Mais um capítulo sobre a laicidade desenrola-se no panorama atual do Ocidente. A questão, como pode ser vista há anos, será, acredito, um dos pontos nevrálgicos das relações entre religiões e estados, especialmente entre Igreja Católica e os estados democráticos. A bola da vez, como não poderia deixar de ser, é o papa Bento XVI. Seu discurso sobre o uso do preservativo, instrumentalizado à revelia por grupos de interesses opostos ao do pontífice, levou a vários protestos organizados por movimentos de esquerda na Europa. No momento, um protesto legal está sendo organizado pela Iniciativa per Catalunya y de Isquierda Unida, que acham que as palavras de Bento XVI é "um atentado incuestionable contra la salud pública". Tal "iniciativa" deseja, agora, que todo o Congresso dos Deputados afirme ser escandalosas as palavras do papa, lançando uma proposição que as critiquem e protestam formalmente perante a Santa Sé. Como não poderia deixar de ser, a Igreja da Espanha sente-se atacada. E não é de agora, claro. Lembrem-se das campanhas pró-aborto. O Vaticano II compreendeu, profeticamente, que a liberdade religiosa seria um dos problemas da Igreja. Alguns Estados hoje se arrogam o direito de tentar calá-la. O perigo está aí. O alvo do "cala-te" pode transformar-se em qualquer um.
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1 comentários:
Acabei de dar uma rápida passada por alguns dos seus textos, e devo dizer que são muito bons. Parabéns.
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