Tornielli fala dos rumores sobre a "reforma da reforma"

Tornielli esclarece os rumores sobre a "reforma da reforma". Abaixo segue versão original. No Frates in Unum a tradução em português.

Cari amici, torno sull’argomento del post che avevo dedicato lo scorso 22 agosto alle questioni discusse dalla plenaria della Congregazione del culto divino riguardanti il recupero di un maggior senso di sacralità nella liturgia. Come saprete e come è stato ricordato, nel pomeriggio di lunedì 24 agosto il vicedirettore della Sala Stampa della Santa Sede, padre Ciro Benedettini (che stimo molto) ha diffuso attraverso la Radio Vaticana una dichiarazione verbale riguardante il tema del mio articolo. Queste le sue parole, misuratissime e studiate: “Al momento non esistono proposte istituzionali riguardanti una modifica dei libri liturgici attualmente in uso”. Questa presunta smentita ha fatto il giro dei blog: più di qualcuno non ha nascosto un pizzico di soddisfazione per il fatto che il sottoscritto sia stato colto il castagna. Inoltre, nell’intervista concessa ieri all’Osservatore Romano, il cardinale Segretario di Stato Tarcisio Bertone ha fatto un riferimento alle fantasiose ricostruzioni su documenti “di retromarcia” rispetto al Concilio, parole che l’agenzia Zenit ha prontamente collegato al mio articolo. Vorrei dirvi che la smentita di padre Benedettini più che dal mio articolo, è stata provocata dalla sua ripresa in molti blog (dopo il caso Williamson, i blog e i siti Internet vengono ora costantemente monitorati dalla Santa Sede) che davano per imminente la “riforma della riforma” e modifiche alla messa in senso più tradizionale. Innanzitutto nel mio articolo non ho mai parlato di riforme imminenti o di documenti già preparati, e nel finale dicevo chiaramente che si trattava dell’inizio di un lavoro. Un lavoro lungo, che non vuole calare le cose dall’alto per imposizione, ma coinvolgere gli episcopati. Parlavo della votazione fatta dalla plenaria della Congregazione , del fatto che il cardinale Canizares ne ha portato i risultati al Papa, del fatto che si sono cominciate a studiare non “proposte istituzionali di modifica dei libri liturgici” quanto indicazioni più precise e rigorose riguardanti la modalità di celebrare con i libri esistenti e in alcuni casi appena pubblicati. Tutto questo per dirvi di non credere a chi oggi scrive che non è in atto nulla, che il Papa e la Congregazione del culto non stanno pensando a nulla, che la “riforma della riforma” e il recupero di una maggiore sacralità della liturgia è una notizia fasulla pubblicata dal sottoscritto. Da quando faccio il vaticanista ho commesso molti errori e molti ne commetterò, ma l’articolo in questione, credetemi, non è tra questi. Del resto il fatto che “al momento” non esistano “proposte istituzionali” di riforma non smentisce che già oggi esistano proposte allo studio non ancora diventate “istituzionali”. E basta leggere ciò che a suo tempo ha scritto il cardinale Ratzinger e ciò che ha scritto Papa Benedetto XVI nella lettera di accompagnamento al motu proprio Summorum Pontificumper rendersi conto di quanto questo tema gli stia a cuore.

Acordo Brasil-Vaticano: Será que a Igreja católica brasileira não deu um tiro no pé? - Parte II

Dois dias depois que finalizava a escrita do post passado, hoje, dia 30 de agosto, a Rádio Vaticano confirmou, de certa forma, meus pressentimentos em relação ao Acordo Brasil-Vaticano e a Lei Geral das Religiões. Não na questão específica da “educação religiosa”, como apontei, mas em aspectos mais gerais. Num editorial em seu site, que trazia como título “Perigo no ar”, a estação do papa demonstra a sua perplexidade com a futura Lei Geral das Religiões. Para o editorial, a lei, que além de poder abrir precedente de ingerência do Estado na prática da fé, coloca no “mesmo rol, por exemplo, um templo de 400 anos, seja de uma igreja cristã ou de uma sinagoga, mas patrimônio cultural da nação brasileira, com uma construção de poucos anos, que até a pouco era um local de diversão. Parece que não se entende do que se legisla e coloca-se no mesmo saco ‘oves et boves’ ”. A Igreja queria o acordo Brasil-Vaticano. Defendeu-o com unhas e dentes. Agora, tem a certeza que o tiro no pé foi dado, quando a Lei Geral das Religiões visa "legislar sobre a religião".

Aqui, o presidente da CNBB faou sobre os acordos e também confirmou nossos pressentimentos. O próprio Dom Dimas Lara Barbosa utiliza a expressão "Tiro no pé".

Acordo Brasil-Vaticano: Será que a Igreja católica brasileira não deu um tiro no pé?

Meu questionamento parte do fato do acordo entre o Brasil e Vaticano. O juízo da Igreja e seus dirigentes em relação à importância dessa concordata é só deles. Não preciso ser mais um que "saiba" o que é bom ou não para a Santa Sé. Esse tipo de falatório, já temos aos montes. A questão, que passou a surgir nas minhas débeis reflexões nesse interím que o documento foi aprovado pela Câmara, é qual preço a Igreja católica brasileira teve e terá que pagar para que a concordata fosse aprovada. Como visto, além do acordo Brasil-Vaticano, foi também aprovada uma lei das religiões. Dois fatos importantes: primeiro, o núncio apostólico recebe a polêmica figura de Fernando Collor para pedir apoio à aprovação do documento. Segundo, sob as pressões da bancada evangélica na Câmara, uma outra lei, similar, senão quase identica - troca-se algumas referências à Igreja romana por outras religiões - também é aprovada. Até que ponto a Igreja brasileira cedeu para que fosse aprovado o acordo defendido?

Clóvis Rossi, hoje na Folha de S. Paulo, trouxe algumas palavras do deputado Chico Alencar , do PSOL do Rio de Janeiro, sobre como se chegou aos acordos e que reverbera, de qualquer modo, meus pressentimentos:"Se o acordo Santa Sé/governo brasileiro já era questionável em vários aspectos, o acordão com setores evangélicos (não a totalidade), patrocinado por quase todos os partidos (inclusive o "oposicionista" DEM), à exceção do PSOL, foi um absurdo. O projeto tramitou numa celeridade inédita (foi apresentado em julho agora) e, com o relator Eduardo Cunha (PMDB-RJ, neoevangélico), avançou a toque de caixa em plenário, sem ter sido nem sequer proposto no colégio de líderes [...] "É o liberou geral. Agora, quem inventar uma "instituição religiosa" terá sua organização obrigatoriamente reconhecida pelo Estado no simples ato de criação, independentemente de lastro histórico e cultural, doutrina, corpo de crença. É o supermercado aberto da "fé". E a "instituição" poderá modificar à vontade suas instâncias. E suas atividades gozarão de todas as isenções, imunidades e benefícios -fiscais, trabalhistas, patrimoniais- possíveis e imagináveis".

A partir das palavras do deputado e do dito "acordão" que foi feito com alguns setores da bancada evangélica para que o acordo Brasil-Vaticano fosse aprovado pergunto-me: Será que a Igreja brasileira, ao se "conchavar" com tais setores para que a concordata fosse aprovada não correu o risco de assim abrir espaço para aqueles evangélicos - pois sabemos que existem evangélicos e evangélicos - que buscam fiéis no "mercado de bens da salvação" brasileiro a partir de um discurso proselitista agressivo e que se pauta por defesa de sua identidade religiosa com ataques - vide o famigerado caso do "chute da santa" - a outras denominações religiosas? Será que o artigo 11, que institui o ensino religioso nas escolas públicas - isto é, o ensino desta ou daquela religião, de acordo com o pedido dos alunos - não abre espaço para uma guerra proselitista no âmbito escolar? Será que a Igreja católica brasileira, que tem os evangélicos de forma geral como a maior ameaça a sua hegemonia, ao assumir tal "acordão" não abriu ainda mais a guarda?Resumindo: Será que a Igreja brasileira, com sua defesa da aprovação do acordo, não deu um tiro no pé?

