Bases temporais para o estudo da Igreja Católica no século XX
O Concílio Vaticano II causou, com seus textos finais, grande comoção no interior da Igreja católica. Perpassado por lutas internas e conflitos doutrinais e ideológicos, os padres conciliares produziram textos calcados em certo “compromisso de pluralismo contraditório”. Tal “compromisso” despertou grandes questões para o magistério eclesiástico e para os católicos, já que uma hermenêutica “correta” dos textos era exigida com o passar do tempo. Dessa forma, no período denominado de “pós-concílio”, a luta pelos significados de seus textos continuou e ainda hoje se faz sentir. Ao analisar os pontificados de João Paulo II e de Bento XVI, muitos historiadores e estudiosos tomam como marco de interpretação apenas o Vaticano II, ou seja, o que cada um deles foi e é em relação ao evento conciliar ou, muitas vezes, à imagem que fazem dele, esquecendo-se de que o próprio concílio encontra-se situado historicamente. Assim sendo, não enxergam nada mais que “reacionarismo” e “conservadorismo” de ambos os papas em relação ao concílio e seu pretenso “espírito”. Interpretando-os dessa forma, portanto, assumem uma perspectiva temporal datada sobre a história da Igreja, correndo o risco de deixarem escapar a complexidade que marca o caminhar da Igreja no século XX.
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1 comentários:
Novamente, meus parabéns pelo texto!
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