sobrino – pois também não teria o devido <i style="mso-bidi-font-style:normal">knowhow</i> para fazê-lo –, já que isto foi feito por inúmeros estudiosos, inclusive pela Congregação para a Doutrina da Fé, mas sim a frase que proferiu. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">De fato, geralmente, junto dessa frase vem acoplado a famosa alocução “espírito do concílio”, vago jargão eclesial repetido por certos grupos católicos, que não sabem muito bem o que isto significa, ou sabem muito bem e o utilizam a fim de corroborar certos posicionamentos dissonantes com a cúpula hierárquica. Podemos dizer, junto com outros estudiosos do tema, que são aqueles “desiludidos”, ou para usar uma expressão mais contundente, “frustrados” do concílio, que engrossaram as fileiras da maioria conciliar – como bispos, teólogos, ou mesmo propagandistas das idéias do eixo centro-europeu – e que, no pós-concílio, visaram alargar ainda mais a interpretação dos documentos conciliares, em nome daquele “espírito”, sempre mais nebuloso, fugidio e exigente. Sim, exigente. Se alguns afirmam que o pontificado de João Paulo II, e de seu sucessor, Bento XVI, foi marcado pelo signo da “restauração” – o que o próprio Ratzinger confirma de certo modo no livro-entrevista <i style="mso-bidi-font-style:normal">A fé em crise?</i> (Editora EPU), ao dizer sobre um necessário “reequilíbrio” pós-conciliar – esta só pôde ser colocada em andamento e levada a cabo devido a, podemos dizer, agressividade interpretativa de alguns grupos que, infelizes com algumas pisadas no freio na locomotiva conciliar por Paulo VI, principalmente no final da terceira sessão (1964), visaram ler os documentos do concílio de forma maximalista, tentando com um <i style="mso-bidi-font-style:normal">tour de force</i> fazê-lo falar o que não falava; remetendo-se assim, apenas ao dito “espírito”, sem referenciar a letra, que num trabalho hermenêutico vem junto do “espírito”. (Walter Kasper, no seu livro <i style="mso-bidi-font-style:normal">Teologia e Chiesa</i> explica-nos bem esta questão). Se fugirmos de uma norma interpretativa, somos levados a afirmar erroneamente que não existe tal “espírito” e sim “espíritos do concílio”, concernentes aos vários grupos que desejam se apossar de seus significados, ou mesmo criá-los. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Vejamos o caso da liturgia. Se estudarmos a <i style="mso-bidi-font-style:normal">Sacrosantum concilium</i>, não achamos nela nem um sinal de que a maioria dos padres conciliares desejassem, nos inúmeros debates sobre o tema na primeira sessão conciliar (1962), suprir de uma só vez das missas o latim. Como o vaticanista Andrea Tornielli demonstrou em um de seus estudos – este online – tal questão não constava no texto do documento. Como afirma, <span class="apple-style-span"><span style="color:black">"a substituição do latim pelo vernáculo na liturgia da Igreja católica foi considerada por muitos uma medida infeliz e saudada por outros como um ‘aggiornamento’ necessário para favorecer a participação do povo. Todavia, não foi uma decisão do Concílio Ecumênico Vaticano II. O latim ainda é a língua oficial da Igreja, ou pelo menos foi durante dezoito séculos. Cinco anos depois do Concílio, não havia mais sinal dele nos livros litúrgicos católicos. A eliminação total da língua dos antigos romanos aconteceu quase à surdina e em alguns casos contra a vontade do Papa Paulo VI, o qual estabeleceu que ela deveria permanecer ao lado do vernáculo no missal."</span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Pergunto: “voltar” ao Vaticano II significa implementar suas determinações ou “criar” o que desejo que ele diga, respondendo meu anseio, até certo ponto, legítimo de uma renovada Igreja? – como já o chamei aqui de <i style="mso-bidi-font-style:normal">obscuro objeto de desejo</i>. Tal jargão – “voltar ao concílio” – é utilizado a torto e a direito, correspondendo o seu significado à boca que o profere. Esse tipo de questão não é nova e já se encontra claramente nos escritos de Paulo VI. Em alguns deles percebemos os receios de Montini em relação a essa busca de renovar a Igreja sem um olhar para a sua história e tradição. Numa de suas alocuções, de outubro de 1966, afirmou, corroborando o que afirmei acima: “é também verdade que alguns atribuem ao concílio as suas próprias opiniões e identificam muito facilmente as deliberações conciliares com os seus próprios desejos, e procuram assim emancipar-se da norma estabelecida”. Vejam que pouco depois da conclusão do Concílio, menos de um ano, Paulo VI já lhe dava com esse tipo de abordagem dos textos conciliares, geralmente, remetendo-se ao vago “espírito” como o legitimador dos seus desejos. Assim, repito as sábias palavras do Eclesiastes: “nada há de novo embaixo do sol” (Ecle 1:9).<span style="mso-spacerun:yes"> </span></p>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-26875372407688504232010-03-29T14:22:00.000-03:002010-03-29T14:23:15.461-03:00Da pedofilia e de homens<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 14px; color: rgb(68, 68, 68); line-height: 23px; ">Há muito, dizem os <a href="http://bit.ly/aN9Chj" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(28, 155, 220); text-decoration: underline; ">estudiosos</a>, a Igreja não passa por uma crise tão séria como a que vem enfrentando em relação ao caso dos “padres pedófilos” – especialmente depois da matéria do <a href="http://www.nytimes.com/2010/03/25/world/europe/25vatican.html?src=tptw" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">The New York Times</a>, que quis ligar Ratzinger pessoalmente ao problema. De fato, nada mais sério e triste para os fiéis verem vir à tona estes casos horrendos em inúmeros países. Realmente, não se pode virar o rosto para questão tão grave e que assola a Igreja por décadas. Medidas enérgicas devem sim ser colocadas em andamento dentro da instituição a fim de conter os casos, puni-los exemplarmente e evitar que novamente se repitam. Nada mais sagrado do que a vida, e, especialmente dos pequeninos, indefesos que são. Acontece que é claro o desejo de alguns setores de verem o próprio papa envolvido com os escândalos, com alguns pedindo até mesmo a sua<a href="http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=31010" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">renúncia</a>. Que é necessário medidas enérgicas contra estes que atentaram contra a vida é mais que claro. Nada de meias palavras. Contudo, claro também é a movimentação destes setores contra Bento XVI. Ratzinger, quando assumiu o trono papal, já deveria prever que sua tarefa não seria nada fácil e que sofreria ataques múltiplos de todos os lados, não só do exterior mas também, e especialmente, de <a href="http://www.periodistadigital.com/religion/mundo/2010/03/17/cultacion-pederastia-iglesia-hans-kung-ratzinger-papa-alemania-religion-celibato.shtml" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">setores católicos</a> que não engolem a sua política de “reequilíbrio” das forças que, no pós-Vaticano II, penderam para uma noção de Igreja “a la Di Fiore”, que se transigiria facilmente com os valores modernos e que chegaria de vez aos “novos tempos”. Não sou do tipo que acredita em complôs e coisas parecidas (deveria acreditar?) - o que a alta hierarquia parece crer e levanta sua <a href="http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=30746" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">voz </a>legitimamente - , mas acredito em lobby, e que devem haver grupos que se interessam por um enfraquecimento moral da Igreja católica no mundo. É também mais que claro que o problema da pedofilia na Igreja seria ligado por alguns – especialmente uma mídia sensacionalista – estritamente à questão do celibato, “como se os abusos não acontecessem também na família”, como afirma um curial, <a href="http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=31083" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">Walter Kasper</a>. As massas adoram essas coisas. Aquelas mesmas massas que saíram repetindo por todos os lados as “descobertas” de Dan Brown. A questão da pedofilia na Igreja torna-se, claramente, em ataque ao celibato. Tal instituição milenar já foi atacada inúmeras vezes durante a história da Igreja, e agora passa por mais um deles. Prefiro <a href="http://www.elpais.com/articulo/sociedad/insano/celibato/elpepusoc/20100329elpepisoc_1/Tes" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">acreditar</a> que uma coisa não tem uma relação direta com a outra. Inclusive porque tal fato não ocorre só na Igreja romana, mas encontra-se por <a href="http://roma.corriere.it/roma/notizie/cronaca/10_marzo_16/arrestato-guru-setta-stupro-1602663330933.shtml" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">todos</a> os lados, inclusive em outras <a href="http://www.insurancejournal.com/news/national/2007/06/18/80877.htm" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">igrejas</a>, como as protestantes dos Estados Unidos, que reportam 260 casos de pedofilia por ano. Se dizem por aí que existe um certo <a href="http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=30611" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">movimento</a> dentro do próprio Vaticano para repensar o celibato, tal movimento não se dá exclusivamente devido aos escândalos. Pode ser, equivocadamente, encorajado por ele, mas não é uma resposta a ele. <a href="http://diario.iol.pt/acredite-se-quiser/bispos-vaticano-exorcismo-tvi24/1147101-4088.html" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">Alguns</a>dizem que isto tudo que está acontecendo é fruto da ação do diabo, que está dentro da própria Igreja, e “<a href="http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/03/12/o-diabo-mora-no-vaticano-pertinho-do-papa-273881.asp" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: underline; ">bem pertinho</a>” do papa. Na verdade, o “coisa ruim” está bem perto da onde estão os homens, ou seja, aqui, bem pertinho, não só do papa, mas de todos nós.