Cañizares e a "reforma da reforma" de Bento XVI

Cañizares empuja la 'contrarreforma' de Benedicto XVI

Se suponia que el cardenal español Antonio Cañizares Llovera promovido al frente de la Congregación para el Culto Divino y la Disciplina de los Sacramentos, llegaba a Roma para impulsar la contrarreforma litúrgica querida por el Papa. Y no ha tardado mucho en dar pruebas de ello.

Según el vaticanista del diario italiano 'Il Giornale', el pasado el 4 de abril, Cañizares presentó al Papa un documento votado casi unánimemente por el pleno de su dicasterio el 12 de marzo anterior que pretende dar mayor sacralidad al rito de la Misa, recuperar el latín en la celebración, editar misales bilingües, y reelaborar las partes introductorias 'para poner freno a los abusos, experimentos e innovaciones inoportunas".

El documento reafirmaría que el modo usual de recibir la comunión no es en la mano, sino en la boca, y que distribuir la Eucaristía en la palma de la mano, debe considerarse una excepción. También que durante la consagración, al menos, el celebrante mire hacia el Oriente, como sucedía antes de la reforma litúrgica propiciada a partir del Concilio Vaticano II. Y se propone también recuperar la adoración eucarística,.

Estas proposiciones se dicen fieles al documento conciliar Sacrosanctum Concilium, que habría sido ioncomprendido y mal aplicado, y fueron adelantadas en declaraciones de Cañizares a la publicación mensual 30Giorni, a la que dijo que "a veces se ha cambiado por el simple gusto de cambiar respecto a un pasado percibido como del todo negativo y superado. A veces se concibe la reforma como una ruptura y no como un desarrollo orgánico de la Tradición".

La Oficina de Prensa de la Santa Sede desmintió que esté en marcha una reforma litúrgica. El Subdirector Ciro Benedettini indicó que "hasta el momento no existen propuestas institucionales para la modificación de libros actualmente en uso". Una rectificación poco contundente.

El artículo de Tornielli en el diario Il Giornale se titulaba "Ratzinger reforma la Misa: No más la hostia en la mano", y aseguraba que la iniciativa de Cañizares contaba con el visto bueno del Papa. Tras resaltar que el Santo Padre sabe que no sirve de mucho "lanzar directivas desde lo alto, con el riesgo de que sean letra muerta", Tornielli finaliza indicando que el estilo del Pontífice "es el de afrontar las cosas y sobre todo, el ejemplo. Como demuestra el hecho que, desde hace más de un año, quien desea recibir la comunión del Papa, debe arrodillarse sobre el reclinatorio preparado especialmente para las ceremonias".

Se trata de 'enriquecer' mutuamente misa tridentina y misa conciliar, tal como explicaba el Papa en su carta anexa al Motu Proprio Summorum Pontificum que liberalizaba la misa en latín. Y se hará lentamente, sin documentos rimbombantes, mediante el ejemplo y la insistencia en las diócesis, para que por lo menos las misas de las principales celebraciones se vayan haciendo en latín.

En nuestro próximo libro, 'Las tribulaciones del Papa Ratzinger', que aparecerá este otoño, se presta gran atención a este tema, entre los más importantes del programa del Papa Ratzinger durante el cuatrienio ya trascurrido en el trono de Pedro. El capítulo se inicia diciendo: 'Además de convencer al mundo de las bondades del dios cristiano tal como lo entiende la Iglesia Católica, Benedicto XVI está realizando una sutil y pausada 'contrarreforma' en base a la relectura del significado y las propuestas del último concilio, el Vaticano II, algo que en el terreno litúrgico está siendo denominado 'reforma de la reforma' postconciliar'.

Los nueve apartados en los que se hace balance de esta 'primera legislatura' de Benedicto XVI son:

1. REIVINDICACIÓN DE DIOS Y DE CRISTO
2. RELECTURA DEL CONCILIO VATICANO II
3. DEFENSA DE LA VIDA
4. APOYO A LA FAMILIA TRADICIONAL
5. REFORMAS ESTRUCTURALES
6.- PURIFICACIÓN INTERNA
7. PULSO AL RELATIVISMO
8. RELACIÓN CON OTRAS RELIGIONES
9. CRÍTICAS A LA GESTIÓN DEL MUNDO

FONTE: Infordeus

O projeto de Igreja de Bento XVI

Entrevista do Cardeal Bertone, secretário do Estado do Vaticano, publicado no L'Osservatore Romano, sobre o projeto de Igreja de Bento XVI, oferecido pelo La Buhardilla de Jerónimo.

¿Por qué el cardenal Secretario de Estado ha decidido participar, este año, en la celebración del Perdón de Celestino V?
El Secretario de Estado es un obispo y, como primer colaborador del Papa, participa en su misión pastoral para el bien del pueblo de Dios. Después de haber celebrado el rito fúnebre por las víctimas del terremoto, he sido invitado a presidir la inauguración del Año Celestiniano y de la 60º Semana Litúrgica Nacional que debía realizarse en L’Aquila. Acepté con gusto, tanto por la conexión afectiva y espiritual que me une a la tierra abruzzesa como por el tema elegido: el sacramento del perdón, fuerza que vence el mal. Luego, por motivos evidentes, la Semana Litúrgica fue trasladada a Barletta, en Puglia, mientras que la fiesta de la Perdonanza no podía ser celebrada sino allí, en L’Aquila, bajo el signo de la reconciliación que reconstruye la comunión con Dios y con los hermanos, y sana las heridas del cuerpo y del espíritu.
Mi participación, además, se pone en continuidad con la cercanía del Papa a las poblaciones abruzzesas golpeadas por el terremoto. Después de su conmovedora visita a L’Aquila, el Papa ha seguido la acción de la Iglesia que se ha expresado con las generosas contribuciones de muchas diócesis (italianas y no italianas), y se mantiene informado sobre la acción de las instituciones civiles, sobre las ayudas ya dirigidas y también sobre las promesas hechas a nivel internacional con ocasión del G-8. Como todos nosotros, desea que nada haga pensar en lentitud o en falta de compromiso para volver a dar a las personas la posibilidad de retomar una vida familiar normal en sus casas, reconstruidas o arregladas, y en sus actividades económicas y sociales.*

La Perdonanza fue una importante iniciativa de Celestino V para extender con amplitud las indulgencias espirituales, que de este modo eran puestas a disposición también de los cristianos más humildes. ¿Cuál es la atención a los pobres de la Iglesia de Benedicto XVI?
Conocemos la fuerza desencadenante del acto realizado por Celestino V: su don ha impulsado a su inmediato sucesor, Bonifacio VII, a promulgar el Jubileo, con la misma indulgencia extendida a todo el mundo, en un impulso plenario de renovación, de perdón y de indulto incluso a nivel económico y social, además de espiritual. Recordamos las iniciativas mundiales surgidas del Jubileo del 2000.
Si vamos a la actitud de Benedicto XVI hacia los pobres, quisiera subrayar sobre todo su particular atención a los pequeños y a los humildes. Aún siendo un gran teólogo y maestro de doctrina, un importante intelectual y estudioso, que está al nivel de los hombres y mujeres de pensamiento de nuestro tiempo, el Papa Ratzinger se hace entender por todos y está cerca de la gente porque en sus palabras también la gente simple percibe la verdad y capta el sentido de una fe y una sabiduría humana rica en paternidad. Parafraseando una expresión bíblica, podríamos decir con las palabras del salmo 25, que “guía a los humildes en la justicia y enseña a los pobres el camino del Señor”.
Benedicto XVI llega a una multiplicidad de situaciones de pobreza de individuos, familias y comunidades esparcidas por el mundo, tanto directamente como a través de la Secretaría papal o Secretaría de Estado, a través de los organismos encargados de la caridad como la Limosnería apostólica, el Pontificio Consejo Cor Unum y otros, y con ellos distribuye no sólo las ofrendas que recibe de los fieles, de las diócesis, de las congregaciones religiosas y asociaciones benéficas, sino también sus derechos de autor, fruto de su trabajo personal. Se puede decir que realmente, según la definición de san Ignacio de Antioquía, él “preside en la caridad”, guiando con el ejemplo aquel gran movimiento de caridad y de solidaridad planetaria que la Iglesia desarrolla en sus más articulados componentes y ramificaciones capilares.
Finalmente, en la línea de sus predecesores, con un peculiar acento interviene, reclama, despierta, solicita la acción de los Gobiernos y de las organizaciones internacionales para sanar las desigualdades y las discriminaciones más graves en tema de subdesarrollo y de pobreza. Quisiera recordar, entre los innumerables textos, llamados y mensajes, el número 27 de laCaritas in veritate donde denuncia la acentuación de una inseguridad extrema de vida y de crisis alimentaria provocada tanto por causas naturales como por la irresponsabilidad política nacional e internacional: “Es importante destacar, además, que la vía solidaria hacia el desarrollo de los países pobres puede ser un proyecto de solución de la crisis global actual, como lo han intuido en los últimos tiempos hombres políticos y responsables de instituciones internacionales”.*

