Ó Roma eterna dos mártires, dos santos!
Ó Roma eterna acolhe nossos cantos!

Glória no alto ao Deus de Majestade,
Paz sobre a Terra, Justiça e Caridade.

A Ti corremos, Angélico Pastor,
Em Ti nós vemos o Doce Redentor.

A voz de Pedro na tua o mundo escuta,
Conforto e escudo de quem combate e luta.

Não vencerão as forças do inferno,
Mas a verdade que é o doce amor fraterno.

Salve, salve Roma! É eterna tua história!
Cantam-nos tua glória monumentos e altares!

Roma dos Apóstolos, Mãe e mestra da verdade!
Roma, toda Cristandade, o mundo espera em Ti!

Salve, salve Roma! O Teu Sol não tem poente!
Vence, refulgente, todo erro e todo mal!

Salve o Santo Padre, vivas tanto ou mais que Pedro!
Desça, qual mel do rochedo, a benção paternal!

Imagens do Vaticano no domingo pós crise da Sapienza



Bem, esse vídeo deveria ter sido postado em fevereiro. Contudo, só agora meu interesse sobre "como postar videos" veio à tona. Ele foi feito no domingo depois da confusão envolvendo os estudantes e alguns professores da Universidade Sapienza, que não aceitaram a presença do papa Bento XVI na inauguração do ano acadêmico. Nesse domingo estiveram presentes por volta de 300 mil pessoas... E eu estava entre elas! Só um aviso: não sou nenhum "ás" da filmagem, hein?

"é indubitável que o tempo desta vida não é mais que um instante, que o estado da morte é eterno, seja qual for a sua natureza, e que assim todas as nossas ações e pensamentos devem tomar caminhos tão diferentes segundo o estado dessa eternidade que é impossível tomar uma atitude com senso e juízo sem pautá-la por esse ponto de vista que deve ser nosso último objetivo" Blaise Pascal

As cinco condições para a comunhão - Roma & FSSPX

De fato, segundo Andre Tornielli em seu blog, a condição principal foi a de que a FSSPX não ataque a pessoa do papa e nem afirme que fazem parte de um magistério superior a ele. As cinco condições que resultaram do encontro em 4 de junho entre Castrillòn e Fellay foram as seguintes:

1) Empenho a uma resposta proporcional a generosidade do papa;
2) Empenho em evitar qualquer intervenção pública que não respeite a pessoa do Santo Padre e que possa ser negativo para a caridade eclesial;
3) Empenho de evitar a pretensão a um magistério superior a do Santo Padre e de não propor a Fraternidade em contraposição com a Igreja;
4) Empenho em demonstrar a vontade de agir honestamente na plena caridade eclesial e no respeito à autoridade do Vigário de Cristo;
5) Empenho em respeitar a data fixada - no fim do mês de junho - para responder positivamente. Esta será uma condição exigida e necessária como preparação imediata à adesão para ter a plena comunhão.

Estamos em um momento histórico para a Igreja contemporânea. O pedido de Bernard Fellay para que Roma levante a excomunhão lançada sobre si em 1988, fez com que a Santa Sé propusesse algumas condições para que o desejo de Fellay fosse realizado. Aguardemos 28 de junho, o "Dia D".

Lefebvre e Roma: últimos capítulos?

Marcel Lefebvre e Antônio de Castro Mayer

É isso aí. Parece que Roma deu um ultimato aos lefebvristas até 28 de junho para saber se aceitam a proposta do Castrillòn, presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, a mesma que excomungou Lefebvre e Castro Mayer em 1988. Tal ultimato veio como resposta à solicitação da Fraternidade São Pio X (FSSPX) para que o Vaticano levantasse a excomunhão. Roma propõs algumas condições para que os seguidores de Lefebvre voltem a plena comunhão. Entre elas estão a aceitação do Concílio Vaticano II e a reforma litúrgica advinda dele, enquadramento canônico como o da Opus Dei, ou seja, a FSSPX se tornaria uma prelazia, o que a permetiria continuar suas atividades e formar seus seminaristas de acordo com sua sensibilidade. Realmente, nota-se que outra oportunidade semelhante não haverá, já que Ratzinger vem dando sinais claros para a reentrada dos lefebvristas no seio da Igreja. Quer sinal mais claro do que a liberação da missa tridentina no ano passado? Últimos capítulos? Parece que sim...

