Estive no Velho continente por dois meses. Entre estudos para minha tese de doutorado, em Bologna e Roma, e viagens, Firenza, venezia, Berlim, Barcelona, Amsterdam e Paris, pude apreender um pouco do que "essa" Europa. Entre paisagens maravilhosas, igrejas espetaculares (apaixonei-me com a catedral gótica de Barcelona, além da Notre-Dame, claro!), cidades belíssimas (Amsterdam é fantástica!), cultura "per fas et per nefas" ("a torto e a direito", bom que já explico o título do blog...), contrastes chocantes, se vislumbra que a Europa está doente. Sim, o berço do que chamamos de civilização ocidental está mal. Não se enxerga mais, não entende mais seu papel, não vê as oportunidades que se abrem para ser "Europa" com todo o seu vigor. E por que digo isso? Porque ela não aceita sua certidão de nascença. Revoltou-se com seu nascimento, não quer ser cristã, mesmo que seja impossível não sê-la.
Acompanhei de perto todo o problema em torno da visita de Bento XVI a universidade Sapienza. A grosseria do ato dos professores e de um bando de alunos, nostálgicos do "maio de 68" francês que completa esse ano, por sinal, 40 anos, fez com que o papa cancelasse sua aula e demonstrou um ranço laicista e intolerante que abre precedente triste e preocupante. Defendendo uma separação das esferas entre razão e fé, parece-me que os professores e os alunos conflagados contra o papa não sabem é definir, isso sim, o que seja razão, religião, os campos de uma e de outra, a necessidade premente de se pensar um novo contrato civil frente as duas dimensões do ser humano, que pra mim, claramente, fazem parte de uma só, e que, por seu turno, busca apenas uma coisa: a Verdade.
Nós já sabemos quanto o catolicismo e os católicos sofrem perseguições de todos os gêneros no Ocidente. Ser católico transformou-se em um tipo de ofensa à tolerância e à paz entre os povos. Por que? Porque ser católico siginifica acreditar em Jesus Cristo, na sua Verdade, na objetividade de sua mensagem, na sua completude e unicidade. Isso, para os fundamentalistas laicistas e relativistas, como queiram, não pode ser aceito e aprocura de enfraquecer a mensagem cristão vem de várias formas, a mais importante e preocupante através de uma teologia relativista como a de P. Knniter, por exemplo.
A falta de conhecimento sobre o pensamento de Joseph Ratzinger, misturada com informações de uma imprensa medíocre e por mais das vezes anti-católica, resultam em episódiso como esse de janeiro passado. Uma lástima! O discurso do papa, que teria pronunciado na Sapienza, era de um equilíbrio em seu teor, de uma racionalidade tal, que não seria entranho que alunos e professores ficassem vermelhos de vergonha com as suas "cientificidades". Na praça de São Pedro recebi o discurso e li ali mesmo esperando o Angelus. Estonteante. O que Bento XVI pede? Que não deixemos de buscar a verdade, o que é um dos escopos centrais da instituição universitária; que é algo que marca o ser humano como ser humano e renunciar a essa busca é insanidade e loucura. Claro, mensagem muito ácida para os fautores do relativismo insano. Acorde Europa! Assuma quem você é, se não, me parece, a tendência é de uma decadência abissal...Mas, enfim, depois de um período tenebroso sempre vêm uma nova síntese de luz, e penso que ela só será possível a partir do cristianismo, como sempre foi nesses dois mil anos de história européia.
Indicações bibliográficas:
PERA, Marcello; Ratzinger, Joseph. Senza radici: Europa, relativismo, cristianesimo, islam. Milano: Arnoldo Mondadori, 2004
HABERMAS, Jürgen. Tra scienza e fede. Roma-Bari: Laterza, 2006.
Acompanhei de perto todo o problema em torno da visita de Bento XVI a universidade Sapienza. A grosseria do ato dos professores e de um bando de alunos, nostálgicos do "maio de 68" francês que completa esse ano, por sinal, 40 anos, fez com que o papa cancelasse sua aula e demonstrou um ranço laicista e intolerante que abre precedente triste e preocupante. Defendendo uma separação das esferas entre razão e fé, parece-me que os professores e os alunos conflagados contra o papa não sabem é definir, isso sim, o que seja razão, religião, os campos de uma e de outra, a necessidade premente de se pensar um novo contrato civil frente as duas dimensões do ser humano, que pra mim, claramente, fazem parte de uma só, e que, por seu turno, busca apenas uma coisa: a Verdade.
Nós já sabemos quanto o catolicismo e os católicos sofrem perseguições de todos os gêneros no Ocidente. Ser católico transformou-se em um tipo de ofensa à tolerância e à paz entre os povos. Por que? Porque ser católico siginifica acreditar em Jesus Cristo, na sua Verdade, na objetividade de sua mensagem, na sua completude e unicidade. Isso, para os fundamentalistas laicistas e relativistas, como queiram, não pode ser aceito e aprocura de enfraquecer a mensagem cristão vem de várias formas, a mais importante e preocupante através de uma teologia relativista como a de P. Knniter, por exemplo.
A falta de conhecimento sobre o pensamento de Joseph Ratzinger, misturada com informações de uma imprensa medíocre e por mais das vezes anti-católica, resultam em episódiso como esse de janeiro passado. Uma lástima! O discurso do papa, que teria pronunciado na Sapienza, era de um equilíbrio em seu teor, de uma racionalidade tal, que não seria entranho que alunos e professores ficassem vermelhos de vergonha com as suas "cientificidades". Na praça de São Pedro recebi o discurso e li ali mesmo esperando o Angelus. Estonteante. O que Bento XVI pede? Que não deixemos de buscar a verdade, o que é um dos escopos centrais da instituição universitária; que é algo que marca o ser humano como ser humano e renunciar a essa busca é insanidade e loucura. Claro, mensagem muito ácida para os fautores do relativismo insano. Acorde Europa! Assuma quem você é, se não, me parece, a tendência é de uma decadência abissal...Mas, enfim, depois de um período tenebroso sempre vêm uma nova síntese de luz, e penso que ela só será possível a partir do cristianismo, como sempre foi nesses dois mil anos de história européia.
Indicações bibliográficas:
PERA, Marcello; Ratzinger, Joseph. Senza radici: Europa, relativismo, cristianesimo, islam. Milano: Arnoldo Mondadori, 2004
HABERMAS, Jürgen. Tra scienza e fede. Roma-Bari: Laterza, 2006.
2 comentários:
Além do mais, gostaria de elogiar seu texto pela clareza e por levantar o ponto fundamental: a fé cristã choca. Escândalo para uns, loucura para outros, no dizer paulino.
Parabéns pelo excelente texto, e gostaria de manter contato, pois a impressão inicial que tive do seu blog foi das melhores!
Forte abraço!
E o Papa, tão culto, tão cheio de mensagens belas e verdadeiras, barrado em uma universidade que foi construida pela própria Igreja, né?
Perdoe a expressão, mas como é que cospem no prato que comeram?!!
Ser cristão católico hoje é um incômodo mesmo. Depois que me voltei pra Igreja senti isso na pele.
Abraço!
Postar um comentário