Usted conoce los consensos que rodean a Benedicto XVI pero también algunas reservas, especialmente sobre la fidelidad al concilio Vaticano II y sobre la reforma de la Iglesia. ¿Le parecen temores infundados?
Para entender las intenciones y la acción de gobierno de Benedicto XVI es necesario hacer referencia a su historia personal – una experiencia variada que le ha permitido cruzar la Iglesia conciliar como verdadero protagonista – y, una vez elegido Papa, al discurso de inauguración del pontificado, al discurso a la Curia Romana del 22 de diciembre de 2005, y a los actos precisos que han sido queridos y firmados por él (y a veces pacientemente explicados). Las otras elucubraciones y los susurros sobre presuntos documentos de “marcha atrás” son pura invención según un cliché estandarizado y obstinadamente repetido.
Quisiera citar sólo algunas instancias del concilio Vaticano II constantemente promovidas por el Papa con inteligencia y profundidad de pensamiento: la relación más comprensiva instaurada con las Iglesias ortodoxas y orientales, el diálogo con el judaísmo y el Islam, con una recíproca atracción que ha suscitado respuestas y profundizaciones nunca antes vistas, purificando la memoria y abriéndose a las riquezas del otro. Y además me complace subrayar la relación directa y fraterna, además de paterna, con todos los miembros del colegio episcopal en las visitas ad limina y en las otras numerosas ocasiones de contacto. Debe recordarse la práctica, por él comenzada, de las intervenciones libres en las asambleas del Sínodo de los obispos con respuestas puntuales y reflexiones del mismo Pontífice. No olvidemos, luego, el contacto directo entablado con los superiores de los dicasterios de la Curia romana con los cuales ha restaurado los encuentros periódicos de audiencia.
En cuanto a la reforma de la Iglesia – que es principalmente una cuestión de interioridad y santidad – Benedicto XVI nos ha vuelto a llamar a la fuente de la Palabra de Dios, a la ley evangélica y al corazón de la vida de la Iglesia: Jesús, el Señor conocido, amado, adorado e imitado como “Aquel en el cual quiso Dios que residiera toda plenitud”, según la expresión de la carta a los Colosenses. Con el primer libro de Jesús de Nazareth, y con el segundo que está preparando, el Papa nos hace un gran don y sella su precisa voluntad de “hacer de Cristo el corazón del mundo”.
No olvidemos lo que ha escrito en la carta a los obispos católicos del pasado 10 de marzo sobre el levantamiento de la excomunión a los obispos consagrados por el arzobispo Lefebvre: “En nuestro tiempo, en el que en amplias zonas de la tierra la fe está en peligro de apagarse como una llama que no encuentra ya su alimento, la prioridad que está por encima de todas es hacer presente a Dios en este mundo y abrir a los hombres el acceso a Dios. No a un dios cualquiera, sino al Dios que habló en el Sinaí; al Dios cuyo rostro reconocemos en el amor llevado hasta el extremo (cf. Jn 13,1), en Jesucristo crucificado y resucitado. El auténtico problema en este momento actual de la historia es que Dios desaparece del horizonte de los hombres y, con el apagarse de la luz que proviene de Dios, la humanidad se ve afectada por la falta de orientación, cuyos efectos destructivos se ponen cada vez más de manifiesto”.*

¿Cuáles han sido las intervenciones significativas en la Curia romana de Benedicto XVI y cuáles podemos esperar todavía?
Benedicto XVI es un profundo conocedor de la Curia romana, donde ha ocupado un rol prominente como Prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe, un observatorio y un dicasterio central por la conexión de las coyunturas con todos los otros organismos de gobierno de la Iglesia. De este modo, ha podido conocer perfectamente personas y dinamismos y seguir el recorrido de los nombramientos realizados bajo el pontificado de Juan Pablo II, a pesar de su alejamiento de las maniobras y del parloteo que a veces se desarrolla en ciertos ambientes curiales, lamentablemente poco imbuidos de verdadero amor a la Iglesia.
Desde el inicio de su pontificado, aún breve, son más de 70 los nombramientos de superiores de los diversos dicasterios, sin contar los de nuevos nuncios apostólicos y de los nuevos obispos de todo el mundo. Los criterios que han guiado las elecciones de Benedicto XVI han sido: la competencia, el genuino espíritu pastoral, la internacionalidad. Están a las puertas algunos nombramientos importantes y no faltarán las sorpresas, sobre todo en relación a la representación de las nuevas Iglesias: África ya ha ofrecido y ofrecerá excelentes candidatos.*

¿Es justo atribuir a la responsabilidad del Pontífice todo lo que ocurre en la Iglesia o es útil, para una correcta información, aplicar el principio de responsabilidad personal?
Se ha difundido la costumbre de imputar al Papa – o, como se dice sobre todo en Italia, al Vaticano – la responsabilidad de todo lo que ocurre en la Iglesia o de lo que es declarado por cualquier exponente o miembro de Iglesias locales, de instituciones o de grupos eclesiales. Esto no es correcto. Benedicto XVI es un modelo de amor a Cristo y a la Iglesia, la personifica como Pastor universal, la guía en el camino de la verdad y de la santidad, indicando a todos la alta medida de la fidelidad a Cristo y a la ley evangélica. Y es justo, para una información correcta, atribuir a cada uno (unicuique suum) la propia responsabilidad por los hechos y palabras, principalmente cuando éstos contradicen patentemente las enseñanzas y los ejemplos del Papa.
La imputabilidad es personal, y este criterio vale para todos, también en la Iglesia. Pero lamentablemente el modo de referir y de juzgar depende de las buenas intenciones y del amor por la verdad de los periódicos y de los medios. He leído recientemente un bello artículo de Javier Marías, que hace una amarga reflexión: “He observado que a una gran parte de la población mundial la verdad ha dejado de importarle. Me temo que me quedé corto y que lo que ocurre es aún más grave: una gran parte de esa población es ya incapaz de distinguir la verdad de la mentira, o, más exactamente, la verdad de la ficción”. Sigue siendo, por eso, todavía más urgente y necesario enseñar la verdad, hacer conocer y amar la verdad sobre sí mismos, sobre el mundo, sobre Dios, convencidos, según la palabra de Jesús, de que “la verdad los hará libres” (Jn. 8, 32).*

