
31quinta-feira,
Orwell Diaries

30quarta-feira,
O papel de Pio XII para uma hermenêutica conciliar

29terça-feira,
Site litúrgico
O Concílio, Paulo VI e o "balzo"
25sexta-feira,
Poulat e o integrismo nas origens
Texto de Voegelin sobre a Reforma Protestante
24quinta-feira,
Rito antigo move fiéis
Outra notícia que também vem dos britânicos sobre a contenda da missa antiga é a da negativa dada pelos padres da proposta de se instituir uma igreja dedicada especialmente ao culto de São Pio V. Colocar em prática o moto proprio Summorum Pontificum não seria tão fácil como acreditavam os seus entusiastas.
23quarta-feira,
Notícias do inferno

"A fina flor da profanação só pode crescer se for plantada perto do Sagrado. Em nenhum lugar a nossa tentação é tão bem sucedida quanto nos próprios pés do altar"
Qualquer situação atual que remeta à essa frase é mera coincidência...
Mas, "o que buscais?"

Publicado no Jornal O Lutador de Belo Horizonte em 21 de julho de 2008
“O que buscais?”: a pergunta que não quer calar
“O que buscais?” (Jo 1, 38). Essa pergunta curta, mas profunda em seu significado, é uma das mais prementes da existência de um homem e de uma mulher. Nela está contida toda uma vida, toda uma trajetória por se fazer, até mesmo uma memória a se construir. “O que buscais?”, na verdade, é uma pergunta curta, mas nada fácil. Em sua brevidade sintática impõe-se todo o destino de um ser humano em vistas de sua plena realização. Contudo, quem se interessa em respondê-la? Quem despende algum tempo na investigação de sua resposta? Num mundo marcado pelas necessidades materiais mais básicas, pelo corre-corre diário em vista de outras tantas “necessidades materiais” não tão básicas assim, o homem contemporâneo não tem tempo para tal investigação. Não tem tempo para uma investigação de si mesmo, de seu destino. Como nos diz D. Giussani, “normalmente na vida, para todas as pessoas, é sério o problema do dinheiro, é sério o problema dos filhos, é sério o problema do homem e da mulher, é sério o problema da saúde é sério o problema político. Para o mundo, tudo é sério, exceto a vida”. Ao agir, sem seriedade frente ao “problema da vida”, o homem torna-se menos humano, pois uma das grandes características do ser humano é perguntar-se sobre o sentido, a vida e o sentido da vida. Sei bem que nem todo mundo tem vocação para filósofo, o que seria um contra-senso da natureza se assim o fosse. Entretanto, existe uma vocação inata a todos os seres ditos humanos: pensar. A razão, como demonstrou um dia o filósofo grego Aristóteles, é o principal atributo do homem, de sua natureza. Assim, como nos diz o papa Bento XVI, não usá-la é ir contra Deus, a Razão Universal, o Logos originário, o Verbo, do qual comungamos como criaturas pensantes.
Mas “o que buscais?” Todo mundo procura por algo, todos os indivíduos buscam a felicidade, a paz, o amor, a verdade. Conscientemente ou não, as pessoas, nos cantos mais recônditos de seus corações, anseiam pelo todo, pelo significado de tudo a sua volta. É a saudade das coisas que ainda não foram, uma nostalgia, não raras vezes melancólica, do tudo, de se ver realizado completamente. De se ver amado, querido, acolhido e levado a sério. Na nossa passagem terrestre encontramos algumas pessoas que apontam nesse caminho e se encontram em torno de nós. Nossos pais, nos primeiros momentos da vida, alguns amigos e companheiros que encontramos nos esbarrões da vida cotidiana, nossa esposa ou esposo. Porém, como somos humanos, e o humano cai, erra, equivoca-se, o amor, a compreensão, o cuidado, são sempre limitados, mesmo quando exercido com o coração mais puro. Contudo, isso não tira o seu valor intrínseco. Aliás, assinala, expõe e descortina a constituição de nosso ser. Realça o que realmente nos falta e remete Àquele a quem nos dá tudo e nos sustenta em nossas fragilidades e debilidades: Deus Pai. Nosso início, meio e fim.
