Os dias são como flechas em direção ao alvo, velozes e com um único objetivo: chegar. Chegar a ter vida a cada respiração. Alcançar a visão beatífica do ser agora. Iluminar-se com a possibilidade do Real.
Estremeço-me. A chuva insiste em me ninar. Na verdade, a voluptuosidade do tempo não me permite dormir, sonhar. A vigilia é que importa. Ainda mais quando nos sentimos sós. A solidão espreita e não posso ausentar-me de mim mesmo. O cansaço instala-se em meu peito e a cada fagulha de pensamento convenço-me: as palavras são meu mundo e nelas encontro o caminho saboroso e enebriante do estar.
Claro que minha história com elas nunca foi a estrada reta, lisa e de mão dupla que caracteriza as belas auto-estradas dos países nórdicos. Se assim o fosse não teria experimentado suas verdadeiras objeções ao meu ser. E não experimentá-las seria poupar-me da transformação, e isto é somente ilusão pura e simples. Estar com elas, para elas, é se entregar à sua dança libertadora e graciosa. É experimentar a doçura de ser ali, transpassados de sentidos. Isso. Sentidos. Há muito penso sobre isso. Sobre o meu caminho. Sobre o caminho humano. A descrença na existência de algum, sentido, para mim e para todos, levou-me à insanidade na crença no "nada significante". O nada, que por si só é a experiência do vazio, da não-realização, passou a ser a minha principal linha de conduta moral. Passou a "significar" (entre aspas, pois se é o nada como significa?). Óbvio que isto não acometeu apenas a mim. Sou mais um nessa nau sem rumo. O sentido, em um mundo onde impera "o nada" como valor absoluto e irremovível, é apenas fruto de uma invenção, individual, coletiva ou as duas juntas. Tudo seria, assim, fruto de nossa mente confusa, perdida e desejosa de segurança. Seriamos reinvenções de nós mesmos. Rascunhos mal elaborados. Nada me ligaria ao outro, do meu vizinho a um vietnamita. Seriamos apenas frutos de um tempo remoto e de um lugar longínqüo. Representantes de um inexistente elo perdido.
Não! Não aceito! A descoberta de Deus, do transcendente, do Totalmente Outro, já não me permite viver nesse nada insignificante. Não me permite olhar para trás, nem pra lá voltar. Por isso regozijo-me

13 comentários:
Eu comentei um dia desses com um amigo que não entendo como há pessoas que pasam a vida sem se perguntar sobre O Transcendente. Não dá para viver sem essa busca.Abraço!
realmente, impossível viver sem a certeza de que Ele existe e é por nós! Vivo essa alegria e entrega também!
necessita di verificare:)
La ringrazio per Blog intiresny
necessita di verificare:)
quello che stavo cercando, grazie
La ringrazio per Blog intiresny
quello che stavo cercando, grazie
La ringrazio per Blog intiresny
La ringrazio per intiresnuyu iformatsiyu
imparato molto
molto intiresno, grazie
leggere l'intero blog, pretty goodPostar um comentário