</span></div>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-6419121051060514222010-03-15T11:47:00.003-03:002010-03-15T11:51:10.089-03:00Lefebvriano radical coloca fogo nos documentos do Vaticano II<span class="Apple-style-span" style=" line-height: 19px; font-family:Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif;font-size:13px;"><div id="vxFlashPlayerContent"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; ">Dom Floriano Abrahamowicz - padre expulso da Fraternidade São Pio X - suscita outra polêmica ao colocar fogo no livro que traz os documentos do Concílio Vaticano II depois de uma missa. Entre radicalidades e busca de consenso com Roma, as divisões na Fraternidade, parece, que se aprofundarão ainda mais. Veja o video <a href="http://corrieredelveneto.corriere.it/veneto/notizie/cronaca/2010/15-marzo-2010/gesto-choc-don-floriano-gettiamo-concilio-fiamme-1602657992562.shtml">aqui</a>. </span></div></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-18868093451577809732010-03-11T10:16:00.001-03:002010-03-11T10:16:38.883-03:00O Vaticano II e os herdeiros de Joachim di Fiore<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><div style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font: normal normal normal 13px/19px Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; padding-top: 0.6em; padding-right: 0.6em; padding-bottom: 0.6em; padding-left: 0.6em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; "><p style="text-align: justify;">Mais uma vez Bento XVI deixa claro a que veio: levar a cabo, não exatamente uma "restauração" do "espírito tridentino", mas um reequilíbrio de tendências, no mais das vezes, contrapostas no interior da Igreja. Em sua <a href="http://www.zenit.org/article-24312?l=portuguese" mce_href="http://www.zenit.org/article-24312?l=portuguese">audiência geral</a> da última quarta (video <a href="http://www.romereports.com/palio/index.php?newlang=english" mce_href="http://www.romereports.com/palio/index.php?newlang=english">aqui</a>), Bento XVI afirmou "que após o Concílio Vaticano II, alguns estavam convencidos de que tudo seria novo, de que haveria outra Igreja, de que a Igreja pré-conciliar tinha acabado e de que teríamos totalmente ‘outra’." Citando Joachim di Fiore, Ratzinger afirmou que em alguns setores da Igreja se vive uma espécie de "espiritualismo utópico", que se opõe claramente à hierarquia da Igreja, reeditando, sem sombras de dúvida, o simbolismo construído por Fiore no século XIII, e que levou ao surgimento do dito "franciscanismo espiritual". Desde o próprio concílio, nos seus momentos finais, já se nota aqueles que vêem uma "nova fase" da história da Igreja, como se fosse a última, o "fim da história", bem ao estilo de Fukuyama. De fato, a de se concordar que transformações ocorrem, mudanças de percepção. Mas o próprio concílio deve ser entendido como um momento de reequilíbrio, como nos disse uma vez o historiador da Igreja Émile Poulat. Um momento de inflexão, não o fim da história. </p></div></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-61427615456299087282010-03-03T17:53:00.002-03:002010-03-03T17:57:03.653-03:00Livro reflete trajetória do Cardeal Kasper<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRuR3c2_sWwVFjZF8jdXWl_Xl2oeZK8wbkj8NAD_EtTKjizviHRj-JJkBVzAN-4vAIVBS2TcLIWz2cO1fQ1qEgtKD37tOjOfvhaVbH4ViQi-TGbP5QtRCEsIkcOGR6ZRwYEC817Ghm7J_Z/s1600-h/image001.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 177px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRuR3c2_sWwVFjZF8jdXWl_Xl2oeZK8wbkj8NAD_EtTKjizviHRj-JJkBVzAN-4vAIVBS2TcLIWz2cO1fQ1qEgtKD37tOjOfvhaVbH4ViQi-TGbP5QtRCEsIkcOGR6ZRwYEC817Ghm7J_Z/s200/image001.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5444514341491531010" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Publicado no Jornal O Lutador</p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Walter Kasper é atualmente um dos mais importantes cardeais da Igreja católica, presidindo o importante Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Contemporâneo dos também alemães Joseph Ratzinger e Karl Lehmann, Walter Kasper realizou seus estudos em filosofia na cidade de Tubinga e Mônaco, concluindo-o em 1956. Em 1957 foi ordenado na diocese de Rottenburg. Em 1961 concluiu sua tese de doutorado, passando a ser assistente de Leo <span class="apple-style-span"><a href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Leo_Scheffczyk&action=edit&redlink=1" title="Leo Scheffczyk (página não existe)"><span style=" text-decoration:none;text-underline:nonecolor:windowtext;">Scheffczyk</span></a></span><span class="apple-style-span"><span style="font-family:Arial;font-size:6.5pt;"> </span>e Hans Küng. Lecionou nas universidades de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BCnster" title="Münster"><span style="text-decoration:none;text-underline:nonecolor:windowtext;">Münster</span></a>, que também presidiu, e de Eberhard-Karls-Universität die Tubinga.</span><span class="apple-style-span"><span style="font-family:Arial;font-size:6.5pt;"><span style="mso-spacerun:yes"> </span></span>Em 1985 foi nomeado secretário especial do Sínodo extraordinário, tornando-se também membro da Comissão Teológica Internacional. Foi sagrado bispo da diocese de Rottenburg (Stuttgart) em 1989. Em 1994 foi nomeado co-presidente da <a href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Comiss%C3%A3o_Internacional_para_o_Di%C3%A1logo_Luterano-Cat%C3%B3lico&action=edit&redlink=1" title="Comissão Internacional para o Diálogo Luterano-Católico (página não existe)"><span style="text-decoration:none;text-underline:nonecolor:windowtext;">Comissão Internacional para o Diálogo Luterano-Católico</span></a> e em março de 1999 secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, sendo elevado a cardeal em 2001 por João Paulo II. <span style="color:black;">Visando refletir os passos desse importante membro da Cúria Romana, foi publicado em 2009, na Itália, um livro sobre sua vida e obra.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>Da Alemanha de Hitler, ao pós-concílio e suas irresolutas questões nesse início de milênio, a obra traz um panorama rico e cheio de interessantes nuances sobre o catolicismo contemporâneo. Escrito em forma de diálogo, o texto traz muitas informações relevantes para aqueles que visam compreender a história da Igreja na segunda metade do século XX e a conjuntura vaticana atual. De sua primeira formação, Kasper relembra seus passos na Alemanha da Segunda Grande Guerra e dos anos posteriores ao seu encerramento. Da fase de seus estudos em Tubinga, o cardeal rememora as influências sofridas das leituras de Johann Adam Mohler – maior expoente dessa universidade e “pioneiro da teologia ecumênica contemporânea” (p. 30) –, teólogo que contribui profundamente na renovação da consciência eclesial, que tirará seus frutos maduros somente no Vaticano II. Além de Mohler, John Henry Newman – que também foi influenciado por aquele teólogo – também o influenciará com o seu <i style="mso-bidi-font-style:normal">L’Apologia pro vita sua</i>.</span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="apple-style-span"><span style="color:black;">Segundo Kasper, os textos que o haviam influenciado, por volta do final dos anos 1950 eram os “Escritos” de Karl Rahner, a teologia do laicato de Yves Congar e o pensamento de Henri de Lubac. De acordo com suas próprias palavras, estes três teólogos tiveram um “efeito de ruptura” em sua formação. Em 1962, logo finalizado seu doutorado em Dogmática, tornou-se assistente em Tubinga de Leo Scheffczyk e de Hans Küng e nos anos posteriores escreveu seu trabalho de livre-docência intitulado “O absoluto na história” sobre o pensamento de Schelling. Nele, Kasper demonstrava sua visão sobre o subjetivismo moderno, não enxergando simplesmente a modernidade apenas como uma revolta prometéica do sujeito contra a ordem de Deus, visão comum dos círculos embebidos de ultramontanismo. Um dos momentos mais interessantes do livro é a que reflete sobre o Vaticano II. Kasper comenta sobre o papel de Paulo VI, a crise e a renovação, as revistas <i style="mso-bidi-font-style:normal">Concilium</i> e <i style="mso-bidi-font-style:normal">Communio</i>, o ano de <st1:metricconverter productid="1968, a" st="on">1968, a</st1:metricconverter> encíclica <i style="mso-bidi-font-style:normal">Humanae vitae</i>. Para o cardeal, a crise pela qual a Igreja romana passa não vem do concílio propriamente dito, mas já demonstrava seus sinais mesmo antes de sua realização e afirma sua tese interpretativa – exposta em um dos capítulos de seu eloqüente livro <i style="mso-bidi-font-style:normal">Teologia e Igreja</i> – na qual é “completamente errôneo ver o concílio como uma ruptura com a tradição precedente, sobretudo com aquela do Concílio Vaticano I” (p. 51). <o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">É falando sobre o ecumenismo que o cardeal se mostra mais a vontade e demonstra suas reais preocupações com a Igreja e suas relações com as outras tradições religiosas. Segundo ele, logo depois da eleição de Ratzinger à cátedra de Pedro, o novo papa assumiu sua preocupação de manter a causa ecumênica viva e levar a frente às preocupações dos padres do Vaticano II. Ao pensar a questão do primado papal em relação ao ecumenismo, Kasper afirma que é “graças ao ecumenismo a situação do ministério petrino mudou para melhor” (p. 126). Para ele, nunca na história da Igreja, e nem mesmo aquela antiga, o bispo de Roma foi um ponto de referência tão importante para todas as Igrejas como hoje. Nunca, continua, o ministério de Pedro gozou de uma autoridade espiritual tão grande, mesmo entre os outros cristãos, como acontece hoje.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Kasper afirma que o diálogo ecumênico não deve se limitar a um mínimo denominador comum, o que seria um empobrecimento de todas as partes. Para o cardeal, o ecumenismo “deve se basear sobre uma comum confissão de fé, que confessem reciprocamente a própria fé e queira trabalhar no diálogo por um consenso futuro na confissão da fé” (p. 172). Arremata: “quanto mais se é católico, tanto mais se é ecumênico, mas também: quanto mais se é ecumênico, tanto mais se é católico” (p. 173). Interessantíssimo livro para quem deseja se aprofundar na dinâmica curial e nas questões ecumênicas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">______________________________________________________________________</p> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt;">KASPER, Walter; DECKERS, Daniel. <i style="mso-bidi-font-style:normal">Al cuore della fede: le tappe di una vita</i>. Torino: San Paolo, 2009.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align:justify"><span style="font-size:12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-60929516537139634182010-03-01T15:30:00.000-03:002010-03-01T15:31:01.575-03:00Isaiah Berlin diz<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 14px; color: rgb(68, 68, 68); line-height: 23px; "><div class="entry" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><div class="snap_preview" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; "><a href="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/isaiah-berlin.jpg" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(28, 155, 220); text-decoration: underline; "><img class="alignleft size-full wp-image-436" title="Isaiah Berlin" src="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/isaiah-berlin.jpg?w=250&h=254" alt="" width="250" height="254" style="padding-top: 4px; padding-right: 4px; padding-bottom: 4px; padding-left: 4px; margin-top: 0px; margin-right: 7px; margin-bottom: 2px; margin-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; float: left; display: inline; " /></a></p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; "><br /></p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; "><br /></p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; ">“O homem é incapaz da autoperfeição e, portanto, jamais inteiramente previsível; falível, uma combinação complexa de opostos, alguns conciliáveis, outros incapazes de serem resolvidos ou harmonizados; incapaz de interromper a sua busca da verdade, felicidade, novidade, liberdade, mas sem nenhuma garantia (…) de ser capaz de atingi-las; um ser livre e imperfeito capaz de determinar o seu próprio destino em circunstâncias favoráveis ao desenvolvimento de sua razão e seus dons” Isaiah Berlin em <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Ideias políticas na era romântica</em></p></div></div><div class="post_meta" style="padding-top: 4px; padding-right: 10px; padding-bottom: 4px; padding-left: 10px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; width: 480px; border-top-width: 1px; border-top-style: dotted; border-top-color: rgb(187, 187, 187); border-bottom-width: 1px; border-bottom-style: dotted; border-bottom-color: rgb(187, 187, 187); background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: rgb(245, 245, 245); line-height: normal; float: left; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; "></div></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-68854608446844693342010-02-22T17:34:00.005-03:002010-02-22T17:44:37.862-03:00O grande silêncio que fala<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidESyRqNYOFWvk9NIqFpNjY1WzhpEA03sKmcEY5LuI6dGgLe8x-Z4LcFuwFtomKg7eIir9GdIgMf3x1_ENtv4BIFyEnOKrzD3dalHdnoeTFYLmfK5V3bNaXs3MigC-KkPUYHAtM9OPmXv4/s1600-h/100_2303.