“O que buscais?” Essa pergunta de Jesus quer nos fazer pensar, refletir e assumir o nosso papel como pessoas na realidade circundante. Quer que assumamos nossa humanidade profundamente. Quer nos colocar frente a frente com nós mesmos, fazendo-nos assumir toda a realidade, todo o Mistério que a constitui. Jesus nos convida para que tomemos posse dela. Tomar posse dessa realidade que nos transcende, que vai além de minha capacidade de compreensão, é tomar posse de si mesmo. É encontrar-se. E encontrar-se é encontrar com Aquele Outro que nos constitui por inteiro, onde se dependura nossa existência. Desta forma, a liberdade, anseio humano dos mais profundos, é a nossa capacidade de aderir a essa realidade, afirmá-la continuamente, pois só assim afirmaremos também o homem e começaremos a cumprir nossa missão de instituir um humanismo integral.
22terça-feira,
Pérolas de Maritain em Le Paysan de la Garone
20domingo,
19sábado,
Liberdade religiosa e Magistério eclesiástico
Bem, a tese da continuidade entre a Declaração Dignitatis Humanae e o Magistério da Igreja anterior ao Concílio Vaticano II tem seus defensores abalizados. Não é simplesmente um "é contínuo e pronto!", ou "é ruptura profunda, sem dúvida!", mas sim obras de envergadura baseados em estudos acurados. Quem quiser conferir vai aí duas dicas, em francês:
Obra gigantesca. Três longos tomos: no primeiro Basile trata o assunto de forma sistemática; no segundo apresenta a tema cronologicamente, abordando o assunto a partir de uma visão histórica, dos Padres da Igreja até Paulo VI; no terceiro traz a bibliografia, imensa!, e o índice analítico.
MARGERIE, Bertrand de. Liberté religieuse et règne du Christ. Paris: Cerf, 1988.
O autor visa responder a mesma pergunta de Basile: a doutrina do Vaticano II sobre a liberdade religiosa está em contradição com o Magistério secular da Igreja? Como o monge beneditino responde negativamente. Interessante da obra que ela traz vários anexos, com texto de Monsenhor Emile-Joseph DE SMEDT (Continuité et progrès dans le enseignements d magistère), Monsenhor LE FEBVRE (Liberté religieuse et loi divine, Monsenhor Alfred ANCEL (Le fondement ontologique de la liberté religieuse: l'obligation de chercher la vérité, e mesmo um do então cardeal Karol WOJTYLA (Liberté religieuse et responsabilité personnelle).
15terça-feira,
A esperança salva
"Temos necessidade do dom da terra, do dom da água, precisamos do Criador; o Criador volta a aparecer em sua criação. Deste modo, compreendemos que não podemos ser realmente felizes, não podemos promover realmente a justiça para o mundo inteiro, sem um critério, sem um Deus que é justo, e que nos dá a luz e a vida. Portanto, penso que em certo sentido se dará uma crise para nossa fé neste «mundo ocidental», mas sempre teremos um renascimento da fé, pois a fé cristã é simplesmente verdadeira, e a verdade estará sempre presente no mundo humano, e Deus sempre será a Verdade. Neste sentido, em último termo, sou otimista."
Livreto sobre a questão dos missais

Trecho: "[...] e per saper valutare la campagna midiatica che in genere non ha colto il nocciolo del problema, in quanto si è soffermata principalmente sul ritorno al latino nella Messa; ma la Messa in latino è sempre stato possibile celebrarla! (grifo nosso) [sempre foi possível celebrar a missa em latim!]" (p. 5).