"Eu não saberia dizer
quem me irrita mais: os que
nos proíbem de saber
seja lá o que for,
ou aqueles
que não nos deixam nada,
nem mesmo a ignorância".
Sêneca

Bento XVI e o alargamento da razão

Publicado no Jornal O Lutador de Belo Horizonte em 14 de maio de 2008:

“Alarguemos a razão”: Bento XVI e um dos grandes desafios do mundo hoje


Desde o pontificado de João Paulo II, a Igreja vêm demonstrando sua preocupação frente a necessidade de se estabelecer um diálogo entre a fé e a razão. Claro que o debate entre as duas esferas já ocorriam desde séculos, alcançando grande destaque na história do cristianismo com o pensamento de Santo Tomás de Aquino, a famosa Teologia Escolástica.
De fato, com a emergência do mundo moderno, reduziu-se a dimensão da razão à prática científica, ao empirismo, denotando, assim, que “realidade” só poderia ser o palpável, o visto, ou seja, o que pode ser experimentado pelos nossos sentidos. Desde que assumiu o pontificado, Bento XVI oferece o outro “lado da moeda”, revisando tanto o conceito de “razão” quanto o de “realidade”. Para ele, o conceito de razão deve ser “alargado”, e o que se sucedeu com o movimento científico dos séculos passados foi uma “limitação autodecretada da razão aquilo que é verificável no experimento”. Pensando a razão dessa forma, o homem moderno isolou a “questão de Deus” e da religião para o nível ético e privado, ou como dizem alguns, tal questão tornou-se “papo de sacristia”. Isto significou que as questões sobre o Mistério, o Transcendente, ficaram renegadas ao âmbito individual, e ainda mais, fora dos limites da razão. O papa entende que o que impele o homem a se perguntar sobre o sentido último da coisas, o “para onde?”, o “de onde”, faz parte, indubitavelmente, da razão humana, que descontente com as respostas da ciência que não respondem a estas perguntas, se abrem para o Transcendente, para o Mistério, para Deus. Aqui, o papa parece ressoar seu antecessor, que diz: “o homem procura um absoluto que seja capaz de dar resposta e sentido a toda a sua pesquisa: algo de definitivo, que sirva de fundamento a tudo o mais. Em outras palavras, procura uma explicação definitiva, um valor supremo, para além do qual não existam, nem possam existir, ulteriores perguntas ou apelos”. (Encíclica Fides et Ratio, n. 27).
Essa procura incessante de sentido, que aponta necessariamente também para a procura da verdade, do bem e de seu conhecimento, é uma das mais características dimensões do homem. O que Bento XVI parece querer demonstrar, em várias de suas intervenções, é que essa dimensão humana deve ser protegida e mesmo estimulada. Como nos diz o próprio papa, “perdura no mais profundo da sua essência [do ser humano] uma derradeira abertura interior para a verdade, para o amor, para Deus.” (Encíclica Spe Salvi, n. 46). O que acontece quando deixamos de ver sentido em viver? Quando não somos capazes de enxergar a esperança a partir do sentido da vida? Deixamos de querer acordar, levantar, amar... Em suma: viver!
A situação preocupa, principalmente, porque presenciamos um mundo que nos diz o tempo todo que a verdade não existe, que valores como o bem e o mal, o certo e o errado não existem em si mesmos, mas são vistos somente como frutos do tempo, das culturas. São contingentes. Deus, como a imagem da onde emanava os sentidos do bem e do mal, como nos ensina o Gênesis (2, 17), não é aceito mais como fundamento da conduta e do viver. A mensagem transmitida por esse mundo é de que o que importa são os fins e não os meios. Se a finalidade é boa para mim, se aumentam as minhas possibilidades de prazer pessoal, ou de lucro econômico, então, os meios pelos quais a alcançarei não importam. Parafraseando o extraordinário escritor russo Fiódor Dostoievski (1821-1881), se Deus não existe, tudo é possível.
Bento XVI parece se preocupar profundamente com essa imagem distorcida das relações humanas, com esse “vale-tudo” moral. Nota-se que o relativismo ético avança em todos os âmbitos da vida e isso nos deixa, como cristãos, e por isso defensores do humanismo total (Paulo VI. Encíclica Populorum Progressio, n. 35), frente a frente com grandes desafios. Um deles é o da chamada pelo papa de “emergência educativa”. Como educar crianças e jovens em um mundo no qual os valores mais basais perdem sua significação? Como os pais, que também são perpassados pela flecha relativista, educarão seus filhos para a responsabilidade e liberdade?
Para Bento XVI, só com o “alargamento da razão”, ou seja, o entendimento da razão em toda a sua completa abertura às realidades imanentes e transcendentes, buscando conhecer as verdades do homem, poderemos acessar os significados mais profundos de que constituem o ser humano em toda a sua complexidade. O convite do papa é para que não deixemos de ser buscadores do Eterno.