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 133px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidESyRqNYOFWvk9NIqFpNjY1WzhpEA03sKmcEY5LuI6dGgLe8x-Z4LcFuwFtomKg7eIir9GdIgMf3x1_ENtv4BIFyEnOKrzD3dalHdnoeTFYLmfK5V3bNaXs3MigC-KkPUYHAtM9OPmXv4/s200/100_2303.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5441169224029251778" /><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); -webkit-text-decorations-in-effect: none; line-height: 19px; font-family:Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif;font-size:-webkit-xxx-large;"></span></a><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif;font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 19px;font-size:13px;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 19px; font-family:Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Publicado no jornal O Lutador</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; line-height: 23px; font-size: 14px; color: rgb(68, 68, 68); ">Estar no abandono do <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">magnum silentio</em>. Essa expressão, contida num folheto das orações das <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Completas</em> – trecho do livro <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Liturgia del silenzio</em>, de Anna Maria Canopi – , no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro chamou-me atenção. Primeiramente, não é muito comum estarmos propensos a visitar um mosteiro, e permanecer nele alguns dias, abandonados no grande silêncio – somente movimentados pelo ritmo dos sinos que nos chamam ao Ofício Divino – a fim de ouvir a voz do Eterno. Em verdade, no mundo de hoje, não estamos predispostos a cerrar nossos lábios nem por um segundo. Parece que, ou falamos o tempo inteiro – inclusive com nós mesmos –, reafirmando nossas opiniões e idéias sobre lá o que seja, ou estamos fadados ao fracasso – ou o pressentimos – daqueles que acreditam que só emitindo palavras sem fim e levantando bandeiras de todas as cores podem ser ouvidos. Perpassados pela pressa e o burburinho alucinante das grandes cidades, somos cotidianamente alvos de uma poluição sonora que não só inunda e cansa nossos ouvidos, mas também não deixa espaço para ouvirmos a voz que vem de nosso interior. </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; line-height: 23px; font-size: 14px; color: rgb(68, 68, 68); ">Esses dias no mosteiro – marcados por trabalho profissional, mas também espiritual –, aprofundou-se em mim as questões acerca do <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Deus absconditus</em>, da importância do silêncio e da solidão para sermos receptáculos do som divino. Afirmou-se a verdade de que se pode ouvir o silêncio. De que o silêncio fala sem palavras. De que, ao nos colocar na posição de escuta, temos a chance de experimentar a “volta ao abismo de pura realidade na qual está baseada nossa própria realidade e na qual existimos”, como dizia Thomas Merton, um dos grandes nomes do monasticismo cristão do século XX. Como o próprio monge trapista ensina em seu belo livro <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Espiritualidade, contemplação, paz</em> (traduzido pelas monjas do Mosteiro Nossa Senhora das Graças, de Belo Horizonte, e editado pela Itatiaia), a Queda, um dos dogmas centrais da fé cristã, levou-nos a um exílio de Deus e de nós mesmos. Nós, homens dos burburinhos, incansáveis na arte do falatório cheio de palavras vazias, caímos ao acreditarmos que poderíamos encontrar a felicidade fora de nós mesmos. Quantos são aqueles que hoje – num mundo cheio de soluções fáceis, que vez por outra, em uma literatura barata que se denomina de “auto-ajuda”, proclama que basta emanar energias positivas para o universo para que ele conspire a seu favor – sonham e idealizam uma vida feliz e “completa” numa praia paradisíaca, ou neste ou naquele país? Ou a felicidade “plena”, quando tiverem aquele carro x, aquela casa y, casar com “fulano de tal” ou mesmo se “refugiar” num mosteiro?</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; line-height: 23px; font-size: 14px; color: rgb(68, 68, 68); ">De fato, o que presenciamos nesse mundo marcado pelo marketing da alegria fácil, da resposta completa e imediata apresentadas por gurus do momento para minhas questões, da solução para todos os meus problemas agora, da utopia pessoal, da elevação do bem-estar a qualquer custo, da maximização do prazer e a minimização, custe o que custar, de qualquer tipo de sofrimento pessoal, é um homem desnorteado que, como um cachorro que corre atrás do próprio rabo, foge de si mesmo acreditando que com isso encontrará a paz que tanto anseia. Pergunto-me até que ponto o homem moderno, aquele que acreditou na ciência, no progresso, na história ou na revolução, “reedita” nosso lugar de decaídos ao afirmar uma felicidade que está logo ali, basta ter dinheiro – como diz por aí certa “ética burguesa”, “dinheiro não traz felicidade, mas compra” – para poder acessá-la e capacidade emocional para usufruí-la.</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; line-height: 23px; font-size: 14px; color: rgb(68, 68, 68); ">Entendo a religião, especialmente o cristianismo, como uma experiência religiosa que pode hoje, a partir de seu repertório teológico, especialmente aquele que vem dos padres da Igreja e da experiência dos monges do deserto – que viveram a solidão e o silêncio radicalmente frente a um cristianismo em expansão que passava a se coadunar com o poder imperial romano – fornecer-nos um manancial no qual nasça uma nova crítica em relação a esse mundo de felicidade em pílulas, anunciada a torto e a direito por oportunistas de plantão, que bem sabem aonde o calo aperta. E que por isso ganham fortunas. Tornarmo-nos “ao abismo de pura realidade”, ao silêncio que tudo diz. Render-se e abandonar-se a “uma Realidade completamente escondida, invisível e mesmo, em certo sentido, desconhecida”. Eis uma possibilidade crítica a esse mundo cheio de respostas, de visibilidade, de aparências, de “conhecimento”, que nada respondem, mas sim, afasta-nos de nós mesmos ao nos prometer o inalcançável.</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; line-height: 23px; font-size: 14px; color: rgb(68, 68, 68); ">Para uma compreensão sobre o silêncio e a vida monástica veja o belíssimo filme “O grande silêncio” (<a href="http://www.dw-world.de/popups/popup_lupe/0,,1890158,00.html" target="_blank" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; color: rgb(28, 155, 220); text-decoration: underline; ">‘Die grosse Stille’</a>) , de Philip Gröning.</span></span></span></div>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-60503885077553165572010-02-18T13:37:00.000-02:002010-02-18T13:38:00.103-02:00Comissão Ecclesia Dei volta a responder questionamentos sobre a aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><div style="background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font: normal normal normal 13px/19px Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; padding-top: 0.6em; padding-right: 0.6em; padding-bottom: 0.6em; padding-left: 0.6em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; "><p><a href="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/motu.jpg" mce_href="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/motu.jpg"><img src="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/motu.jpg?w=201" mce_src="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/motu.jpg?w=201" alt="" title="motu" width="201" height="300" class="aligncenter size-medium wp-image-427" style="border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; " /></a><a href="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/motui.jpg" mce_href="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/motui.jpg"><img src="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/motui.jpg?w=253" mce_src="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/motui.jpg?w=253" alt="" title="motui" width="253" height="300" class="aligncenter size-medium wp-image-428" style="border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; " /></a>Do blog <a href="http://fratresinunum.com/2010/02/17/comissao-ecclesia-dei-volta-a-responder-questionamentos-sobre-a-aplicacao-do-motu-proprio-summorum-pontificum/" mce_href="http://fratresinunum.com/2010/02/17/comissao-ecclesia-dei-volta-a-responder-questionamentos-sobre-a-aplicacao-do-motu-proprio-summorum-pontificum/">Fratres in unum </a></p></div></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-54816943969053816922010-02-08T15:02:00.001-02:002010-02-08T15:03:56.428-02:00Apotegmas do cristianismo oriental<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; font-size: 13px; line-height: 19px; "><p><a href="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/gr_26.jpg" mce_href="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/gr_26.jpg"><img src="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/gr_26.jpg?w=300" mce_src="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2010/02/gr_26.jpg?w=300" alt="" title="gr_26" width="300" height="184" class="aligncenter size-medium wp-image-423" style="text-align: justify;border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; " /></a></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p><p style="text-align: justify;">Alguns trechos da Filocalia que me chamaram atenção</p><p style="text-align: justify;">"Bem-aventurado aquele que, na oração, chegou ao não-saber, que é impossível ultrapassar"</p><p style="text-align: justify;">"Quando o demônio ciumento fracassa na excitação da memória durante a oração, age sobre a compleição do corpo, para despertar na inteligência algum fantasma desconhecido e, assim, dar-lhe forma. A inteligência, acostumada a limitar-se a conceitos, é então facilmente subjugada; aquela que tendia à gnose imaterial e sem forma, deixa-se iludir e pensa que a fumaça é luz".</p><p style="text-align: justify;">"Perguntaram ao abade Macário: 'Como se deve orar?' O ancião respondeu: 'Não há nenhuma necessidade de se perder em palavras; basta estender as mãos e dizer: Senhor, como quiserdes e como souberdes, tende piedade'."