14segunda-feira,
Boff vs Boff by Magister
11sexta-feira,
Poulat, o catolicismo e as ciências humanas
Óbulo de São Pedro
As nações que mais contribuiram (valor em US$)
Estados Unidos - 18 milhões 725 mil 327
Itália - 8 milhões 632 mil e 171
Alemanha - 4 milhões 26 mil 308
Espanha - 2 milhões 715 mil 527
Brasil (sétimo lugar em ordem mundial) - 1 milhão 441 mil 987
Fonte: www.aciprensa.com
10quinta-feira,
Déficit na Santa Sé
Nota da CNBB: rejeição Projeto de lei 1.135/91
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, em votação simbólica, rejeitou nesta quarta-feira, o projeto de lei 1135/91, que visava suprimir o artigo 124 do Código Penal que define o aborto provocado como crime.
Após longo debate, concluiu-se que tal projeto de lei é inconstitucional, e que o direito à vida, assegurado no artigo 5o da Constituição Federal, constitui um valor supremo, do qual decorrem todos os demais direitos. Assim, mais uma vez, foi respeitada a voz da grande maioria da população brasileira, que é decididamente contrária à prática do aborto e que defende a vida e a dignidade humana, desde a fecundação, até seu declino natural.
A Carta Encíclica Evangelium vitae, do Papa
A CNBB dirige uma palavra de incentivo e reconhecimento a todos os deputados e deputadas que votaram pela vida dos nascituros, bem como aos Movimentos
Brasília, 10 de julho de 2008
+Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário
9quarta-feira,
8terça-feira,
Do Telegraph londrino: Missa antiga em todas as paróquias

A 'Missa Antiga' em todas as paróquias
O presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei fez importantes declarações acerca do futuro das paróquias católicas e a implementação do motu proprio Summorum Pontificum, costumeiramente congelado e anulado por conta das ações dos bispos.
Após a entrevista coletiva transcrita abaixo - por Damian Thompson, do diário londrino The Telegraph, um dos quatro jornalistas presentes na coletiva - o Cardeal rezou a primeira Missa Solene Pontífícia na Catedral Londrina desde a reforma litúrgica, há quase 40 anos.
O Cardeal Murphy O’Connor – primaz da Inglaterra – não estava presente, apesar de enviar uma carta de boas-vindas, um tanto fria. Nenhum de seus bispos auxiliares compareceu.
O anúncio de que o Papa quer o retorno da missa tradicional em todas as paróquias, feito pelo Cardeal surpreende todos os católicos que acompanham com apreensão e cuidado todo o desenvolvimento da questão litúrgica que aflige a Igreja no pós-concílio.
Reuters: Em algumas partes do mundo parece existir resistência por parte dos bispos locais em permitir aos fiéis plena liberdade para celebrar a forma extraordinária. O que você recomenda a esses fiéis fazerem?
Cardeal Castrillon: A estarem informados. Muitas das dificuldades surgem porque eles não conhecem a realidade do Rito Gregoriano – esse é o nome correto da forma extraordinária, pois essa missa nunca foi proibida, nunca. Hoje para muitos bispos é difícil porque eles não têm padres que saibam latim. Muitos seminaristas dedicam muito poucas horas ao latim – insuficientes para dar a necessária preparação para celebrar de boa maneira a Forma Extraordinária. Outros pensam que o Papa está indo contra o Concílio Vaticano II. Isso é ignorância absoluta. Os padres do Concílio nunca celebraram a Missa de outra maneira que não a gregoriana. Ele [o novus ordo] veio depois do Concílio… O Santo Padre, que é um teólogo e que estava na preparação do Concílio, está atuando exatamente conforme o Concílio, dando liberdade aos diferentes tipos de celebração. Essa celebração, a Gregoriana, foi a celebração da Igreja durante mais de mil anos… Outros dizem que não podem celebrar com as costas para o povo. Isso é ridículo. O Filho de Deus sacrificou-se ao Pai com seu rosto voltado ao Pai. Não é contra o povo. É pelo povo…
Damian Thompson (Telegraph): Eminência, o Santo Padre gostaria de ver as paróquias comuns da Inglaterra que não tem conhecimento do Rito Gregoriano, apresentadas à ele?
