O ministério público federal quer tirar todos os símbolos religiosos das repartições públicas do estado de São Paulo. Vide crucifixos católicos. É fato. Mais uma vez, no Brasil, vemos aqueles que adoram caçar sarna para se coçar. A discussão sobre a laicidade é legítima e importante. Porém não nesses termos. Meu receio é que com este tipo de atitude caíamos, aí sim, em um estado de intolerância. Aqui não é a França, carregada por séculos de um certo anti-celricalismo seminal. Querem copiar um modelo de laicidade num país que foi marcado por guerras religiosas. Por que não pensar nos Estados Unidos. Como no maior país democrático do mundo (não em número de população, pois sabemos ser a Índia, mas em grau de desenvolvimento) se jura sobre a Bíblia? Como em sua moeda está escrito “In God we trust”? Como a religião tem um papel a jogar de extrema importância no debate público? Tocqueville explica. Nós, por outro lado, temos uma história particular e não é eliminando-a a partir de decretos que as coisas se resolvem. Fomos constituídos pela diversidade e se tais símbolos aparecem em vários lugares é por que fazem parte da história e da cultura do país. O estado brasileiro é laico, mas não é laicista. As expressões religiosas podem se dar tranquilamente e sem ingerência do Estado nisso ou naquilo. Se desejam realmente tomar atitudes como estas por que não exigem também que tirem a palavra “Deus” da constituição federal, abolem os feriados nacionais que são nomeadamente de caráter religioso, mudem os nomes das ruas que remetem a figuras religiosas e que retirem do corcovado o Cristo Redentor?
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