Em 6 de agosto de 1978 morria o papa Paulo VI. Alguns textos (La croix, L'Avvenire) sobre a sua morte já saíram ontem mesmo trazendo algumas palavras de Bento XVI. Montini é um nome que causa repulsa tanto em ultraconservadores quanto em liberais. Os ultraconservadores (quando uso esse nome refiro-me a Lefebvre e seu grupo) vêem-no como o papa da Reforma Litúrgica, do novo missal, que joga por terra a missa antiga definida por São Pio V para sempre como forma ordinária de celebração. Um demoniozinho, diríamos assim. Já para os liberais empedernidos, Paulo VI é um traidor da causa de João XXIII e o "espírito" que desejou imprimir nos trabalhos conciliares. Montini é o responsável pela "limitadora" Nota Praevia, que interpretava a colegialidade não de forma extensa, como desejavam. Aquele que contrário aos desejos de "muitos" proclamou "Maria Mãe da Igreja" no final do período conciliar de 1964.
Mas vamos lá: nem demônio nem traidor. A reforma litúrgica legitimou práticas que já se desenvolviam durante todo o século XX, principalmente no pontificado de Pio XII, a partir de sua encíclica Mediator Dei. Claro que não faltaram excessos e exageros a partir do novo missal, contudo, tais excessos não tiram a seriedade e a boa vontade que tal reforma foi posta em caminho pelo papa. Sobre as intervenções do papa em 1964: com as intervenções tomadas no final de 1964, Paulo VI reafirmou o primado papal, um dogma promulgado pelo Vaticano I no século XIX. Nada mais natural. Mas para os liberais era uma afronta à dinâmica da assembléia. O que existe é muita desinformação e falta de estudos das palavras de Montini. Paulo VI foi, isso sim, muito corajoso por colocar as reformas em andamento e reprimir os excessos. Assim, quem quiser aprofundar, é possivel achar os discursos de Paulo VI em português. Sugiro um pequeno livro italiano que reúne os discursos do papa no concílio e no pós-concílio: MALNATI, Ettore. Paolo VI e il Concilio. Strada Valenza: Portalupi, 2006.
1 comentários:
Gostei deste texto, sobre Paulo VI, afinal de contas tenho lido muitas pessoas falando mal deste Papa, devido ter sido ele o Responsável pelo Final do Concílo Vaticano II e a existência da tão menospresada "Missa Nova", odiada por uns e deturpada por outros, sem valorizar o essêncial de um culto, que tem por úinico objetivo adorar um Deus em quer acreditamos de todo o Coração.
Deus na verdade observa é o nosso coração, o culto em si seria uma maneira de abrir este coração, para que pudessemos nos derramar em Deus e receber a plenitude das suas graças.
O Papa Paulo VI, me lembro muito pouco dele, afinal comecei a frenquentar a Igreja, já no Papado de João Paulo II e em pleno vigor do Concílio Vaticano II, apesar de que em nossa cidade, nosso bispo era um Lefebvrista e não aceitava o Concílio em sua totalidade, de certa forma até me sinto agradecido, porque aprendemos a não extrapolar os erros que outros cometeram e que hoje o Papa Bento XVI sobre horrores tentando conciliar os extremistas que se afastam cada vez mais do Centro que é Cristo Jesus.
Rezemos para que estas divergências cheguem a um fim bem Próximo.
Caro Rodrigo, viajaste bastante, conheces pontos interesantes do Cristianismo, e até já conheceste o Fedeli, tens um bom conteúdo escrevendo muito bem, os leitores precisam de informações deste nível para contrabanlançar as fofocas da NET que divulgam somente textos extremistas.
Paz de Jesus.
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