</p><p style="text-align: justify;">"É próprio da sabedoria verdadeiramente espiritual, o cortar, sem cessar, as asas do nosso desejo de ver"</p><p style="text-align: justify;">"A Escritura diz: 'o inferno e a perdição estão abertos diante do Senhor' (Pr 15,11). Ela quer dizer a ignorância e o esquecimento do coração. O inferno é a ignorância; a perdição, o esquecimento. Estão escondidas, ambas, porque desapareceram do ser". </p><p style="text-align: justify;">Mais apotegmas <a href="http://www.sophia.bem-vindo.net/tiki-index.php?page=Apotegmas" mce_href="http://www.sophia.bem-vindo.net/tiki-index.php?page=Apotegmas">aqui</a>. </p></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-48373478261759086192010-02-07T10:32:00.002-02:002010-02-07T11:08:08.184-02:00138, entre cardeais e bispos, celebraram em rito antigo<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'times new roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Do blog de <a href="http://blog.ilgiornale.it/tornielli/2010/02/05/138-tra-cardinali-e-vescovi-hanno-celebrato-in-rito-antico/">Andrea Tornielli</a> </span></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'times new roman';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">O site espanhol de <a href="http://www.unavocemalaga.com/">Una Voce Malaga</a> , relançado na ocasião no blog <a href="http://blog.messainlatino.it/">Messa in latino</a>, redigiu um pontual elenco com os nomes – divididos por países – dos cardeais e dos bispos que celebraram ou assistiram a forma “extraordinária” da missa segundo o missal romano antigo (ou, de qualquer forma, das Vésperas solenes segundo a antiga forma) depois da liberação de Bento XVI com o moto proprio Summorum Pontificum. Estes são os dados: Alemanha 3, Argentina 3, Austrália 6, Bégica 1, Brasil 4, Canadá 6, Chile 2, China 1, Colômbia 1, Dinamarca 1, Filipinas 3, França 17, Gabão 2, Itália 15, Irlanda 2, Casaquistão 1, Liechtenstein 1, Mônaco 1, Nigéria 2, Nova Zelândia 1, polônia 7, Reino Unido 9, República Tcheca 1, Espanha 4, Sri Lanka 1, Suíça 2, Hungria 2, EUA 33. Dos 138, 20 são cardeais, 4 espanhóis, 4 americanos e 4 italianos (Antonelli, Piovanelli, Poggi e Scola). Os bispos italianos são 11. Olhando para esse resultado se poderia dizer que é ainda muito pouco. Mas acredito que o olhar mais justo seja aquele de longo período: começou – não obstante a dificuldade, as tensões, as recusas também clamorosas, as polêmicas midiáticas, a rigidez e as reivindicações – um processo positivo, na linha desejada por Bento XVI, aquela da reconciliação e do enriquecimento recíproco entre fiéis que seguem a missa nas duas formas agora previstas do Rito romano. É um sinal, ainda pequeno mas encorajador, dos fruto que estão trazendo o modo de governar o papa Bento: aquele do exemplo, dos pequenos passos, da “reforma” que, para tal, devem partir também de baixo e não podem vir apenas imposta do alto. </span></span><o:p></o:p></span></span></p>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-26744769620859141512010-01-27T17:42:00.001-02:002010-01-27T17:42:46.783-02:00Syllabus e Vaticano II: duas respostas<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><p style="text-align: justify;">No livro organizado por Eric Vatré, <em>La droite du Pèr</em>e (Editions de la Maisnie), o estudioso faz uma pesquisa entre vários pensadores da Igreja católica, concentrando-se principalmente no Concílio Vaticano II e suas questões mais centrais. Decidi postar duas respostas de dois importantes intelectuais para uma pergunta que, vez ou outra, causa alguma espécie de celeuma nos meios católicos. Segue a pergunta e as duas respostas, a primeira do historiador Emile Poulat, a segunda do teólogo Yves Congar.</p><p style="text-align: justify;">- Avez-vous distingué trés tôt une opposition entre les fondements de Vatican II et les préceptes du <em>Syllabus</em>?</p><p style="text-align: justify;">Emile Poulat: Je pense qu’il n’y a pas rupture avec le <em>Syllabus </em>ou, plus précisément, que s’il y a rupture elle est dans le langage mais non dans la doctrine. Personne ne songe à soutenir qu’entre les frmulations dogmatiques des premiers conciles oecuméniques et l’Evangeli, il y a rupture doctrinale; en revanche, il est manifeste qu’il y a rupture de langage. De même, quand on est passé de la doctrine des Péres de l’Eglise, qui était une pensée essentiellement symbolique, à l’aristotélisme, à saint Thomas, à la scolastique, il n’y a pas eu rupture de doctrine mas, à noveau, de langage. Aujourd’hui, nous sommes placés dans la même situation. En revanche, je ne vois pas parmi les Pères de Vatican II, fussent les plus hardis de la majorité, qu’ils aient eu claire conscience des ruptures de langage qu’ils introduisaient. Par ailleurs, quelles que soient les ‘entreprises’ des groupes monoritaires, ‘progressistes’ en particulier, je ne pense pas qu’elles aient permis de ‘manoeuvrer’ le concile comme on manoeuvrer une bicyclette. Au reste, si les ‘manoeuvrer’ savaient ce qu’ils voulaient, ils n’avaient pas pour autant pleine conscience des développements que s’ensuivraient. Personne n’a attaqué <em>Syllabus</em>, mais beaucoup ont pensé qu’il n’était pas le dernier mot de l’Eglise au ‘monde de ce temps’.</p><p style="text-align: justify;">Yves Congar: Il y a deux points de vue différents. Ce n’est pas du tout le même objet quevisait le <em>Syllabus </em>et que vise le décret sur la liberté religieuse. Distinction qui a été mise en évidence dans une brochure excellente du Père de Blignières. Evidemment, les termes emploués dans chacun des deux textes peuvent paraître constradictoires. Ainse, le <em>Syllabus </em>conclut en dénonçant l’idée de réconciliation entre l’Eglise et le monde moderne; tandis que l’aggiornamento de Jean XXIII adoptait la position contraire, sans pour autant défendre le monde moderne dans ce qu’il a de faux – l’I.V.G. entre autre – mais en prenant en compte le domaine scientifique, l’histoire. Le <em>Syllabus</em> et le Vatican II sont donc matériellement contraires mais non dans l’esprit.</p></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-24222816324557698662009-12-15T19:06:00.001-02:002009-12-15T19:14:20.847-02:00Motu proprio “Omnium in Mentem”<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Lucida Grande', 'Lucida Sans Unicode', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 13px; color: rgb(34, 34, 34); "><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; "></span></p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: center; "><strong style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">LITTERAE APOSTOLICAE</strong></p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: center; "><strong style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">MOTU PROPRIO DATAE</strong></p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: center; "><strong style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Quaedam in Codice Iuris canonici immutantur</strong></p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: center; "><strong style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">BENEDICTUS PP. XVI</strong></p></span><p></p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">A Constituição Apostólica <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Sacrae disciplina leges</em>, promulgada em 25 de janeiro de 1983, recordou à atenção de todos que a Igreja, enquanto comunidade ao mesmo tempo espiritual e visível, e ordenada hierarquicamente, necessita de normas jurídicas “a fim de que o exercício das funções a ela confiada por Deus, especialmente a do poder sagrado e a da administração dos sacramentos, possa ser adequadamente organizado”. Em tais normas é necessário que resplandeça sempre, por um lado, a unidade da doutrina teológica e da legislação canônica e, por outro, a utilidade pastoral das prescrições, mediante as quais as disposições eclesiásticas são ordenadas ao bem das almas.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">A fim de garantir mais eficazmente seja esta necessária unidade doutrinal, seja a finalidade pastoral, por vezes a suprema autoridade da Igreja, depois de ter ponderado as razões, determina oportunas alterações das normas canônicas, ou introduz nelas algumas inclusões. Esta é a razão que Nos leva a redigir a presente carta, que diz respeito a duas questões.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">Em primeiro lugar, nos cânones 1008 e 1009 do <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Código de Direito Canônico</em> sobre o sacramento da Ordem, se confirma a distinção essencial entre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial e, ao mesmo tempo, se evidencia a diferença entre o episcopado, presbiterato e diaconato. Portanto, depois que, tendo ouvido os Padres da Congregação para a Doutrina da Fé, o nosso venerado Predecessor João Paulo II decretou que se deveria alterar o texto do número 1581 do <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Catecismo da Igreja Católica</em> para refletir mais adequadamente a doutrina sobre os diáconos da Constituição Dogmática <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Lumen Gentium</em> (n º 29) do Concílio Vaticano II, também Nós julgamos que se deva aperfeiçoar a norma canônica que resguarda esta mesma matéria. Portanto, após ouvir o parecer do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, estabelecemos que as palavras dos supra citados cânones sejam modificadas como subseqüentemente indicado.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">Além disso, dado que os sacramentos são os mesmos para toda a Igreja, é de competência apenas da suprema autoridade aprovar e definir os requisitos para sua validade, e também determinar o que diz respeito ao rito que deve ser observado na celebração do mesmo (cf. cân. 841), coisas que certamente valem também para a forma que deve ser observada na celebração do matrimônio, se ao menos uma das partes tiver sido batizada na Igreja Católica (cf. cân. 11, 1108).</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">O Código de Direito Canônico determina, porém, que os fiéis que se separaram da Igreja com “ato formal” não estão vinculados às leis eclesiásticas relativas à forma canônica do matrimônio (cf. cân. 1117), à dispensa do impedimento de disparidade de culto (cf. cân. 1086) e à licença requerida para os matrimônios mistos (cf. cân. 1124). A razão e o propósito desta exceção à norma geral do can. 11 tinha por escopo evitar que os matrimônios contraídos por aqueles fiéis fossem nulos por defeito de forma, ou por impedimento de disparidade de culto.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">No entanto, a experiência dos últimos anos tem demonstrado, ao contrário, que esta nova lei tem gerado não poucos problemas pastorais. Primeiramente, pareceu difícil a determinação e a configuração prática, nos casos individuais, deste <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">ato formal da separação</em> da Igreja, seja quanto à sua substância teológica, como ao próprio aspecto canônico. Ademais, surgiram muitas dificuldades tanto na ação pastoral quanto na praxe dos tribunais. De fato, se observava que da nova lei parecia nascer, ao menos indiretamente, uma certa facilidade, ou, por assim dizer, um incentivo à apostasia naqueles lugares onde os católicos são escassos em número, ou onde vigoram leis matrimoniais injustas, que estabelecem discriminação entre os cidadãos por motivos religiosos; além disso, ela tornava difícil o regresso daqueles batizados que desejavam firmemente contrair um novo matrimônio canônico, após o fracasso do anterior; enfim, omitindo outro, muitíssimos desses matrimônios tornavam-se, de fato, para a Igreja, matrimônios considerados ilegais.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">Tendo considerado tudo isso e cuidadosamente avaliados os pareceres tanto dos Padres da Congregação para a Doutrina da Fé e do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, como também das Conferências Episcopais que foram consultadas sobre a utilidade pastoral de conservar ou de ab-rogar esta exceção à norma geral do can. 11, mostra-se necessário abolir esta regra introduzida no corpo da lei canônica atualmente em vigor.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">Decretamos, portanto, que se elimine no mesmo <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Código</em> a expressão: “e não separada dela por um ato formal” do can. 1117 , “e não separada dela por um ato formal” do can. 1086 § 1 º, bem como “e não separado dela mesma por um ato formal” do can. 1124.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">Por isso, tendo ouvido sobre o mérito a Congregação para a Doutrina da Fé e do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, e tendo igualmente solicitado o parecer de S. R. E. Nossos Veneráveis Irmãos Cardeais responsáveis pelos Dicastérios da Cúria Romana, decretamos o quanto segue:</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; "><strong style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Art. 1</strong>. O texto da can. 1008 do <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Código de Direito Canônico</em> seja alterado de modo que doravante seja:</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">“Com o sacramento da ordem por instituição divina alguns dentre os fiéis, mediante o caráter indelével com o qual são marcados, são constituídos ministros sagrados; isto é, aqueles que são consagrados e destinados a servir, cada um no seu grau, com novo e peculiar título, o povo de Deus”.