¿Puede explicar, tal vez también con algún ejemplo, cómo en la Iglesia de Benedicto XVI la libertad de pensamiento y de investigación van a la par con la responsabilidad de la fe?
En relación a este tema – que es muy importante y central en la Iglesia, y que toca otros binomios estrechamente relacionados, como fe-razón, fe-cultura, ciencia-fe, obediencia-libertad – es necesario volver al ejemplo de la vida y de la experiencia de Joseph Ratzinger, pensador, teólogo y reconocido maestro de doctrina, como he dicho. No se puede separar, obviamente, su praxis y su estilo de gobierno de las convicciones más profundas que han alimentado y marcado su comportamiento como estudioso e investigador. A su largo recorrido de intelectual, muy activo en las cátedras universitarias y en los medios, se añadieron sucesivamente dos formidables responsabilidades: primero, la de prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe, y luego, la de Pastor supremo de la Iglesia Católica. Es evidente que estas dos funciones han marcado las enseñanzas y los actos del cardenal y del Papa, orientándolos aún más eficazmente, si se puede decir así, a una interacción y sinergia entre la libertad fundamental de pensamiento y de búsqueda y la responsabilidad del acto de fe y de la adhesión de fe al Dios que se revela, que habla y nos llama a ser “nuevas creaturas”.
Por lo tanto, no se trata de una contraposición o una separación sino una armonía para buscar, para construir con la inteligencia del amor. Tal es la actitud de Joseph Ratzinger cuando habla a organismos como la Pontificia Comisión Bíblica, la Comisión Teológica Internacional, la Pontificia Academia de las Ciencias, la Pontificia Academia para la vida, y así sucesivamente, o bien cuando dialoga con estudiosos y pensadores particulares. Pide a los teólogos que no se desarraiguen de la fe de la Iglesia para ser verdaderos teólogos católicos, y ha elogiado – en Aosta, el pasado 25 de julio – “la gran visión que después tuvo también Teilhard de Chardin: al final tendremos una auténtica liturgia cósmica, en la que el cosmos se convierta en hostia viva”. Después de haber explicado que el saber no es nunca solamente obra de la inteligencia, y que el saber es estéril sin el amor, concluye: “Las exigencias del amor no contradicen las de la razón. El saber humano es insuficiente y las conclusiones de las ciencias no podrán indicar por sí solas la vía hacia el desarrollo integral del hombre. Siempre hay que lanzarse más allá: lo exige la caridad en la verdad. Pero ir más allá nunca significa prescindir de las conclusiones de la razón, ni contradecir sus resultados. No existe la inteligencia y después el amor: existeel amor rico en inteligencia y la inteligencia llena de amor” (Caritas in veritate, n.30).*

¿Considera que es fácil o difícil describir la acción y el pensamiento de Benedicto XVI, llegados al quinto año de pontificado?
Sinceramente considero que sería muy fácil para los periodistas describir la acción y el pensamiento de Benedicto XVI. Hojeando los volúmenes de sus Insegnamenti o los textos publicados en L’Osservatore Romano – que siempre transmite fielmente las intervenciones, a veces también espontáneas y ricas en inmediatez y actualidad – no sería difícil reconstruir su proyecto de Iglesia y de sociedad, coherentemente inspirado en el Evangelio y en la más auténtica tradición cristiana. Benedicto XVI tiene una visión límpida y quisiera impulsar a los individuos y a las comunidades a una vida divina y humanamente armónica, con la teología del et y la espiritualidad del “con”, nunca del “contra”, a menos que se trate de las terribles ideologías que han llevado a Europa a los abismos del siglo pasado. Bastaría ser igualmente límpidos y fieles, refiriendo sine glossa, es decir sin añadir interpretaciones torcidas, sus auténticas palabras y sus gestos de padre del pueblo de Dios.*

Una última pregunta, ¿cómo nació la idea del Año Sacerdotal?
Recuerdo que, después del Sínodo de los Obispos sobre la Palabra de Dios, sobre el escritorio del Papa había una propuesta, ya presentada antes, para un año de la oración que, de por sí, estaba bien conectada con la reflexión sobre la Palabra de Dios.
Sin embargo, la ocasión del 150º aniversario de la muerte del Cura de Ars y la aparición de problemáticas que han afectado a muchos sacerdotes, han movido a Benedicto XVI a promulgar el Año Sacerdotal, demostrando de este modo una atención especial con los sacerdotes, con las vocaciones sacerdotales, y promoviendo en todo el pueblo de Dios un movimiento de creciente afecto y cercanía a los ministros ordenados. Ellos son, sin duda, la columna vertebral de las Iglesias locales y los primeros cooperadores del obispo en la misión del anuncio de la fe, de la santificación y de la guía del pueblo de Dios. El Papa ha demostrado siempre una gran cercanía y afabilidad hacia los sacerdotes, sobre todo en los diálogos espontáneos, ricos en experiencia e indicaciones concretas sobre su vida, y con respuestas puntuales a sus preguntas. El Año Sacerdotal está suscitando un gran entusiasmo en todas las Iglesias locales y un movimiento extraordinario de oración, de fraternidad hacia y entre los sacerdotes, y de promoción de la pastoral vocacional. Además, se está robusteciendo el tejido del diálogo, a veces empañado, entre obispos y sacerdotes, y está creciendo una atención especial también hacia los sacerdotes reducidos a una posición marginal en la acción pastoral. Se desea también que surja un restablecimiento de contacto, de ayuda fraterna y posiblemente de reunión con los sacerdotes que, por diversos motivos, han abandonado el ejercicio del ministerio. Muchas iniciativas están dirigidas a reforzar la conciencia de la identidad y de la misión sacerdotal, que es esencialmente una misión ejemplar y educativa en la Iglesia y en la sociedad. Los santos sacerdotes que han poblado la historia de la Iglesia no dejarán de proteger y sostener el camino de renovación propuesto por Benedicto XVI.


Abusos persistem (sobre a liturgia)

Dom Aloísio Roque Oppermann, arcebispo de Uberaba, no jornal O Lutador, 1 de setembro 2009.

Abusos persistem

Durante a sessão do Concílio vaticano II, em outubro de 1963, a maioria dos Padres novos (en os quais eu me encontrava)procurou aplicar na prática ue se aprovava em Roma. Nós líamos no jornal, hoje, o que tinha sido votado pelos bispos, a repseito da Liturgia, e amanhã já aplicávamos. Era uma grande falta de preparo disciplinar. Não esperávamos a aprovação do papa, nem a promulgação da 'Sacrosanctum Concilium', nem muito menos a sua regulamentação. posso, no entanto, garantir que fazíamos isso, não movidos pela má fé. Naquela época vigia uma espécie de 'vácuo' de regras claras. Em assuntos de liturgia, tudo se considerava em fase de experiência. Quase todo celebrante se considerava habilitado para inovar, criar, mudar e acrescentar. Não sem razão, muitos fiéis manifestavam o seu descontentamento, e a sua estranheza. Depois de melhores estudos, aos poucos a disciplina tornou a vigorar. Descobrimos, sim, que a criatividade, é muito importante, para haver boas celebrações. mas para o bem dos fiéis, foi preciso reconhecer que as regras, os ritos estabelecidos, precisavam se rigorosamente observados. O rito não pode ficar à mercê da vontade do celebrante, sobretudo quando se trata da Missa. Mas resquícios daquela indisciplina pós-conciliar ainda sobrevivem. Apesar de o Concílio ter determinado que 'regular a sagrada liturgia compete unicamente à autoridade da Igreja, a qual reside na Sé Apostólica...' (SC, 22, 1), muitos ainda ultrapassam sua própria autoridade. Fazem leigos rezarem partes da Oração Eucarística (não entenderam que as Anáforas sã uma oração presidencial); dizem 'abençoe-nos o Deus todo-poderoso' (não sabem que fazem as vezes de Cristo-cabeça, que em seu nome abençoa os fiéis); fazem shows de pirotecnia que não são parte da celebração (em vez de celebrara Cristo, celebram-se a si mesmos); não usam o missal, 'inventando' orações de sua própria lavra (esquecem-se até de invocar o Espírito Santo); não usam as vestes litúrgicas prescritas pela Igreja (desprezam o que pede o papa, mas obrigam os fieís a aceitar suas invenções); após a consagração, interrompem a Missa para abrir espaço à adração ao Santíssimo (esta só tem lugar fora da celebração). É muito melhor celebrar como pede a Santa Igreja. Só assim está garantida a verdadeira piedade, o sagrado, enfim, o mistério divino.