Cardeal Castrillon: Sim, é claro. Nós não podemos celebrá-lo sem o conhecimento da língua, dos sinais, das jeitos do rito, e algumas instituições da Igreja estão ajudando nesse sentido.
DT: Então o Papa gostaria de ver muitas paróquias fornecendo o Rito Gregoriano?
Cardeal Castrillon: Não muitas – todas as paróquias, pois isso é um dom de Deus. Ele [o Rito] oferece essas riquezas e é muito importante para as novas gerações conhecer o passado da Igreja. Esse tipo de liturgia é tão nobre, tão bonito – a mais teológica das formas de expressar nossa fé. A liturgia, a música, a arquitetura, as pinturas, fazem um todo que é um tesouro. O Santo Padre está desejoso de oferecer a todas as pessoas essa possibilidade, não apenas para poucos grupos que pedem, mas para que todos conheçam essa forma de se celebrar a eucaristia na Igreja Católica.
Anna Arco (The Catholic Herald): Nesse sentido, gostaria de ver todos os seminários da Inglaterra e Gales ensinando os seminaristas a celebrar na forma extraordinária?
Cardeal Castrillon: Eu gostaria e será necessário. Nós estamos escrevendo aos seminários, estamos de acordo que devemos fazer uma grande preparação não apenas para o Rito, mas para ensinar a teologia, a filosofia, a língua latina….
DT: Quais seriam os passos práticos para as paróquias ordinárias [para se preparar para o Rito Gregoriano]?
Cardeal Castrillon: Se o pároco reserva uma hora aos domingos para celebrar a Missa e preparar com catequese a comunidade para compreendê-lo, apreciar o poder do silêncio, o poder da sagrada forma de frente para Deus, a profunda teologia, para descobrir como e por que o padre representa Cristo e rezar com o padre.
EC: Eminência, eu penso que muitos católicos estão mais que confusos por essa nova ênfase no Rito Tridentino, principalmente porque nós fomos ensinados que o Novo Rito representava um progresso verdadeiro, e muitos de nós que crescemos com ele o vemos como um progresso verdadeiro, que existam ministros da Eucaristia, mulheres no santuário, que somos todos sacerdotes, profetas e reis. Essa nova ênfase para muitos de nós parece negar isso.
Cardeal Castrillon: Que progresso? “Progredire” significa [oferecer] o melhor para Deus… Eu estou surpreso porque muitas pessoas jovens são entusiastas da celebração do Rito Gregoriano …
EC: No Motu Proprio, a ênfase do Papa é em um Rito e duas formas, e ele descreve o Rito Tridentino como “extraordinário”. Extraordinário portanto significa excepcional, algo que não celebramos todo domingo.
Cardeal Castrillon: Não “excepcional”. Extraordinário significa “não ordinário”, e não “excepcional”.
DT: Existirá um esclarecimento sobre o Motu Proprio?
Cardeal Castrillon: Não exatamente um esclarecimento do Motu Proprio, mas de matérias tratadas no Motu Proprio, tais como o calendário, ordenações ao sub-diaconato, a forma de usar os paramentos, o jejum eucarístico.
DT: E quanto ao “grupo estável”?
Cardeal Castrillon: Isso é uma matéria de senso comum… Em todo palácio episcopal existem talvez três ou quatro pessoas. Isso é um grupo estável…. Não é possível dar a duas pessoas uma missa, mas duas aqui, duas ali, duas acolá – eles podem tê-la. Eles são um grupo estável.
DT: De paróquias diferentes?
Cardeal Castrillon: Sem problema! Esse é o nosso mundo. Gerentes de empresas não vivem no mesmo lugar, mas eles são um grupo estável.