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; "><strong style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Art. 2.</strong> O can. 1009 do <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Código de Direito Canônico</em> doravante tenha três parágrafos, dos quais no primeiro e no segundo se manterá o texto do canônico vigente, enquanto o terceiro texto seja redigido de modo que o can. 1009 § 3 assim resulte:</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">“Aqueles que são admitidos na ordem do episcopado ou do presbiterato recebem a missão e a faculdade de agir na pessoa de Cristo Cabeça, os diáconos, ao invés, estão habilitados a servir o povo de Deus na diaconia da liturgia, da palavra e da caridade” .</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; "><strong style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Art. 3</strong>. O texto do can. 1086 § 1 do <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Código de Direito Canônico</em> seja assim modificado:</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">“É inválido o casamento entre duas pessoas, das quais uma é batizada na Igreja Católica ou nela recebida, e a outra não batizada”.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; "><strong style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Art. 4</strong>. O texto do can. 1117 do <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Código de Direito Canônico</em> seja modificado como segue:</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">“A forma supra estabelecida deve ser observada se ao menos uma das partes contraentes do matrimônio for batizada na Igreja Católica ou nela recebida, salvo a disposição do can. 1127 § 2”.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; "><strong style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Art. 5</strong>. O texto do can. 1124 do <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Código de Direito Canônico</em> seja assim modificado:</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">“O matrimônio entre duas pessoas batizadas, das quais uma seja batizada na Igreja Católica ou nela admitida depois do batismo, enquanto o outro, pelo contrário, seja pertencente a uma Igreja ou comunidade eclesial que não esteja em plena comunhão com a Igreja Católica, não pode ser celebrado sem expressa licença da autoridade competente”.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">O quanto deliberamos com esta Carta Apostólica em forma de <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Motu Proprio</em>, ordenamos que tenha força e estável vigência, não obstante qualquer coisa contrária, mesmo se dignas de menção particular, e que seja publicado no comentário oficial <em style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Acta Apostolicae Sedis</em>.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">Dado em Roma, junto a São Pedro, no dia 26 do mês de outubro do ano de 2009, o quinto de Nosso Pontificado.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; ">BENEDICTUS PP XVI</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; line-height: 18px; text-align: justify; "><a href="http://fratresinunum.com/2009/12/15/motu-proprio-omnium-in-mentem-do-santo-padre-o-papa-bento-xvi-com-o-qual-sao-alteradas-algumas-normas-do-direito-canonico-traducao-em-andamento/">Fonte</a></p>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-3161613371606415972009-11-30T18:55:00.008-02:002009-12-02T08:47:54.550-02:00Minaretes e domingos de Advento: "a revanche de Deus"<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'Times New Roman';font-size:medium;"><div style="background-image: initial; background-repeat: initial; background-attachment: initial; -webkit-background-clip: initial; -webkit-background-origin: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font: normal normal normal 13px/19px Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; padding-top: 0.6em; padding-right: 0.6em; padding-bottom: 0.6em; padding-left: 0.6em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; background-position: initial initial; "><p style="text-align: justify;">Mais uma vez a Europa se vê com posições políticas polêmicas no que diz respeito ao Islã no continente. Na Suíça, a <a href="http://www.corriere.it/esteri/09_novembre_30/minareti_vaticano_reazioni_f7eb8308-dda0-11de-a61b-00144f02aabc.shtml">proibição</a> dos minaretes causa espécie entre políticos e comunidades religiosas. De fato, é uma situação delicada, que faz novamente surgir a pergunta: a liberdade religiosa corre, ou correrá, perigo na Europa? Para a Santa Sé, o ato foi "um duro golpe à liberdade religiosa e à integração". Dom <a href="http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=28024">Antonio Maria Vegliò</a>, do Pontifício Conselho de Pastoral para os imigrantes, teme que a atitude leve a conflitos religiosos e seja <a href="http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=28023">imitado</a> por outras nações européias. </p><p style="text-align: justify;">Enquanto isso, na Alemanha, a constituição dá razão à Igreja e <a href="http://www.elpais.com/articulo/economia/Constitucional/aleman/da/razon/Iglesia/prohibe/abrir/tiendas/domingo/elpepueco/20091201elpepueco_10/Tes">proíbe</a> abertura de lojas nos domingos de Advento. Vivendo e aprendendo: a Constituição alemã tem o chamado "artigo eclesiástico" número 139, que redigido na República de Weimar, estabelece que os domingos são fundamentalmente dias de descanso e de "recolhimento espiritual". </p><p style="text-align: justify;">Dois fatos muito interessantes em vista do que se chama por aí de momento "pós-secular" ou "revanche de Deus".</p></div></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-63013207809809230972009-11-25T17:07:00.001-02:002009-11-25T17:08:10.038-02:00"Os baluartes da tradição: a antimodernidade católica brasileira no Concílio Vaticano II"<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><div style="background-image: initial; background-repeat: initial; background-attachment: initial; -webkit-background-clip: initial; -webkit-background-origin: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font: normal normal normal 13px/19px Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; padding-top: 0.6em; padding-right: 0.6em; padding-bottom: 0.6em; padding-left: 0.6em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; background-position: initial initial; "><p>Defendi a tese de doutorado em Ciência das Religiões na UFJF no dia 19 de novembro do ano corrente. Logo que estiver disponível na web aviso. Abaixo segue o resumo do trabalho.</p><p><br /></p><p style="text-align: justify;">Os baluartes da tradição: a antimodernidade católica brasileira no Concílio Vaticano II</p><p style="text-align: justify;">A emergência da modernidade trouxe várias questões para a Igreja Católica Romana. Desde seus primeiros movimentos, a instituição eclesiástica foi ameaçada pelas novas forças emergentes, tanto no plano de seu poder temporal, quanto no plano de seu pensamento teológico. No século XIX delinearam-se duas formas de interpretar os “sinais dos tempos”: uma – de tendência liberal – que entendia que a Igreja deveria se “abrir” às novas disposições, e outra – de tendência conservadora – que via com grande desconfiança o mundo novo que se vislumbrava, defendendo fervorosamente a ordem disciplinar e doutrinal. Ambas tiveram também projeção no Brasil, e já entre a primeira e a segunda metade do século XX foi possível notar as divisões crescentes no catolicismo brasileiro. O Concílio Vaticano II pode ser considerado o campo no qual essas duas linhas compreensivas se cruzaram mais claramente e combateram por maior influência nos rumos do cristianismo. O objetivo principal desta tese é o de apresentar as linhas de pensamento que marcam a tendência conservadora, sua organização e principais ações no interior do Concílio.</p></div></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-55271490888277867552009-11-25T16:34:00.001-02:002009-11-25T16:34:56.072-02:00Tempos sombrios...<div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><div style="background-image: initial; background-repeat: initial; background-attachment: initial; -webkit-background-clip: initial; -webkit-background-origin: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font: normal normal normal 13px/19px Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; padding-top: 0.6em; padding-right: 0.6em; padding-bottom: 0.6em; padding-left: 0.6em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; background-position: initial initial; "><blockquote><p><a href="http://rodrigocoppe.wordpress.com/files/2009/11/arendt-hannah.jpg" mce_href="http://rodrigocoppe.wordpress.com/files/2009/11/arendt-hannah.jpg"><img src="http://rodrigocoppe.wordpress.com/files/2009/11/arendt-hannah.jpg?w=300" mce_src="http://rodrigocoppe.wordpress.com/files/2009/11/arendt-hannah.jpg?w=300" alt="" title="arendt-hannah" width="300" height="209" class="aligncenter size-medium wp-image-398" style="border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; " /></a><br /></p><p style="text-align: justify;">A questão que me importa é de saber a que ponto devemos agarrar-nos à realidade, mesmo num mundo tornado inumano, para que a humanidade não se reduza a uma palavra oca ou a um fantasma. Ou, para dizer mesmo de outra forma, até que ponto se mantém as nossas obrigações para com o mundo quando dele fomos banidos ou dele nos retiramos?</p><p style="text-align: justify;">Hannah Arendt, <i>Homens em tempos sombrios</i> (Ed. Relógio d'água)</p></blockquote></div></span></div>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-52810908735633690482009-11-11T14:28:00.001-02:002009-11-11T14:28:48.428-02:00Comunicado da FSSPX sobre o início dos diálogos com a Santa Sé<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><div style="background-image: initial; background-repeat: initial; background-attachment: initial; -webkit-background-clip: initial; -webkit-background-origin: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font: normal normal normal 13px/19px Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; padding-top: 0.6em; padding-right: 0.6em; padding-bottom: 0.6em; padding-left: 0.6em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; background-position: initial initial; "><p>Segunda-feira, 02 de novembro de 2009, às 12:42h</p><p>Após anos de espera, começaram, na segunda-feira passada, em Roma, as discussões teológicas entre representantes da Santa Sé e representantes da Fraternidade a fim de esclarecer os pontos controversos do Concílio Vaticano II (1962-1965) e a reforma pós-conciliar.</p><p>Muito, muito mesmo depende dessas conversações, que talvez se estendam por muito tempo. Portanto, convocamos todos os católicos a orarem fervorosa e constantemente, para que os próximos anos sejam mais cheios de fé e esperança do que os últimos 45 anos. O Papa João Paulo II falou de uma apostasia silenciosa em seu texto pós-sinodal <em>Ecclesia in Europa</em>, de 28 de junho de 2003; esta deve acabar.