Sobre o desmentido da Sala de Imprensa do Vaticano

As informações dadas por Tornielli (veja post abaixo) sobre a "reforma da reforma litúrgica" foi desmentida pela Santa Sé. Contudo, como nos diz o blog La Bahardilla de Jerónimo, isso pode ser apenas mais um sinal da confirmação da "reforma". Reproduzo o texto daquele blog.


Sobre la desmentida de la Oficina de Prensa

“Por el momento, no existen propuestas institucionales referentes a una modificación de los libros litúrgicos en uso”, fue la afirmación del Padre Ciro Benedettini, vicedirector de la Oficina de la Prensa de la Santa Sede, que pareció dejar atrás la importante noticia publicada por Andrea Tornielli el pasado sábado, una noticia que suscitó tanta alegría en muchos católicos como desconcierto en otros. Habría que aclarar, basándonos en la experiencia, que este tipo de “desmentidas de rutina” lanzadas por la Oficina de Prensa no implican, en la mayoría de los casos, una inexistencia de los asuntos que se desmienten. Basta recordar que el tan mencionado “indulto para celebrar la Misa tridentina” (que luego tomaría el nombre y la forma de “Motu Proprio Summorum Pontificum”) fue desmentido en varias ocasiones por la Oficina de Prensa, incluso semanas antes de su publicación. Se puede pensar también en el tan rumoreado nombramiento del Cardenal Cañizares como Prefecto de la Congregación para el Culto Divino, que fue negado una y otra vez, incluso por el mismo involucrado. Finalmente, se puede recordar el reciente asunto de la tumba de San Pablo Apóstol: el Cardenal Arcipreste de la Basílica de San Pablo negó la existencia de eventuales investigaciones del sarcófago tan sólo unos días antes de que el mismo Santo Padre anunciara sus resultados. Por otro lado, a favor de la veracidad de la noticia publicada por Tornielli, tenemos un elemento clave: el pensamiento de nuestro actual Sumo Pontífice. Quien lo haya leído, quien lo haya escuchado, sabe cuán importante ha sido y es para él la Liturgia. Esto se vislumbra en el conjunto de su obra, en la gran variedad de sus intervenciones, pero si quisiéramos elegir una frase representativa, podríamos recordar ésta:“Estoy convencido de que la crisis que estamos viviendo hoy en la Iglesia se debe en gran medida a la desintegración de la liturgia”. Y, al respecto, podemos pensar que dos de los periodistas que más lo han conocido y que han llegado a escribir libros con él, Vittorio Messori y Peter Seewald, pronosticaron una intervención en el tema del nuevo Papa cuando la Providencia quiso elevar a la Sede de Pedro al anciano cardenal alemán. Por último, hay que aclarar que sería engañoso pensar que podemos esperar del Papa Benedicto fortísimas intervenciones que, sin previa consulta y en tiempos apresurados, obligaran a todos con la más estricta fuerza de ley. Quien erróneamente pronosticaba esto al comienzo del pontificado benedictino ciertamente estaba equivocado pero por desconocer la personalidad y el estilo de Joseph Ratzinger, un estilo que con tanta claridad describen quienes han trabajado cerca de él en la Congregación para la Doctrina de la Fe. Su estilo consiste en consultar, profundizar, debatir, buscar el consenso, realizar una síntesis de las diversas opiniones, sin alejarse nunca de lo que considera necesario para la vida de la Iglesia. Su estilo es también, al contrario de lo que manifestaban las injuriosas caricaturas del “Panzer cardinal”, la paciencia del amor que con tanta precisión describe don Nicola Bux en su último libro. En conclusión, teniendo en cuenta tanto el pensamiento de Joseph Ratzinger-Benedicto XVI y su manera de actuar así como también el talante y el plan de trabajo del Cardenal Cañizares, su “ministro de Liturgia”, podemos creer que efectivamente, en el seno de la Congregación de Culto, se está realizando un sereno pero eficiente trabajo que aspira, en principio, a recuperar parte de lo que se ha perdido en los turbulentos años post-conciliares en materia litúrgica según la “hermenéutica de la continuidad” que promueve Benedicto XVI. Esto se ve confirmado, además, por algunas voces autorizadas que, desde Roma, han confirmado hace algún tiempo a esta Buhardilla que el dicasterio vaticano de Liturgia está trabajando en este sentido por decisión del Santo Padre aunque, ciertamente, también se admite que esto requerirá tiempo.Finalmente, es curioso el hecho de que, precisamente cuando la Sala de Prensa lo niega, Il Giornale (el periódico donde escribe Tornielli) vuelva a insistir en el tema presentando las 5 novedades, contenidas en el documento entregado al Papa, e informando que ahora han pasado al análisis de obispos y cardenales de la Congregación para el Culto Divino. De este modo, queda confirmado tanto el trabajo del dicasterio como la necesidad de tiempo en sus diversas etapas. He aquí nuestra traducción de los 5 puntos que ofrece hoy el diario italiano


“A. Se intenta revisar la parte introductoria del Misal poniendo más frenos a la creatividad, y subrayando el sentido de lo sagrado y la importancia de la adoración.


B. Se prevé, en el futuro, la re-publicación de todos los misales bilingües, con el texto latino en el frente.


C. Se quiere contener la práctica, ya difundidísima, de dar la Comunión en la mano, recordando que se trata de una concesión extraordinaria pero que el modo normal de recibir la Hostia es en la boca.

D. Se pide que, en las solemnidades, se vuelva a celebrar en latín, también según el nuevo rito

E. Se subraya la importancia para el celebrante de dirigirse hacia Oriente, al menos durante la consagración eucarística, como ocurría en la praxis anterior a la reforma, cuando tanto fieles como sacerdote miraban hacia la cruz y el sacerdote daba la espalda a la asamblea.”

Ratzinger riforma la messa. Basta con l’ostia sulla mano

Fonte: Andrea Tornielli no Il Giornale.

Damian Thompson também reverberou a notícia.