Vaticano II e leitura histórica

Artigo tratando sobre hipóteses de leitura histórica do Concílio Vaticano II. Posto o resumo e abaixo o link para o artigo completo.

Bases temporais para o estudo da Igreja Católica no século XX

O Concílio Vaticano II causou, com seus textos finais, grande comoção no interior da Igreja católica. Perpassado por lutas internas e conflitos doutrinais e ideológicos, os padres conciliares produziram textos calcados em certo “compromisso de pluralismo contraditório”. Tal “compromisso” despertou grandes questões para o magistério eclesiástico e para os católicos, já que uma hermenêutica “correta” dos textos era exigida com o passar do tempo. Dessa forma, no período denominado de “pós-concílio”, a luta pelos significados de seus textos continuou e ainda hoje se faz sentir. Ao analisar os pontificados de João Paulo II e de Bento XVI, muitos historiadores e estudiosos tomam como marco de interpretação apenas o Vaticano II, ou seja, o que cada um deles foi e é em relação ao evento conciliar ou, muitas vezes, à imagem que fazem dele, esquecendo-se de que o próprio concílio encontra-se situado historicamente. Assim sendo, não enxergam nada mais que “reacionarismo” e “conservadorismo” de ambos os papas em relação ao concílio e seu pretenso “espírito”. Interpretando-os dessa forma, portanto, assumem uma perspectiva temporal datada sobre a história da Igreja, correndo o risco de deixarem escapar a complexidade que marca o caminhar da Igreja no século XX.

Confira o artigo completo aqui.

Dicta&Contradicta

Ok, vá lá...O silêncio é necessário, mas uma palavra não poderia faltar sobre a publicação da revista Dicta&Contradicta. Meu amor por livros e afins manifesta-se primeiramente pelo sentido: é um amor táctil. Depois, aí sim, volto-me para seu interior e o que ele pode me oferecer. Essa revista que me chegou em mãos dois dias depois da publicação facinou-me tanto pela maravilhosa edição quanto pelo conteúdo profundo e urgente: um olhar positivo e propositivo frente ao pensamento clássico ocidental. Com artigos de Bruno Tolentino (sua última aula), Luiz Felipe Pondé (artigo primoroso sobre o Eclesiastes), entre outros, a revista preza por conhecimento sem parafernália técnica do abeênetes (os cães de guarda metodológicos) sufocante. Sua publicação é uma arejada de alta cultura nesse mundo abafado e asfixiante do tudo é relativo. Que tenha longa vida!

Silêncio

Ultimamente, além de tanto trabalho a fazer, ando preferindo dialogar com o silêncio, e nele descansar. Ando repensando a necessidade de um blog. Nesse mundo onde se vive uma inflação da opinião, onde todos pensam que podem opinar sobre tudo, por ora, escolho o silêncio. Ando em profundo debate comigo mesmo e com Deus. Duas questões levam-me a isso: onde está a humildade?; qual o meu grau de autonomia frente a Deus?
Bem, por que, desse modo, devo me fazer ouvidos o tempo todo? O que tenho de tão importante a dizer? Acho que o momento é um momento de silêncio na "noite escura", na qual só um pode alcançar meu coração: Deus e sua misericórdia. Assim, Ele me basta...Agora, escolho o silêncio, pois só nele Deus pode me mostrar qual o meu lugar.