Frithjof Schuon e a transfiguração do homem


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Foi lançado essa ano, pela editora Sapientia, um clássico da literatura religiosa mundial: A transfiguração do homem, de Frithjof Schuon. Schuon, que nasceu na Basiléia em 1907 e morreu em 1998 é considerado um dos maiores filósofos da religião do século XX e é, junto com René Guénon, o principal nome da chamadaFilosofia perene. Segundo o filósofo, a “verdade perene” é refletida pelas diversas religiões durante toda a história. Para ele, a doutrina metafísica que é ensinada pelo cristianismo, budismo, hisduísmo, islamismo, judaísmo etc (esoterismo) é convergente, sendo diferente apenas as “formas” pelas quais é assimilada e refletida em dogmas e rituais (exoterismo). Como não poderia de ser, o tema é complexo e leva as várias identidades religiosas a um rechaço duro de tal teoria. Por outro lado, mesmo tais grupos tendo receio de certo relativismo das crenças a partir desta perspectiva, não vale a pena deixar de ler tal livro, belíssimo em sua prosa na busca de entender “o que é o homem” e as diversas questões relacionadas com a modernidade secularizante, que leva o homem a certa languidez e desfibramento espiritual. Cito abaixo uma das partes que me chamou a atenção, principalmente depois da leitura sobra a “tirania da maioria” de Tocqueville:

” [...] logicamente, a democracia se opõe à tirania, mas de fato ela leva à tirania [...] A ilusão democrática aparece sobretudo nos traços seguintes: na democracia, é verdadeiro aquilo em que a maioria acredita: é ela que na prática ‘cria’ a verdade; a própria democracia só é verdadeira na medida e durante o tempo em que a maioria crê nela, ela traz em seu seio, portanto, os germes de seu suicídio”.

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