</p><p>Lamentamos muito a falta de disposição para o diálogo por parte de representantes importantes do episcopado alemão. Alegramo-nos que o diálogo esteja sendo buscado e desejado na base, sobretudo, por parte dos jovens. A oficina sobre o Concílio Vaticano II organizada pelo grupo<em>Generation Benedikt</em> [Geração Bento], durante a qual o delegado do Distrito Alemão da Fraternidade de São Pio X para o diálogo, Padre Matthias Gaudron, pode discutir de maneira muito construtiva, por cerca de uma hora, com Nathanael Liminski, perante 120 participantes, sobretudo jovens, é mais uma comprovação dessa busca. Percebe-se dentre muitos jovens um despertar para a redescoberta dos tesouros enterrados e das riquezas da Tradição católica. Somente o debate intelectual, através do esforço pela Verdade e pela Graça, pode tirar a Igreja de sua humilhação e conduzi-la a um novo desabrochar.</p><p>Stuttgart, na Festa de Todos os Santos 2009.</p><p>39° Ano de Fundação da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X.</p><p>Padre Franz Schmidberger, Superior Distrital</p><p>Do site <a href="http://fratresinunum.com/2009/11/11/comunicado-de-imprensa-do-distrito-alemao-da-fsspx-sobre-o-inicio-das-discussoes-com-roma/" mce_href="http://fratresinunum.com/2009/11/11/comunicado-de-imprensa-do-distrito-alemao-da-fsspx-sobre-o-inicio-das-discussoes-com-roma/">Frates in unum</a></p><p>Original <a href="http://www.piusbruderschaft.de/aktuelles/offizielle-stellungnahmen/698-distrikt-stellungnahmen/3542-pressemitteilung-zu-den-begonnen-gespraechen-mit-rom" mce_href="http://www.piusbruderschaft.de/aktuelles/offizielle-stellungnahmen/698-distrikt-stellungnahmen/3542-pressemitteilung-zu-den-begonnen-gespraechen-mit-rom">aqui</a></p></div></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-30827749360920046552009-11-09T10:06:00.002-02:002009-11-09T10:08:49.107-02:00CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA ANGLICANORUM COETIBUS<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'Times New Roman';font-size:medium;"><div style="background-image: initial; background-repeat: initial; background-attachment: initial; -webkit-background-clip: initial; -webkit-background-origin: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font: normal normal normal 13px/19px Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; padding-top: 0.6em; padding-right: 0.6em; padding-bottom: 0.6em; padding-left: 0.6em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; background-position: initial initial; "><p style="text-align: justify;">Abaixo segue a nova constituição, em original, para os anglicanos que entram na Igreja católica romana. Sem tempo para tradução, segue em italiano.</p><p style="text-align: justify;">Mais informações sobre os significados da constituição no site do <a href="http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/24627.php?index=24627&lang=po#COSTITUZIONE APOSTOLICA ANGLICANORUM COETIBUS" mce_href="http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/24627.php?index=24627&lang=po#COSTITUZIONE APOSTOLICA ANGLICANORUM COETIBUS">Vaticano</a>.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><a name="COSTITUZIONE APOSTOLICA ANGLICANORUM COETIBUS">COSTITUZIONE APOSTOLICA <em>ANGLICANORUM COETIBUS</em></a></p><p style="text-align: justify;">In questi ultimi tempi lo Spirito Santo ha spinto gruppi anglicani a chiedere più volte e insistentemente di essere ricevuti, anche corporativamente, nella piena comunione cattolica e questa Sede Apostolica ha benevolmente accolto la loro richiesta. Il Successore di Pietro infatti, che dal Signore Gesù ha il mandato di garantire l’unità dell’episcopato e di presiedere e tutelare la comunione universale di tutte le Chiese,<sup>1</sup> non può non predisporre i mezzi perché tale santo desiderio possa essere realizzato.</p><p style="text-align: justify;">La Chiesa, popolo adunato nell’unità del Padre, del Figlio e dello Spirito Santo,<sup>2</sup> è stata infatti istituita da Nostro Signore Gesù Cristo come "il sacramento, ossia il segno e lo strumento dell’intima unione con Dio e dell’unità di tutto il genere umano."<sup>3</sup> Ogni divisione fra i battezzati in Gesù Cristo è una ferita a ciò che la Chiesa è e a ciò per cui la Chiesa esiste; infatti "non solo si oppone apertamente alla volontà di Cristo, ma è anche di scandalo al mondo e danneggia la più santa delle cause: la predicazione del Vangelo ad ogni creatura".<sup>4</sup> Proprio per questo, prima di spargere il suo sangue per la salvezza del mondo, il Signore Gesù ha pregato il Padre per l’unità dei suoi discepoli.<sup>5</sup></p><p style="text-align: justify;">È lo Spirito Santo, principio di unità, che costituisce la Chiesa come comunione.<sup>6</sup> Egli è il principio dell’unità dei fedeli nell’insegnamento degli Apostoli, nella frazione del pane e nella preghiera.<sup>7</sup> Tuttavia la Chiesa, per analogia al mistero del Verbo incarnato, non è solo una comunione invisibile, spirituale, ma anche visibile;<sup>8</sup> infatti, "la società costituita di organi gerarchici e il corpo mistico di Cristo, l'assemblea visibile e la comunità spirituale, la Chiesa terrestre e la Chiesa arricchita di beni celesti, non si devono considerare come due cose diverse; esse formano piuttosto una sola complessa realtà risultante di un duplice elemento, umano e divino."<sup>9</sup> La comunione dei battezzati nell’insegnamento degli Apostoli e nella frazione del pane eucaristico si manifesta visibilmente nei vincoli della professione dell’integrità della fede, della celebrazione di tutti i sacramenti istituiti da Cristo e del governo del Collegio dei Vescovi uniti con il proprio capo, il Romano Pontefice.<sup>10</sup></p><p style="text-align: justify;">L’unica Chiesa di Cristo infatti, che nel Simbolo professiamo una, santa, cattolica e apostolica, "sussiste nella Chiesa Cattolica governata dal successore di Pietro, e dai Vescovi in comunione con lui, ancorché al di fuori del suo organismo si trovino parecchi elementi di santificazione e di verità, che, quali doni propri della Chiesa di Cristo, spingono verso l’unità cattolica."<sup>11</sup></p><p style="text-align: justify;">Alla luce di tali principi ecclesiologici, con questa Costituzione Apostolica si provvede ad una normativa generale che regoli l’istituzione e la vita di Ordinariati Personali per quei fedeli anglicani che desiderano entrare corporativamente in piena comunione con la Chiesa Cattolica. Tale normativa è integrata da Norme Complementari emanate dalla Sede Apostolica.</p><p style="text-align: justify;">I. § 1. Gli Ordinariati Personali per Anglicani che entrano nella piena comunione con la Chiesa Cattolica vengono eretti dalla Congregazione per la Dottrina della Fede all’interno dei confini territoriali di una determinata Conferenza Episcopale, dopo aver consultato la Conferenza stessa.</p><p style="text-align: justify;">§ 2. Nel territorio di una Conferenza dei Vescovi, uno o più Ordinariati possono essere eretti, a seconda delle necessità.</p><p style="text-align: justify;">§ 3. Ciascun<strong> </strong>Ordinariato <em>ipso iure </em>gode di personalità giuridica pubblica; è giuridicamente assimilato ad una diocesi.<sup>12</sup></p><p style="text-align: justify;">§ 4. L’Ordinariato è formato da fedeli laici, chierici e membri d’Istituti di Vita Consacrata o di Società di Vita Apostolica, originariamente appartenenti alla Comunione Anglicana e ora in piena comunione con la Chiesa Cattolica, oppure che ricevono i Sacramenti dell’Iniziazione nella giurisdizione dell’Ordinariato stesso.</p><p style="text-align: justify;">§ 5. Il <em>Catechismo della Chiesa Cattolica</em> è l’espressione autentica della fede cattolica professata dai membri dell’Ordinariato.</p><p style="text-align: justify;">II. L’Ordinariato Personale è retto dalle norme del diritto universale e dalla presente Costituzione Apostolica ed è soggetto alla Congregazione per la Dottrina della Fede e agli altri Dicasteri della Curia Romana secondo le loro competenze. Per esso valgono anche le suddette Norme Complementari ed altre eventuali Norme specifiche date per ciascun Ordinariato.</p><p style="text-align: justify;">III. Senza escludere le celebrazioni liturgiche secondo il Rito Romano, l’Ordinariato ha la facoltà di celebrare l’Eucaristia e gli altri Sacramenti, la Liturgia delle Ore e le altre azioni liturgiche secondo i libri liturgici propri della tradizione anglicana approvati dalla Santa Sede, in modo da mantenere vive all’interno della Chiesa Cattolica le tradizioni spirituali, liturgiche e pastorali della Comunione Anglicana, quale dono prezioso per alimentare la fede dei suoi membri e ricchezza da condividere.</p><p style="text-align: justify;">IV. Un Ordinariato Personale è affidato alla cura pastorale di un Ordinario nominato dal Romano Pontefice.</p><p style="text-align: justify;">V. La potestà (<em>potestas</em>) dell’Ordinario è:</p><p style="text-align: justify;">a. <em>ordinaria</em>: annessa per il diritto stesso all’ufficio conferitogli dal Romano Pontefice, per il foro interno e per il foro esterno;</p><p style="text-align: justify;">b. <em>vicaria</em>: esercitata in nome del Romano Pontefice;</p><p style="text-align: justify;">c. <em>personale</em>: esercitata su tutti coloro che appartengono all’Ordinariato.</p><p style="text-align: justify;">Essa è <em>esercitata in modo congiunto</em> con quella del Vescovo diocesano locale nei casi previsti dalle Norme Complementari.</p><p style="text-align: justify;">VI. § 1. Coloro che hanno esercitato il ministero di diaconi, presbiteri o vescovi anglicani, che rispondono ai requisiti stabiliti dal diritto canonico<sup>13</sup> e non sono impediti da irregolarità o altri impedimenti,<sup>14</sup> possono essere accettati dall’Ordinario come candidati ai Sacri Ordini nella Chiesa Cattolica. Per i ministri coniugati devono essere osservate le norme dell’Enciclica di Paolo VI <em>Sacerdotalis coelibatus</em>, n. 42<sup>15</sup> e della Dichiarazione <em>In June</em>.<sup>16</sup> I ministri non coniugati debbono sottostare alla norma del celibato clericale secondo il can. 277, §1.</p><p style="text-align: justify;">§ 2. L’Ordinario, in piena osservanza della disciplina sul celibato clericale nella Chiesa Latina, <em>pro regula </em>ammetterà all’ordine del presbiterato solo uomini celibi. Potrà rivolgere petizione al Romano Pontefice, in deroga al can. 277, § 1, di ammettere caso per caso all’Ordine Sacro del presbiterato anche uomini coniugati, secondo i criteri oggettivi approvati dalla Santa Sede.</p><p style="text-align: justify;">§ 3. L’incardinazione dei chierici sarà regolata secondo le norme del diritto canonico.</p><p style="text-align: justify;">§ 4. I presbiteri incardinati in un Ordinariato, che costituiscono il suo presbiterio, debbono anche coltivare un vincolo di unità con il presbiterio della Diocesi nel cui territorio svolgono il loro ministero; essi dovranno favorire iniziative e attività pastorali e caritative congiunte, che potranno essere oggetto di convenzioni stipulate tra l’Ordinario e il Vescovo diocesano locale.</p><p style="text-align: justify;">§ 5. I candidati agli Ordini Sacri in un Ordinariato saranno formati insieme agli altri seminaristi, specialmente negli ambiti dottrinale e pastorale. Per tener conto delle particolari necessità dei seminaristi dell’Ordinariato e della loro formazione nel patrimonio anglicano, l’Ordinario può stabilire programmi da svolgere nel seminario o anche erigere case di formazione, connesse con già esistenti facoltà di teologia cattoliche.</p><p style="text-align: justify;">VII. L’Ordinario, con l’approvazione della Santa Sede, può erigere nuovi Istituti di Vita Consacrata e Società di Vita Apostolica e promuoverne i membri agli Ordini Sacri, secondo le norme del diritto canonico. Istituti di Vita Consacrata provenienti dall’Anglicanesimo e ora in piena comunione con la Chiesa Cattolica per mutuo consenso possono essere sottoposti alla giurisdizione dell’Ordinario.