Tradução em português no blog FratresinUnum

Roma. Il documento è stato consegnato nelle mani di Benedetto XVI la mattina del 4 aprile scorso dal cardinale spagnolo Antonio Cañizares Llovera, Prefetto della Congregazione per il Culto Divino. È l’esito di una votazione riservata, avvenuta il 12 marzo, nel corso della riunione «plenaria» del dicastero che si occupa di liturgia e rappresenta il primo passo concreto verso quella «riforma della riforma» più volte auspicata da Papa Ratzinger. Quasi all’unanimità i cardinali e vescovi membri della Congregazione hanno votato in favore di una maggiore sacralità del rito, di un recupero del senso dell’adorazione eucaristica, di un recupero della lingua latina nella celebrazione e del rifacimento delle parti introduttive del messale per porre un freno ad abusi, sperimentazioni selvagge e inopportune creatività. Si sono anche detti favorevoli a ribadire che il modo usuale di ricevere la comunione secondo le norme non è sulla mano, ma in bocca. C’è, è vero, un indulto che permette, su richiesta degli episcopati, di distribuire l’ostia anche sul palmo della mano, ma questo deve rimanere un fatto straordinario. Il «ministro della liturgia» di Papa Ratzinger, Cañizares, sta anche facendo studiare la possibilità di recuperare l’orientamento verso Oriente del celebrante almeno al momento della consacrazione eucaristica, come accadeva di prassi prima della riforma, quando sia i fedeli che il prete guardavano verso la Croce e il sacerdote dava dunque le spalle all’assemblea. Chi conosce il cardinale Cañizares, soprannominato «il piccolo Ratzinger» prima del suo trasferimento a Roma, sa che è intenzionato a portare avanti con decisione il progetto, a partire proprio da quanto stabilito dal Concilio Vaticano II nella costituzione liturgica Sacrosanctum Concilium, che è stata in realtà superata dalla riforma post-conciliare entrata in vigore alla fine degli anni Sessanta. Il porporato, intervistato dal mensile 30Giorni, nei mesi scorsi aveva detto a questo proposito: «A volte si è cambiato per il semplice gusto di cambiare rispetto a un passato percepito come tutto negativo e superato. A volte si è concepita la riforma come una rottura e non come uno sviluppo organico della Tradizione». Per questo le «propositiones» votate dai cardinali e vescovi alla plenaria di marzo prevedono un ritorno al senso del sacro e all’adorazione, ma anche un recupero delle celebrazioni in latino nelle diocesi, almeno durante le principali solennità, così come la pubblicazione di messali bilingui - una richiesta, questa fatta a suo tempo da Paolo VI - con il testo latino a fronte. Le proposte della Congregazione che Cañizares ha portato al Papa, ottenendone l’approvazione, sono perfettamente in linea con l’idea più volte espressa da Jopseph Ratzinger quando ancora era cardinale, come attestano i brani inediti sulla liturgia anticipati ieri dal Giornale, che saranno pubblicati nel libro Davanti al Protagonista (Cantagalli), presentato in anteprima al Meeting di Rimini. Con un nota bene significativa: per l’attuazione della «riforma della riforma» ci vorranno molti anni. Il Papa è convinto che non serva a nulla fare passi affrettati, né calare semplicemente direttive dall’alto, con il rischio che poi rimangano lettera morta. Lo stile di Ratzinger è quello del confronto e soprattutto dell’esempio. Come dimostra il fatto che, da più di un anno, chiunque vada a fare la comunione dal Papa, si deve genuflettere sull’inginocchiatoio appositamente preparato dai cerimonieri.


Relações perigosas

Na semana passada (preste atenção na fonte da notícia) o núncio apostólico no Brasil - uma espécie de embaixador do Vaticano - Dom Lorenzo Baldisseri recebeu Fernando Collor de Mello na nunciatura para uma conversinha sobre o acordo entre o Brasil e a Santa Sé. no final do papo, Collor deu ao núncio um texto que pronunciou no Senado sobre a encíclica Caritas in Veritate. Para mim, dois fatos, no mínimo, interessantes: misturar Collor com a questão do acordo é dar banana pra macaco: "São as relações 'promíscuas' entre a Igreja e os 'velhos coronéis' de sempre", insistiriam aqueles que veem a história e as relações humanas somente através das lentes da "luta de classes" misturado com o "ópio do povo". Contudo, mesmo que seja interesse da Igreja que esse acordo seja aprovado, e é, aproximar-se de Collor não é uma das atitudes que a prudência nos instaria. Bastaria saber: Collor foi designado para tal encontro ou convocado por Dom Baldisseri? A resposta já desanuviaria um pouco a fumaça que levanta das questões envolvidas. O segundo fato: Collor falando sobre o amor e a verdade e defendendo a ética e a dignidade da pessoa humana. Vamos todos agradecê-lo pelo discurso e, principalmente, pelo grande testemunho que deu e ainda dá em seu trabalho no Senado Federal na defesa dos pobres e necessitados.

Acordo da Santa Sé com o Brasil não fere a Constituição, afirma presidente da CNBB

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha, voltou a afirmar nesta quinta-feira, 20, que o acordo sobre o Estatuto Jurídico da Igreja Católica do Brasil, assinado em novembro do ano passado pela Santa Sé e pelo Brasil, não fere a Constituição Brasileira nem concede privilégios à Igreja Católica.

“O acordo não fere em nada a Constituição Brasileira nem o Estado Laico, nem pretende conseguir privilégios para a Igreja Católica. A rigor, não há elementos novos no Acordo. Ele congrega num único instrumento jurídico, o que já está contido na Constituição Brasileira, na legislação do país e na jurisprudência”, afirmou dom Geraldo Lyrio, durante a entrevista coletiva concedida na sede da CNBB após o encerramento da reunião do Conselho Episcopal Pastoral da Conferência dos Bispos.
O vice-presidente da Conferência, dom Luiz Soares Vieira, e o secretário geral, dom Dimas Lara Barbosa, também participaram da coletiva. Leia, abaixo, os principais trechos da entrevista.



O que muda com o Acordo
Dom Geraldo Lyrio -
A Igreja Católica tem personalidade jurídica. O único reconhecimento de que dispomos é um decreto assinado em 7 de janeiro de 1890, portanto, logo após a Proclamação da República. Este documento se tornou frágil porque usar um documento de 1890 para comprovar a personalidade jurídica da Igreja faz com que haja dificuldades nos processos. Quem propôs o acordo não foi a CNBB. A questão foi levantada pela primeira vez, na década de 1990, por dom Ivo Lorscheiter. A ideia era ter um dispositivo legal mais consistente, do que simplesmente um decreto assinado logo após a Proclamação da República.

Dom GeraldoAcordo polêmico?


Dom Geraldo Lyrio - O Acordo não é polêmico. Alguns é que estão fazendo polêmica em torno dele.Todo o seu conteúdo teve ampla discussão com o Governo Brasileiro. As discussões que se levantam em torno do acordo têm motivações diversas: partidárias, religiosas e ideológicas. Lendo o acordo de maneira isenta, examinando cada artigo, os próprios parlamentares vão perceber que ele não traz nenhuma forma de prejuízo para o Estado Brasileiro. Cada artigo tem sempre a ressalva: “de acordo com a Constituição, de acordo com a legislação”, o que deixa mais evidente o seu teor.


Laicidade do Estado
Dom Geraldo Lyrio –
O acordo não fere em nada a Constituição Brasileira nem o Estado Laico, nem pretende conseguir privilégios para a Igreja Católica. A rigor, não há elementos novos no acordo. Ele congrega, num único instrumento jurídico, o que já está contido na Constituição Brasileira, na legislação do país e na jurisprudência. Ele dá o arcabouço jurídico a esta consideração do Estado Brasileiro com relação ao reconhecimento da personalidade jurídica da Igreja Católica.


O Estado brasileiro é laico desde a Proclamação da República, porém, laicidade não é sinônimo de Estado anti-religioso ou ateu. É preciso também que se distinga Estado de sociedade. O Estado brasileiro é laico, a sociedade brasileira não; pelo contrário, nossa sociedade é profundamente religiosa. Ao Estado laico cabe assegurar a liberdade das diversas expressões religiosas.

Exemplo para outras igrejas e religiões
Dom Geraldo Lyrio -
A assinatura de um acordo desta natureza entre o Estado Brasileiro e a Santa Sé abre as portas para outras formas de convênios que poderiam ser feitos entre o Estado Brasileiro e outras denominações cristãs dentro do seu próprio estatuto jurídico, como também com outras religiões não-cristãs.
Dom LuizDom Luiz Soares - O acordo não quer fechar as portas do diálogo com as outras religiões, pelo contrário. Esta seria uma oportunidade muito boa das outras Igrejas pleitearem um acordo e nós, católicos, as apoiaríamos.

Prática comum
Dom Geraldo Lyrio -
Acordo entre um Estado e Santa Sé não é novidade. O Brasil é um dos poucos países da América Latina que não tem um acordo com a Santa Sé. Mais de 100 Estados, inclusive alguns que não têm tradição católica nem cristã como os Islâmicos, têm acordo com a Santa Sé. Há vários países que têm acordos com diversas denominações cristãs: Alemanha com a Igreja Luterana e outras confissões; a Itália com a Assembleia de Deus, com a Igreja Adventista do Sétimo Dia e outras. A França, país com forte tradição laica, tem acordo com a Santa Sé.

