Reflexos de Nínive


Estava pensando ontem sobre minhas mazelas, já que estamos na Quaresma. Não deixo de fazer isso recorrentemente, mas dessa vez, ao abrir a Bíblia em alguma página para leitura meditativa caí no livro de Naum, no qual narra a queda de Nínive:

"Todas as tuas fortalezas são figueiras,
carregadas de figos maduros;
à menor sacudida caem
numa boca voraz.
Olha tuas tropas:
só há mulheres em teu meio
As portas de tuas terras estão escancaradas
para teus inimigos:
o fogo devorou tuas trancas.
Tira água para o assédio, reforça tua defesa,
vai pela lama, rebolca-te no barro,
segura o molde de tijolos!
É aí que o fogo te devorará,
que a espada te eliminará; - como gafanhotos,
te devorarão" (3, 12)

As palavras de Naum parecem ser destinadas não só aqueles habitantes de Nínive, mas a todos os homens de todos os tempos, pois, cada qual em seu tempo e lugar, temos por esta cidade a natalidade de nossa fraqueza em repelir o mal. Nossas quedas constantes. O mal se manifesta a todos, e às vezes somo nós mesmos seus instrumentos. E somos presas fáceis na medida em que nossas "trancas" foram derretidas pelo fogo e nossas portas estiverem abertas. Tal texto levou-me à mais profunda tristeza, aquela na qual nos faz saber dos nosso limites frente ao mal que nos assola... Todos nós descendemos de Nínive!

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