</p><p style="text-align: justify;">VIII. § 1. L’Ordinario, a norma del diritto, dopo aver sentito il parere del Vescovo diocesano del luogo, può, con il consenso della Santa Sede, erigere parrocchie personali, per la cura pastorale dei fedeli appartenenti all’Ordinariato.</p><p style="text-align: justify;">§ 2. I parroci dell’Ordinariato godono di tutti i diritti e sono tenuti a tutti gli obblighi previsti nel Codice di Diritto Canonico, che, nei casi stabiliti nelle Norme Complementari, sono esercitati in mutuo aiuto pastorale con i parroci della Diocesi nel cui territorio si trova la parrocchia personale dell’Ordinariato.</p><p style="text-align: justify;">IX. Sia i fedeli laici che gli Istituti di Vita Consacrata e le Società di Vita Apostolica, che provengono dall’Anglicanesimo e desiderano far parte dell’Ordinariato Personale, devono manifestare questa volontà per iscritto.</p><p style="text-align: justify;">X. § 1. L’Ordinario nel suo governo è assistito da un Consiglio di governo regolato da Statuti approvati dall’Ordinario e confermati dalla Santa Sede.<sup>17</sup></p><p style="text-align: justify;">§ 2. Il Consiglio di governo, presieduto dall’Ordinario, è composto di almeno sei sacerdoti ed esercita le funzioni stabilite nel Codice di Diritto Canonico per il Consiglio Presbiterale e il Collegio dei Consultori e quelle specificate nelle Norme Complementari.</p><p style="text-align: justify;">§ 3. L’Ordinario deve costituire un Consiglio per gli affari economici a norma del Codice di Diritto Canonico e con i compiti da questo stabiliti.<sup>18</sup></p><p style="text-align: justify;">§ 4. Per favorire la consultazione dei fedeli nell’Ordinariato deve essere costituito un Consiglio Pastorale.<sup>19</sup></p><p style="text-align: justify;">XI. L’Ordinario ogni cinque anni si deve recare a Roma per la visita <em>ad limina Apostolorum</em> e tramite la Congregazione per la Dottrina della Fede, in rapporto anche con la Congregazione per i Vescovi e la Congregazione per l’Evangelizzazione dei Popoli, deve presentare al Romano Pontefice una relazione sullo stato dell’Ordinariato.</p><p style="text-align: justify;">XII. Per le cause giudiziali il tribunale competente è quello della Diocesi in cui una delle parti ha il domicilio, a meno che l’Ordinariato non abbia costituito un suo tribunale, nel qual caso il tribunale d’appello sarà quello designato dall’Ordinariato e approvato dalla Santa Sede.</p><p style="text-align: justify;">XIII. Il Decreto che erigerà<strong> </strong>un Ordinariato determinerà il luogo della sede dell’Ordinariato stesso e, se lo si ritiene opportuno, anche quale sarà la sua chiesa principale.</p><p style="text-align: justify;">Vogliamo che queste nostre disposizioni e norme siano valide ed efficaci ora e in futuro, nonostante, se fosse necessario, le Costituzioni e le Ordinanze apostoliche emanate dai nostri predecessori, e ogni altra prescrizione anche degna di particolare menzione o deroga.</p><p style="text-align: justify;">Dato a Roma, presso San Pietro, il 4 novembre 2009, Memoria di San Carlo Borromeo.</p><p style="text-align: justify;"><strong>BENEDICTUS PP XVI</strong></p></div></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-25111545597454034042009-11-04T08:06:00.000-02:002009-11-04T08:07:08.794-02:00Corte européia proibe crucifixos em salas de aulas italianas<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><div style="background-image: initial; background-repeat: initial; background-attachment: initial; -webkit-background-clip: initial; -webkit-background-origin: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font: normal normal normal 13px/19px Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; padding-top: 0.6em; padding-right: 0.6em; padding-bottom: 0.6em; padding-left: 0.6em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; background-position: initial initial; "><p style="text-align: justify;">A corte européia de direitos humanos proibiu ontem que as escolas italianas mantenham crucifixos nas salas de aula das escolas públicas do país. </p><div><p style="text-align: justify;"><a href="http://cmiskp.echr.coe.int/tkp197/view.asp?action=html&documentId=857724&portal=hbkm&source=externalbydocnumber&tabl" mce_href="http://cmiskp.echr.coe.int/tkp197/view.asp?action=html&documentId=857724&portal=hbkm&source=externalbydocnumber&tabl">Lautsi v. Italy</a> (application no. 30814/06)</p><p style="text-align: justify;">CRUCIFIX IN CLASSROOMS:</p><p style="text-align: justify;">CONTRARY TO PARENTS’ RIGHT TO EDUCATE THEIR CHILDREN IN LINE WITH THEIR CONVICTIONS AND TO CHILDREN’S RIGHT TO FREEDOM OF RELIGION</p><p style="text-align: justify;">Violation of Article 2 of Protocol No. 1 (right to education)</p><p></p><div style="text-align: justify;">examined jointly with Article 9 (freedom of thought, conscience and religion) </div><div style="text-align: justify;">of the European Convention on Human Rights</div><p></p><p style="text-align: justify;">Under Article 41 (just satisfaction) of the Convention, the Court awarded the applicant 5,000 euros (EUR) in respect of non-pecuniary damage. (The judgment is available only in French.)</p><p style="text-align: justify;">Principal facts</p><p style="text-align: justify;">The applicant, Ms Soile Lautsi, is an Italian national who lives in Abano Terme (Italy). In 2001-2002 her children, Dataico and Sami Albertin, aged 11 and 13 respectively, attended the State school “Istituto comprensivo statale Vittorino da Feltre” in Abano Terme. All of the classrooms had a crucifix on the wall, including those in which Ms Lautsi’s children had lessons. She considered that this was contrary to the principle of secularism by which she wished to bring up her children. She informed the school of her position, referring to a Court of Cassation judgment of 2000, which had found the presence of crucifixes in polling stations to be contrary to the principle of the secularism of the State. In May 2002 the school’s governing body decided to leave the crucifixes in the classrooms. A directive recommending such an approach was subsequently sent to all head teachers by the Ministry of State Education.</p><p style="text-align: justify;">On 23 July 2002 the applicant complained to the Veneto Regional Administrative Court about the decision by the school’s governing body, on the ground that it infringed the constitutional principles of secularism and of impartiality on the part of the public authorities. The Ministry of State Education, which joined the proceedings as a party, emphasised that the impugned situation was provided for by royal decrees of 1924 and 1928. On 14 January 2004 the administrative court granted the applicant’s request that the case be submitted to the Constitutional Court for an examination of the constitutionality of the presence of a crucifix in classrooms. Before the Constitutional Court, the Government argued that such a display was natural, as the crucifix was not only a religious symbol but also, as the “flag” of the only Church named in the Constitution (the Catholic Church), a symbol of the Italian State. On 15 December 2004 the Constitutional Court held that it did not have jurisdiction, on the ground that the disputed provisions were statutory rather than legislative. The proceedings before the administrative court were resumed, and on 17 March 2005 that court dismissed the applicant’s complaint. It held that the crucifix was both the symbol of Italian history and culture, and consequently of Italian identity, and the symbol of the principles of equality, liberty and tolerance, as well as of the State’s secularism. By a judgment of 13 February 2006, the Consiglio di Stato dismissed the applicant’s appeal, on the ground that the cross had become one of the secular values of the Italian Constitution and represented the values of civil life.</p><p style="text-align: justify;">Complaints, procedure and composition of the Court</p><p style="text-align: justify;">The applicant alleged, in her own name and on behalf of her children, that the display of the crucifix in the State school attended by the latter was contrary to her right to ensure their education and teaching in conformity with her religious and philosophical convictions, within the meaning of Article 2 of Protocol No. 1. The display of the cross had also breached her freedom of conviction and religion, as protected by Article 9 of the Convention.</p><p style="text-align: justify;">The application was lodged with the European Court of Human Rights on 27 July 2006.</p><p style="text-align: justify;">Judgment was given by a Chamber of seven judges, composed as follows:</p><p></p><div style="text-align: justify;">Françoise Tulkens (Belgium), President,</div><div style="text-align: justify;">Ireneu Cabral Barreto (Portugal),</div><div style="text-align: justify;">Vladimiro Zagrebelsky (Italy),</div><div style="text-align: justify;">Danutė Jočienė (Lithuania),</div><div style="text-align: justify;">Dragoljub Popović (Serbia),</div><div style="text-align: justify;">András Sajó (Hungary),</div><div style="text-align: justify;">Işıl Karakaş (Turkey), judges,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">and Sally Dollé, Section Registrar.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Decision of the Court</p><p style="text-align: justify;">The presence of the crucifix – which it was impossible not to notice in the classrooms – could easily be interpreted by pupils of all ages as a religious sign and they would feel that they were being educated in a school environment bearing the stamp of a given religion. This could be encouraging for religious pupils, but also disturbing for pupils who practised other religions or were atheists, particularly if they belonged to religious minorities. The freedom not to believe in any religion (inherent in the freedom of religion guaranteed by the Convention) was not limited to the absence of religious services or religious education: it extended to practices and symbols which expressed a belief, a religion or atheism. This freedom deserved particular protection if it was the State which expressed a belief and the individual was placed in a situation which he or she could not avoid, or could do so only through a disproportionate effort and sacrifice.</p><p style="text-align: justify;">The State was to refrain from imposing beliefs in premises where individuals were dependent on it. In particular, it was required to observe confessional neutrality in the context of public education, where attending classes was compulsory irrespective of religion, and where the aim should be to foster critical thinking in pupils.</p><p style="text-align: justify;">The Court was unable to grasp how the display, in classrooms in State schools, of a symbol that could reasonably be associated with Catholicism (the majority religion in Italy) could serve the educational pluralism that was essential to the preservation of a “democratic society” as that was conceived by the Convention, a pluralism that was recognised by the Italian Constitutional Court.</p><p style="text-align: justify;">The compulsory display of a symbol of a given confession in premises used by the public authorities, and especially in classrooms, thus restricted the right of parents to educate their children in conformity with their convictions, and the right of children to believe or not to believe. The Court concluded, unanimously, that there had been a violation of Article 2 of Protocol No. 1 taken jointly with Article 9 of the Convention.</p><p style="text-align: justify;">***</p><p style="text-align: justify;">This press release is a document produced by the Registry; the summary it contains does not bind the Court. The judgments are accessible on its Internet site (<a href="http://www.echr.coe.int/" mce_href="http://www.echr.coe.int/">http://www.echr.coe.int</a>).