Ensino religioso
Dom Dimas Lara -
Sobre o ensino religioso nas escolas, alguns países europeus reconhecidamente laicos, que têm o acordo com a Santa Sé, têm incluso o ensino religioso em sua grade escolar. Nesses países a Igreja Católica não é excluída de opinar e contribuir para uma melhor educação do país. Na realidade, um acordo deste tipo, longe de ferir, afirma a laicidade do Estado e da maneira mais positiva, pois, não se trata do Estado legislar na vida interna da Igreja, e nem da Igreja querer se impor ao Estado.


Do site da CNBB.

Justiça decide por manter a cruz nas repartições

Depois que o Ministério público Federal brasileiro fez o pedido para que símbolos religiosos - a cruz, na verdade - fossem retirados de suas repartições no Estado de São Paulo, a juíza federal Maria Lúcia Lencastre Ursaia, da 3ª Vara Cível Federal de São Paulo, através de uma liminar, recusou tal pedido. Segundo a juíza, "O Estado laico foi a primeira organização política que garantiu a liberdade religiosa. A liberdade de crença, de culto e a tolerância religiosa foram aceitas graças ao Estado laico e não como oposição a ele. Assim sendo, a laicidade não pode se expressar na eliminação dos símbolos religiosos, mas na tolerância aos mesmos. " Conforme a decisão, a presença de tais símbolos no espaço público não oferece "qualquer ofensa à liberdade de crença, garantia constitucional, eis que para os agnósticos ou que professam crença diferenciada, aquele símbolo nada representa assemelhando-se a um quadro ou escultura, adereços decorativos".

Verão movimentado no Vaticano: termina a"limpeza" da Secretaria de Estado

Do site Infordeus

¿Termina? El viernes pasado, Benedicto XVI destinó al hasta ahora Subsecretario para las Relaciones con los Estados de la Secretaría de Estado del Vaticano, Mons. Pietro Parolin, a Venezuela como Nuncio Apostólico. Era el único superviviente del antiguo equipo del cardenal Sodano, después de la 'purga' del pasado julio. Efectivamente, Un día antes de romperse la muñeca derecha, el Papa había firmado una serie de ceses y nombramientos entre los que destacaba el cese del número dos de la sección de Asuntos Generales de la Secretaria de Estado, un cargo equivalente al de subsecretario de Interior en los gobiernos seculares, y el de otro destacado integrante de lo que se denomina en la Curia la 'Sacra Corona', un grupo de prelados, altos cargos de la burocracia de la Secretaría de Estado, que constituirían un reducto de la tendencia 'postconciliar' abiertamente contraria al papado de Benedicto XVI. Los prelados Caccia, Viganò y ahora Parolin han sido 'promocionados' al Líbano, al gobierno de la Ciudad del Vaticano, y a Venezuela, respectivamente, lejos de sus estratégicos puestos en la Secretaría de Estado. Los cambios parecen consecuencia de la crisis que conmocionó al Vaticano durante el primer trimestre de este año, a raíz del levantamiento de la excomunión a los cuatro obispos lefebvrianos, en la que afloraron graves errores de descoordinación entre la Congregación de Obispos, la Comisión Ecclesia Dei, la Oficina de Información de la Santa Sede y la misma Secretaría de Estado. Parolin, nacido en 1955, había entrado en el servicio diplomático de la Santa Sede en julio de 1986. Trabajó en la representación pontificia en Nigeria y en México, antes de incorporarse a la Sección para las Relaciones con los Estados en la Secretaría de Estado, en la que llegó a Subsecretario en noviembre de 2002. En el puesto de Parolin, el Papa ha elegio a Ettore Balestrero, como nuevo Subsecretario, una persona que desde el 2001 trabajaba ya en la sección. Ell mes pasado hubo otros dos relevos de importancia. Gabriele Giordano Caccia fue sustituido como Asesor para Asuntos Generales, el 'ministerio del Interior' del Vaticano, por al sacerdote estadounidense Peter Brian Wells, que era consejero de nunciatura en esa misma sección y trabajaba desde 2002 en la Secretaría de Estado. Junto a él, el arzobispo Carlo Maria Viganò, hasta entonces delegado para las representaciones pontificias con categoría de nuncio apostólico, y junto a Caccia y Parolin integrante de lo que se denomina irónicamente «Sacra Corona», una especie de 'secretaría' dentro de la Secretaría de Estado, fue alejado de la sección de asuntos generales para 'promocionarle' al cargo administrativo de secretario general de la Gobernación del Estado de la Ciudad del Vaticano. Junto a ellos, otro alto funcionario con rango de consejero de nunciatura en la misma sección, Franco Coppola, fue enviado como nuncio apostólico a Burundi, probablemente también como consecuencia de la crisis. Coppola se ocupaba del Medio Oriente. Se decía que Caccia y Parolin eran realmente los que mandaban en las dos secciones de la Secretaría de Estado, -Asuntos Generales y Relaciones con los Estados- y que lo hacían más que sus respectivos titulares Fernando Filoni y Dominique Mamberti, y más incluso que el propio primer ministro, Tarcisiom Bertone. Veremos cuál es la sintonía con los nuevos subsecretarios Peter Brian Wells y Ettore Balestrero, funcionarios experimentados, y cómo eso mejora los problemas de comunicación internos y los desmadrados pulsos de poder en el Vaticano de los últimos tiempos Otros notorios miembros de la misteriosa 'Sacra Corona', la burocracia diplomática que ostenta el poder 'de facto' de la Curia, son monseñor Polvani, sobrino de Viganò, y Paolo Sardi, también funcionario de alto nivel.

A missa tridentina no Brasil: relações entre fiéis e bispados


missaFoto do blog http://missale.blogspot.com/

Ando pensando em escrever algo sobre o rito romano extraordinário no Brasil. Desde a Summorum Pontificum em 2007, cresceu o pedido pela “missa tridentina” por vários grupos pelo país. Como viram, o tema não é ponto pacífico entre muitos clérigos da alta hierarquia católica brasileira. De fato, omoto proprio de Bento XVI tirou o poder dos bispos no que tange a permissão ou não desta forma do rito romano. Muitos destes bispos e clérigos, próximos de movimentos sociais e das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), veem com desconfiança esses grupos. Não se pode negar que várias vezes tais grupos seguem um tom sectário, o que não ajuda nem às suas próprias exigências, nem mesmo à instituição a que pertencem. A partir de uma pesquisa pela web do termo “Summorum pontificum” nos diversos sites de diversas arquidioceses do Brasil e também na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), constatei uma coisa interessante: nem nos sites das arquidioceses do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e nem mesmo no site da CNBB foram encontrados em seus sistemas de busca qualquer referência ao documento. Já no site da arquidiocese de São Paulo encontra-se o documento completo para consulta. Claro que a alta hierarquia não deseja publicizar a notícia infinitamente. Tem medo de divisões. E o “povo de Deus”? O povo, que é povo, não tem a mínima idéia nem do que seja “missa tridentina”, muito menos um moto proprio. Contudo, é de se perguntar, por exemplo, por que no Rio de Janeiro, onde existem duas igrejas que celebram em tal rito, ou Belo Horizonte, que possui três lugares aonde tembém acontecem essas missas, não encontramos qualquer referência em suas páginas na web. Ainda mais: no Brasil, já são sessenta e oito lugares que desenvolvem a prática. E a CNBB não faz referência ao documento ou ao rito em nenhum espaço em seu site. Nem com os termos “missa tridentina” ou “rito extraordinário” tivemos sucesso. É de se averiguar as relações dos vários bispados o Brasil com esses fiéis que pedem lugares para que se celebrem nessa forma. Qual o grau de autoridade de um documento pontifício no Brasil? Eis a questão.

