"Foi excomungado, e daí?"

É de se espantar a forma como a mídia em geral tratou a questão do aborto de gêmeos da criança em Pernambuco e da posição de D. José. Da mídia, passamos para aqueles leitores, então, que depois de lido as matérias permeadas de tom sensacionalista, que passam a repetir igualzinho, tudo, o que o jornal 'x' ou 'y' falou. A falta de noção sobre o que significa uma excomunhão, ainda mais latae sententiae, do Código de Direito Canônico, da dinâmica que a Igreja se insere, "uma luz do eterno", como nos diz Voegelin, inserida na realidade contingente, é assustadora. Ok, ok. É demais o que peço. Entendo que nem todos sabem disso ou daquilo. Ainda mais da Igreja, que tem uma história milenar, e demandaria uma vida inteira para tentarmos apreender pelo menos alguns de seus aspectos. Mas, mesmo assim, todo mundo quer falar. Todo mundo tem uma opinião pra dar sobre a posição da Igreja nisso ou naquilo. Se a Igreja não tem força alguma atualmente, se perde seus fiéis devido seu discurso "fechado" e "conservador", se sua fala não tem plausibilidade nenhuma no mundo atual, como falam os seus detratores, por que então uma excomunhão, uma simples excomunhão faz tanto barulho assim? Se ninguém está nem aí para a Igreja e o que ela fala e desfala, por qual motivo uma punição a quem cometeu um aborto, que é automática no caso, não "distribuída" pelo bispo, leva tanta gente a se levantar contra esse bispo e a Igreja. Até o presidente Lula da Silva vem dar pitaco numa questão que é estritamente religiosa!? Será que não se está misturando as bolas? Faço as minhas as palavras de Heitor Cony hoje na Folha: "Foi excomungado, e daí?"
Aqui vai um depoimento que talvez nunca será publicado pela imprensa. Ainda bem que existe a blogosfera!

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