Dom Aloísio Roque Oppermann, arcebispo de Uberaba, no jornal O Lutador, 1 de setembro 2009.
Abusos persistem
Durante a sessão do Concílio vaticano II, em outubro de 1963, a maioria dos Padres novos (en os quais eu me encontrava)procurou aplicar na prática ue se aprovava em Roma. Nós líamos no jornal, hoje, o que tinha sido votado pelos bispos, a repseito da Liturgia, e amanhã já aplicávamos. Era uma grande falta de preparo disciplinar. Não esperávamos a aprovação do papa, nem a promulgação da 'Sacrosanctum Concilium', nem muito menos a sua regulamentação. posso, no entanto, garantir que fazíamos isso, não movidos pela má fé. Naquela época vigia uma espécie de 'vácuo' de regras claras. Em assuntos de liturgia, tudo se considerava em fase de experiência. Quase todo celebrante se considerava habilitado para inovar, criar, mudar e acrescentar. Não sem razão, muitos fiéis manifestavam o seu descontentamento, e a sua estranheza. Depois de melhores estudos, aos poucos a disciplina tornou a vigorar. Descobrimos, sim, que a criatividade, é muito importante, para haver boas celebrações. mas para o bem dos fiéis, foi preciso reconhecer que as regras, os ritos estabelecidos, precisavam se rigorosamente observados. O rito não pode ficar à mercê da vontade do celebrante, sobretudo quando se trata da Missa. Mas resquícios daquela indisciplina pós-conciliar ainda sobrevivem. Apesar de o Concílio ter determinado que 'regular a sagrada liturgia compete unicamente à autoridade da Igreja, a qual reside na Sé Apostólica...' (SC, 22, 1), muitos ainda ultrapassam sua própria autoridade. Fazem leigos rezarem partes da Oração Eucarística (não entenderam que as Anáforas sã uma oração presidencial); dizem 'abençoe-nos o Deus todo-poderoso' (não sabem que fazem as vezes de Cristo-cabeça, que em seu nome abençoa os fiéis); fazem shows de pirotecnia que não são parte da celebração (em vez de celebrara Cristo, celebram-se a si mesmos); não usam o missal, 'inventando' orações de sua própria lavra (esquecem-se até de invocar o Espírito Santo); não usam as vestes litúrgicas prescritas pela Igreja (desprezam o que pede o papa, mas obrigam os fieís a aceitar suas invenções); após a consagração, interrompem a Missa para abrir espaço à adração ao Santíssimo (esta só tem lugar fora da celebração). É muito melhor celebrar como pede a Santa Igreja. Só assim está garantida a verdadeira piedade, o sagrado, enfim, o mistério divino.
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