Comissão aprova acordo Brasil-Vaticano

Christophe Simon/Efe
No Vaticano, Lula se encontra com o papa Bento 16 e discutem projeto para igreja

Segundo reportagem de Renata Mariz no Estado de Minas de hoje (também no Correio Braziliense de ontem), Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou o acordo do Brasil com o Vaticano, faltando apenas a aprovação por votação em plenário. Claro que não faltaram reações, especialmente da bancada evangélica que elaboram uma ação de inconstitucionalidade. Uma das questões mais polêmicas que leva ao desacordo é a do ensino religioso nas escolas públicas de ensino fundamental. A parte que gerou desconfianças da bancada evangélica foi a que dizia que o ensino religioso, "católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa" deverá constituir disciplinados horários normais das aulas. Esse "católico" que vem antes das "confissões" é que gera a celeuma. Outros dois pontos são a questão da imunidade tributária, que não tem nada de novo, já que entidades que desenvolvem trabalhos sociais já a usufruem. E o terceiro e último ponto da discórdia é sobre os "ajustes adicionais". Nele afirma-se que tal acordo "poderá ser complementado por ajustes concluídos entre as partes".

Claro que hoje não faltariam aqueles que fariam os seus comentários sobre o fato. Mas na mídia geral, é de assustar a falta de compreensão referente à teologia e à doutrina católica sobre o Estado. Hélio Schwartsman, por exemplo, cita a Vehementer nos (1906) de Pio X - que afirma que a separação da Igreja e do Estado é "tese absolutamente falsa" e "erro pernicioso" para basear sua idéia de que o Vaticano é bem mais intolerante nessa matéria do que a CNBB e que "tal carta nunca foi atualizada". Parece que Schwartsman esquece do famigerado Concílio Vaticano II, que com seu documento Dignitates Humanae apresentou uma Igreja - sem negar sua missão imanente de evangelizar - defensora das liberdades civis, principalmente a liberdade religiosa, o que levou, posteriormente, a um conflito cada vez mais duro com os partidários de Pio X, isto é, os lefebvristas e tradicionalistas em geral.

Por que o medo, Excelência Reverendíssima?

As pendengas envolvendo padres que desejam celebrar a "missa antiga" e seus bispos também dispontam no Brasil. Segundo matéria de Luciano Assis (que contém alguns erros: João XXIII não assinou os documentos do Vaticano II, muito menos em 1969!; além disso, falar que Bento XVI é um "tradicionalista declarado" é pra lá do nonsense), um grupo de jovens - o Grupo de Estudos Santo Antônio - lançou várias críticas a vários padres de americana e ao próprio bispo de Limeira, D. Vilson Dias de Oliveira, que é considerado um opositor da prática litúrgica tridentina. O ponto interessante é o espanto do bispo ao saber que é um "grupo de jovens" que pede para que o moto proprio Summorum Pontificum seja cumprido: "Me espanta o fato desse grupo ser formado por pessoas tão jovens", disse ao repórter do jornal O Liberal, de Americana. Por que o espanto, Vossa Excelência Reverendíssima? Muitos jovens hoje, na secura espiritual em que vivem e frente à baderna litúrgica de muitos padres, buscam "novas" formas de se comunicar com o transcendente. Esses jovens percebem que a história e a tradição têm seu lugar no caminho espiritual, que não se joga fora centenas de anos de cristianismo somente por um desejo inovador. Bento XVI, sabendo disso, possibilitou novamente a missa em rito extraordinário sem a necessária permissão do bispo. Mas por que o medo, Vossa Excelência Reverendíssima? Por que?

Frithjof Schuon e a transfiguração do homem


2745481

Foi lançado essa ano, pela editora Sapientia, um clássico da literatura religiosa mundial: A transfiguração do homem, de Frithjof Schuon. Schuon, que nasceu na Basiléia em 1907 e morreu em 1998 é considerado um dos maiores filósofos da religião do século XX e é, junto com René Guénon, o principal nome da chamadaFilosofia perene. Segundo o filósofo, a “verdade perene” é refletida pelas diversas religiões durante toda a história. Para ele, a doutrina metafísica que é ensinada pelo cristianismo, budismo, hisduísmo, islamismo, judaísmo etc (esoterismo) é convergente, sendo diferente apenas as “formas” pelas quais é assimilada e refletida em dogmas e rituais (exoterismo). Como não poderia de ser, o tema é complexo e leva as várias identidades religiosas a um rechaço duro de tal teoria. Por outro lado, mesmo tais grupos tendo receio de certo relativismo das crenças a partir desta perspectiva, não vale a pena deixar de ler tal livro, belíssimo em sua prosa na busca de entender “o que é o homem” e as diversas questões relacionadas com a modernidade secularizante, que leva o homem a certa languidez e desfibramento espiritual. Cito abaixo uma das partes que me chamou a atenção, principalmente depois da leitura sobra a “tirania da maioria” de Tocqueville:

” [...] logicamente, a democracia se opõe à tirania, mas de fato ela leva à tirania [...] A ilusão democrática aparece sobretudo nos traços seguintes: na democracia, é verdadeiro aquilo em que a maioria acredita: é ela que na prática ‘cria’ a verdade; a própria democracia só é verdadeira na medida e durante o tempo em que a maioria crê nela, ela traz em seu seio, portanto, os germes de seu suicídio”.

Laicidade sim, laicismo não

O ministério público federal quer tirar todos os símbolos religiosos das repartições públicas do estado de São Paulo. Vide crucifixos católicos. É fato. Mais uma vez, no Brasil, vemos aqueles que adoram caçar sarna para se coçar. A discussão sobre a laicidade é legítima e importante. Porém não nesses termos. Meu receio é que com este tipo de atitude caíamos, aí sim, em um estado de intolerância. Aqui não é a França, carregada por séculos de um certo anti-celricalismo seminal. Querem copiar um modelo de laicidade num país que foi marcado por guerras religiosas. Por que não pensar nos Estados Unidos. Como no maior país democrático do mundo (não em número de população, pois sabemos ser a Índia, mas em grau de desenvolvimento) se jura sobre a Bíblia? Como em sua moeda está escrito “In God we trust”? Como a religião tem um papel a jogar de extrema importância no debate público? Tocqueville explica. Nós, por outro lado, temos uma história particular e não é eliminando-a a partir de decretos que as coisas se resolvem. Fomos constituídos pela diversidade e se tais símbolos aparecem em vários lugares é por que fazem parte da história e da cultura do país. O estado brasileiro é laico, mas não é laicista. As expressões religiosas podem se dar tranquilamente e sem ingerência do Estado nisso ou naquilo. Se desejam realmente tomar atitudes como estas por que não exigem também que tirem a palavra “Deus” da constituição federal, abolem os feriados nacionais que são nomeadamente de caráter religioso, mudem os nomes das ruas que remetem a figuras religiosas e que retirem do corcovado o Cristo Redentor?

Abaixo-assinado em favor do concílio demonstra divisões interpretativas

Atualmente gira por aí um abaixo-assinado para o “reconhecimento do Concílio Vaticano II” (sic). Não sei qual é o conteúdo de tal documento, mas de acordo com algumas fontes, “a iniciativa demonstra a esperança com respeito ao “aggiornamento”, ou seja, que a Igreja se abra às demandas do tempo atual, reconhecendo que Deus se fez homem”. Pergunto-me quando a Igreja deixou de lado as determinações do concílio. Muitos dizem que a Igreja atual, isso quer dizer Bento XVI, nega os caminhos do concílio, visando retroceder a um tempo “pré-conciliar”. Contudo, o que acontece são noções diferentes de que o concílio representou verdadeiramente para a Igreja. Muitos daqueles que afirmam tal “traição ao concílio” assumem perspectivas que mesmo o evento conciliar sequer tratou. Como já disse uma vez, o concílio como evento aconteceu e morreu em 1965. Como possibilidades interpretativas está aberto e ainda não se fechou. Dessa forma, não é surpresa que os abusos hermenêuticos se dão por todos os lados, afirmando que dizem “em nome do concílio”