</p><p style="text-align: justify;">Aqui a versão em <a href="http://cmiskp.echr.coe.int/tkp197/view.asp?action=html&documentId=857731&portal=hbkm&source=externalbydocnumber&table=F69A27FD8FB86142BF01C1166DEA398649" mce_href="http://cmiskp.echr.coe.int/tkp197/view.asp?action=html&documentId=857731&portal=hbkm&source=externalbydocnumber&table=F69A27FD8FB86142BF01C1166DEA398649">francês</a></p></div></div></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-23258180103388586922009-10-27T18:04:00.001-02:002009-10-27T18:06:24.630-02:00Lefebvrianos no Vaticano: encontro de degelo depois de 21 anos<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><div style="background-image: initial; background-repeat: initial; background-attachment: initial; -webkit-background-clip: initial; -webkit-background-origin: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font: normal normal normal 13px/19px Georgia, 'Times New Roman', 'Bitstream Charter', Times, serif; padding-top: 0.6em; padding-right: 0.6em; padding-bottom: 0.6em; padding-left: 0.6em; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; background-position: initial initial; "><p>Texto de Andrea Tornielli no <a href="http://www.ilgiornale.it/interni/lefebvriani_riaccolti_vaticano_lincontro_disgelo_dopo_21_anni/27-10-2009/articolo-id=394077-page=0-comments=1" mce_href="http://www.ilgiornale.it/interni/lefebvriani_riaccolti_vaticano_lincontro_disgelo_dopo_21_anni/27-10-2009/articolo-id=394077-page=0-comments=1">Il Giornale</a> </p><p>Tradução livre</p><p style="text-align: justify;">Roma. O encontro de degelo entre a Santa Sé e os lefebvrianos, o primeiro desde 1988 para discutir sobre temáticas doutrinais, iniciou-se às 9:30 de ontem, no palácio do Santo Ofício, e se alongou até 13:30. Encontraram-se entorno de uma mesa os peritos da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, guiada pelo monsenhor Guido Pozzo, e aqueles da Fraternidade São Pio X, guiada pelo bispo Alfonso de Gallareta. "Em um clima cordial, respeitoso e construtivo - referia-se a Sala de imprensa do Vaticano - foram evidenciados as maiores questões de caracteres doutrinais que serão discutidos no curso dos colóquios que prosseguiram nos próximos meses". "Em particular - continua a nota - se examinarão as questões relativas ao conceito de Tradição, o missal de Paulo VI, a interpretação do Concílio Vaticano II em continuidade com a Tradição doutrinal católica, os termos da unidade da Igreja e dos princípios católicos do ecumenismo, da relação entre Cristianismo e as religiões não-cristãs e da liberdade religiosa". É o elenco das questões doutrinais que os lefebvrianos sustentam como problemáticas e que estão ligadas à interpretação do Concílio. "Ocorreu tudo bem, as dificuldades existem - confia ao Giornale um dos presentes - mas o início foi bom". "Antes do encontro, já há alguns dias os lefebvrianos tinham recebido do Vaticano um conjunto de textos preparatórios com os argumentos em discussão. O debate iniciado ontem vê a Fraternidade sustentar que alguns textos conciliares não são compatíveis com a tradição, enquanto os peritos da Santa Sé afirmam o contrário. Não se pode prever quanto tempo durarão os colóquios - continua a fonte vaticana - decidimos que serão realizados uma vez a cada dois meses, assim nos encontraremos logo depois do natal". Mas nesse intervalo se trabalhará, e alegremente, usando o e-mail para trocar considerações, perguntas, a fim de se chegar na próxima reunião, o quanto possível, com algum ponto em concórdia"</p></div></span>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-24166551455308608362009-10-23T11:37:00.001-02:002009-10-23T11:37:35.595-02:00Em Getsêmeni...<div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 14px; color: rgb(68, 68, 68); line-height: 23px; "><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; text-align: center; "><img class="aligncenter size-medium wp-image-383" title="vangogh" src="http://rodrigocoppe.files.wordpress.com/2009/10/vangogh1.jpg?w=233&h=300" alt="vangogh" width="233" height="300" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 0px; margin-left: auto; display: block; " /></p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; text-align: center; ">Tua claridade é minha escuridão. Eu nada conheço de</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; text-align: center; ">Ti e por mim mesmo, nem posso imaginar como</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; text-align: center; ">proceder para Te conhecer. Se eu Te imagino, estou</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; text-align: center; ">errado. Se eu Te entendo, me engano. Se estou cons-</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; text-align: center; ">ciente e certo de conhecer-Te, sou louco. A escuridão</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; text-align: center; ">basta.</p><p style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; text-align: center; ">Thomas Merton</p></span></div>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7353696990518173259.post-52642269726875652062009-10-15T10:44:00.001-03:002009-10-15T10:47:16.056-03:00O despotismo das massas incautas<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOMT2cDdiFQ4YuzplTOMZgAmyBNbjXjg4n0Hva3MoyXplPfxXb3uWHuGW155XIiJWLWMCuBs-T45FW8qku7Tu0P6A9Rb1oUSNddLUWTwzQO0uhImVpkKXy4gjTsjdXhgT6O3E8j1TgARDQ/s1600-h/tarsilia.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 148px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOMT2cDdiFQ4YuzplTOMZgAmyBNbjXjg4n0Hva3MoyXplPfxXb3uWHuGW155XIiJWLWMCuBs-T45FW8qku7Tu0P6A9Rb1oUSNddLUWTwzQO0uhImVpkKXy4gjTsjdXhgT6O3E8j1TgARDQ/s200/tarsilia.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5392822875075146754" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Falar em “verdade” hoje em dia é praticamente visto como um suicídio intelectual e moral. No campo do senso comum que se quer “esclarecido”, qualquer coisa que se diga e que se referencia um “quê” de verdade daquilo que está sendo afirmado é considerado por muitos como simplesmente mais um ato de intolerância ou fundamentalismo. Há muito a idéia de que não existem verdades, mas sim apenas construções sociais das verdades vêm dominando a cena da cultura de massas e até mesmo alguns meios intelectuais. Não existe uma verdade sobre isso ou aquilo, mas verdades construídas por indivíduos que estão inseridos num tempo. “Tudo é histórico”, e nada mais que isso. De fato, sabemos que necessariamente todo discurso é construído por seres inseridos no tempo. Toda fala é dita de um lugar. A nossa consciência hermenêutica – que parece ter crescido em reflexão e propostas – nos leva a tal conclusão. A verdade só se daria, como diz o filósofo italiano Luigi Pareyson, na interpretação histórica, – de modo expressivo (histórico), mas também de maneira revelativa (ontológica) – contudo, sempre de forma inexaurível. Entretanto, no deserto atual do ser cada um se acha dono da verdade, da sua verdade.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">A imagem que costumo usar para caracterizar o homem desse mundo é aquela de que somos pequenas “igrejinhas de nós mesmos” ou, para usar uma figura mais forte, “ditaduras de si mesmos”. Claro que essa imagem, levada ao extremo da metáfora, foi sendo construída lentamente através de séculos, passando pela Reforma Protestante, a emergência da ciência moderna com o método cartesiano e o empirismo de Hume, pelo pensamento de Kant e pelas noções políticas surgidas na Revolução Francesa e posteriormente consolidadas nos inúmeros Estados liberais-democráticos que emergiram na sua esteira. Criar um mundo novo, que respirasse a liberdade sem qualquer tipo de constrangimento – e naquele período era a religião o instrumento de organização social – levou o homem ocidental a uma situação peculiar. Livre de possíveis abusos daqueles que se situam no exercício do poder constituído – pelo menos naqueles países que se dizem constitucionalistas – tornaram-se propensos a se pensarem como o início e o fim da autoridade, do conhecimento.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Não podemos negar que o homem do século XX chegou a um extremo na sua auto-compreensão: qualquer tipo de autoridade passou a ser entendida como uma barreira que possivelmente impossibilitaria as minhas escolhas pretensamente livres. Tal ideia nos trouxe a uma confusão que impera na cabeça de muitos, principalmente dos mais jovens, sedentos por respostas: autoridade confundindo-se com autoritarismo. E se uma coisa leva a outra, ou é a outra, nada podemos fazer a não ser negar qualquer tipo de autoridade a fim de sermos realmente livres. “Toda autoridade é opressiva, instrumento de legitimação de uma ‘verdade’ construída e opressora, que não deixa margem para a livre capacidade humana de criar, de se criar”, diriam alguns. De fato, poderíamos concluir momentaneamente com o antropólogo René Girard em seu belo livro <i style="mso-bidi-font-style:normal">Coisas ocultas desde a fundação do mundo</i> que “os modernos imaginam que seus mal-estares e seus dissabores provêm de entraves que opõem os desejos aos tabus culturais, aos interditos culturais, e mesmo em nossos dias às proteções legais dos sistemas judiciários”.<span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Não faltaram aqueles pensadores que, no decorrer do processo, viram surgir essa espécie de homem, nem um pouco afeito a se submeter a qualquer verdade, já que todas elas, para ele, são apenas frutos de interditos históricos que devem ser colocados ao chão. Ortega y Gasset, por exemplo, afirmava <st1:personname productid="em seu A" st="on">em seu <i style="mso-bidi-font-style:normal">A</i></st1:personname><i style="mso-bidi-font-style:normal"> rebelião das massas</i> que o século XIX e XX europeu viveram o que chama de ascensão do “homem-massa”. Para o filósofo espanhol, esse homem se caracterizaria principalmente por ser “um homem hermético, que não está verdadeiramente aberto a nenhuma instância superior”. Robert Musil deixa claro as características desse “novo homem” já no título de seu grandioso romance <i style="mso-bidi-font-style:normal">O homem sem qualidades</i>. Em uma das páginas afirmava sobre esse homem: “Qualquer má ação lhe parece boa em algum aspecto. É o possível contexto que vai determinar o que ele pensa de um assunto. Para ele, nada é sólido. Tudo é mutável, parte de um todo, de incontáveis todos, que provavelmente fazem parte de um supertodo, mas que ele absolutamente não conhece. Assim, todas as respostas dele são respostas parciais, cada um de seus sentimentos é apenas um ponto de vista, e para ele não importa o que a coisa é, e sim um secundário ‘como é’”. O poeta T.S Eliot também escreveu algumas palavras sobre esses homens, <i style="mso-bidi-font-style: normal">Os homens ocos</i>: “Nós somos os homens ocos/ Os homens empalhados/ Uns nos outros amparados/ O elmo cheio de nada. Ai de nós!/ Nossas vozes dessecadas,/ Quando juntos sussurramos,/ São quietas e inexpressas/ Como o vento na relva seca/ ou pés de ratos sobre cacos/ Em nossa adega apavorada”. Estaremos a salvo quando esses homens, como zumbis sedentos de sangue, se acreditam como os legítimos portadores da liberdade, já que são, indubitavelmente, a maioria?<span style="mso-spacerun:yes"> </span>Não estaremos fadados assim, como dizia Tocqueville, à “tirania da maioria”, “que sempre tem os gostos e os instintos de um déspota”?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><o:p> </o:p></p>Rodrigohttp://www.blogger.com/profile/13070798438068162973noreply@blogger.com0